Sim, claro, você é um dos muitos otários que acha que a jovem é o futuro. Bem, talvez seja hora de redefinir “futuro” como um tubo de oxigênio e um leito de UTI. E isso por causa do que? Jovem fazendo jovenzice. Ainda tem o fator “vou impressionar o boy fazendo merda que nem ele. A merda? Meter o focinho no cigarro eletrônico que dizem que não faz mal. Quem diz? Os jovens que usam cigarro eletrônico.

Isabelle Troncao tem 16 anos e nome de gente esquisita. Não, ela não é brasileira. O caso não aconteceu no Brasil, e sim caso que aconteceu em Las Vegas, nos EUA, em 2023! Sim, os jornais são um pouquinho lentinhos!

Isa, le Belle, nos dá uma verdadeira aula — não de química pulmonar ou escolhas conscientes, claro, mas da arte milenar de tomar decisões absolutamente catastróficas movida por uma única força do universo: o desejo de aprovação alheia, a vontade de se enturmar e, o mais velho motivo de todos: queria agradar um perna de calça, pois, se tem uma coisa que faz as mulheres fazerem muita merda, essa é homem.

A estratégia dela foi sutil, sofisticada, quase shakespeariana: “Talvez se eu aspirar vapor aromatizado com gosto de marshmallow estragado, o Jovenildson (não sabemos o nome dele, vai esse mesmo) me ame.” E foi exatamente assim, com uma tragada de vape, que começou a epopeia. Sim, um cigarrinho eletrônico. Esse monumento da genialidade contemporânea que mistura a estética de um pen drive com o poder destrutivo de um pequeno Chernobyl portátil.

Sete dias. Sete. A Bíblia levou seis para criar o mundo, Isabelle levou sete pra quase deixar o próprio, com a Samara rindo à socapa por estarem facilitando o trabalho dela. No início, era só uma ardência (tudo começa com uma ardência). Aquela sensação de “hmm, talvez eu esteja virando um dragão”. Mas não, era só o corpo dela gentilmente avisando: “Ei, então… isso que você tá fazendo aí? Vai dar ruim real oficial.”

E deu. Síndrome de Lemierre, sepse, pulmão sendo drenado como se fosse caixa d’água no fim do verão, coágulos passeando pelo corpo como se fosse o tour do Zé Gotinha. Uma comédia de erros, só que sem a parte engraçada. Um drama médico completo, digno de um episódio de Grey’s Anatomy — com a diferença de que, aqui, ninguém é bonito, e a trilha sonora é só o bip dos aparelhos hospitalares.

Ah, sim. síndrome de Lemierre é uma doença rara que consiste numa tromboflebite séptica da veia jugular interna. Sim, rara, mas Bebel tirou a sorte grande. AÊ, PALMAS PRA ELA!!!

Infelizmente, não tem final feliz: a Jovenilda Maria sobreviveu, mesmo tendo tirado um litro de líquido do pulmão. E agora é contra o cigarro eletrônico. Bem, ela se tocou que, às vezes, é preciso quase morrer para perceber que vapor com sabor de tutti-frutti talvez não seja o elixir da juventude. Se bem que ela é bem capaz de voltar pro troço.

E o Jovenildson? Desconhecido. Provavelmente nem reparou no esforço. Está em casa, jogando online, talvez vapando também, talvez nem lembrando quem é Jovenilda Maria. Ele também já deve estar indo parar no hospital. Se a gente rezar muito conseguimos o final feliz? Oremos!

Fonte: MSN