Eu curto aviação. Fruto de séculos de avanço tecnológico, cálculos de precisão milimétrica e engenharia de ponta, a aviação é um dos inúmeros milagres tecnológicos; mas, ainda assim, toda essa maravilha voadora quase acabou em desgraça, virando churrasco aéreo na Semana Santa porque um coelho resolveu cometer suicídio por turbina e quase derrubou a bagaça toda.

Pintando os meus ovos para comemorar o Dia do Coelhinho (se eu fosse como tu), esta é a sua SEXTA INSANTA, digo INSANA!

O caso aconteceu no Domingo de Ramos, ou seja, domingo passado (Domingo de Ramos não tem a ver com o subúrbio carioca e sim quando Jesus entrou em Jerusalém e pessoal ficou balançando uns matinhos pra ele. Eu jamais faria piada sobre maconha, mas vocês já estão imaginando algumas agora).

Um avião da United Airlines precisou fazer um pouso de emergência em Denver, Colorado, porque um roedor fofinho com o QI de uma almofada resolveu ver como era ser parte de um motor a jato. O resultado? Fogo, explosão, pânico, e uma tripulação tentando explicar para a torre de controle que o motor número 2 estava em chamas por culpa do Pernalonga.

A aeronave — um respeitável Boeing 737-800, com 153 passageiros e seis tripulantes — mal havia saído do chão e já estava virando episódio de “Apertem os Cintos, Tem um Coelho Louco no Motor” (ou algo assim). Labaredas no motor, vibração forte, barulho de explosão… tudo aquilo que você definitivamente não quer ouvir quando está preso numa caixa metálica a 10 mil pés de altura, com apenas um biscoitinho sem graça e um suco de caixinha (quente, lógico) para te confortar.

O passageiro Scott Wolff contou à ABC News que todo mundo entrou em pânico. E, honestamente, quem não entraria? Você compra uma passagem esperando no máximo uma criança chutando seu banco e ganha um coelho-pirotécnico sabotando a turbina. Tem gente que paga caro por menos emoção na Disney.

Agora, vamos parar e refletir: não foi uma ave, nem uma tempestade, nem um raio cósmico. Foi um coelho.  A PORRA DE UM COELHO!!! Um ser que normalmente é sinônimo de docilidade, Páscoa e multiplicação descontrolada. Aparentemente, esse decidiu que sua missão na Terra era virar estatística na FAA (Administração Federal de Aviação). Que, aliás, confirmou: incidentes com animais são comuns. Mais de 20 mil no último ano. Mas com coelhos? Só quatro. Sim, esse aí foi o quinto Beatle da desgraça.

Claro, o avião conseguiu pousar. Ninguém se feriu. Os passageiros seguiram para o Canadá em outra aeronave, provavelmente olhando com desconfiança para cada arbusto do aeroporto. E o coelho? Bom, o coelho virou um símbolo involuntário do colapso da lógica.

Moral da história: você pode planejar tudo, calcular cada variável, revisar cada detalhe do motor… e ainda assim, tudo pode ir pelos ares por causa de um coelho desavisado com instinto kamikaze. O mundo moderno, meus caros, é só uma comédia absurda com orçamento de blockbuster e roteiro escrito por um roteirista bêbado.

Na dúvida, da próxima vez que viajar, leve um trevo de quatro folhas, jogue uma moeda em uma fonte, e — por via das dúvidas — cheque se há coelhos por perto.

Porque agora, aparentemente, isso também é necessário.

Em tempo: Hoje é dia de espancar Jesus, quando amanhã é dia de surrar o único cara responsa entre os discípulos e domingo é dia do coelho botar ovo. Feliz Semana Insana, digo Santa!