Japinha fake da Shopee engana um monte de otários

O mundo  das mudernidades digitais nos trouxe muita coisa, como comprar online, mandar PIX, ver peladas na Internet (estou falando de jogos de futebol, seu pervertido) e ter seu dinheiro torrado pela flor que você ama que na verdade é um espinho. É tipo um grande cassino, em que cada clique é uma aposta e cada like pode te levar da carência ao constrangimento em tempo recorde.

E direto das profundezas do Weibo, temos a história digna de roteiro dos Irmãos Coen, com pitadas de comédia pastelão e um toque de tragédia social: o caso da “Irmã Vermelha”. Um nome poético para uma avalanche de vergonha alheia e más decisões hormonais.

A protagonista é a lindinha da Hong Jie, que na verdade é Jiao, um cidadão chinês de 38 anos que resolveu que ser um homem comum era pouco; então, ele colocou uma peruca castanha, caprichou na maquiagem e deu vida à mítica “Nanjing Hong Jie”, ou “Irmã Vermelha” para os íntimos. E olha… íntimos não faltaram. O sujeito convenceu um batalhão de idiotas que ele era, de fato, uma musa digna de novela coreana, o que diz mais sobre os padrões de verificação visual desses homens do que sobre o talento de Jiao pra cosplay. Um dos caras até estava noivo, com casamento marcado.

Não preciso dizer “calma que piora”, porque vocês sabem muito bem que VAI piorar: Jiao não estava só interpretando uma mulher com o talento de um dublador de desenho animado ruim. Ele teve a gentileza de gravar os encontros íntimos e espalhar tudo pela internet, como se tivesse confundido a vida real com um episódio proibido de South Park escrito por um roteirista em surto. Ou seja, um combo de Cavalo de Tróia com OnlyFans dos infernos, patrocinado por “faça tudo errado e poste depois”.

A polícia, entre incrédula e exausta, prendeu o cidadão por disseminar material obsceno, o que na China pode ser desde peladezas ou o seu dedão cascorento. A Internet, claro, reagiu como manda o figurino: com uma explosão de memes, piadas e uma torrente de homens comentando “eu só queria saber o shampoo que ela (???) usava”.

Mas o que mais intriga nessa história não é o crime, nem o crossdressing. É o fato de que, mesmo depois de descobrirem que a “irmã” era, na verdade, o Jiao com um aplique, alguns homens continuaram voltando. Sim. VOLTANDO. Porque, veja bem, já estavam lá mesmo, e a frutinha já tinha sido comprada. Não sei o que o Jiao entregou (nem quero saber), mas foi excelentemente aceito. Só o amor constrói!

A forma de pagamento? Nada de Pix, cartão ou criptomoeda. Bastava levar frutas e óleos. É isso. Em plena era digital, com todo um mercado bilionário de encontros online, os cavalheiros de Nanjing estavam pagando pelos seus momentos de afeto com banana e azeite. E ainda achavam que estavam saindo no lucro. A carência, meus amigos, é uma força da natureza!

Jiao, com sua calma oriental e simpatia meticulosamente construída, oferecia um refúgio emocional, uma experiência “sem julgamento”, onde o cliente se sentia herói, inclusive, literalmente, em vídeos onde ele deixava o “cliente” matar baratas como se fosse uma cena de “Top Gun: Missão Doméstica”.

O problema é que essa doce ilusão de afeto fake tem um nome: manipulação emocional com transmissão em tempo real. O caso da Irmã Vermelha é o tipo de história que deveria ser exibida em aulas de educação digital com o letreiro “NÃO FAÇA ISSO” piscando em neon. Mas quem se importa com a razão quando se está apaixonado por uma mulher que vive num porão, com um tripé de câmera, um estoque de perucas e uma cesta de frutas tropicais?

Afinal, como diz o velho ditado que acabei de inventar: se a esmola é um abraço acolhedor de alguém com voz grossa e cavanhaque mal disfarçado, talvez seja melhor repensar a doação.


Fonte: Mothership

Um comentário em “Japinha fake da Shopee engana um monte de otários

Deixe um comentário, mas lembre-se que ele precisa ser aprovado para aparecer.