Revelada a verdadeira face de um grande rei


Dica: não é essa. Não de verdade.

Sempre lemos sobre o poder e riqueza dos reis de outrora. Eu já falei sobre um desses grandes reais: seu nome era Mansa Musa, e falei sobre ele no meu Apoia.se, num texto exclusivo para apoiadores (tenho planos baratinhos a partir de 5 reais, e lá você encontrará textos que eu não escrevi em lugar nenhum). Mansa Musa é tido como o homem mais rico que já viveu, mas há outro que chega perto. Seu nome era Amenhotep III, nono rei da Décima Oitava Dinastia do Egito Antigo.

Não sei se você é como eu e tem curiosidade de saber como eram essas figuras. Temos as estátuas e esfinges. Algumas representações em pinturas. Mas como podemos saber a real face desses personagens? Bem, no tocante a Amenhotep III, temos uma pista. Ele não é bem como imaginávamos, mas é muito bem representado pra alguém com muita grana.

Amenhotep III, também conhecido como Amenhotep, o Magnífico, governou o Egito de 1386 a 1349 A.E.C. (ou de junho de 1388 A.E.C. a 1351 A.E.C.; não se sabe com certeza), após a morte de seu pai, Tutmés IV. Amenhotep III era filho de Tutmés IV e de uma esposa secundária, Mutemwiya, e seu reinado foi um período de prosperidade e esplendor sem precedentes, quando o Egito atingiu o auge de seu poder artístico e de comércio internacional. Por isso, ele é considerado um dos maiores reis do Egito Antigo.

Seu filho, como todo bom jovem, fez caquinha e acabou sendo odiado por todo mundo: Akhenaton, o sujeito que instituiu o monoteísmo no Egito. Também é digno de nota que Amenhotep III era avô de alguém que, apesar de sua irrelevância como governante, ficou famoso porque sua tumba foi encontrada praticamente intacta com toda a riqueza digna de um rei do Egito: Tutancâmon.

Amenhotep III reinou durante um período de prosperidade pacífica, dedicando-se a expandir os contatos diplomáticos e a extensas construções no Egito e na Núbia, já que, a saber, o Império Núbio era tão poderoso quanto o Egito, assim como o Império Kush, mas deles pouco se fala na mídia porque o Egito tem mais “Ibope”.

No quinto ano de seu reinado, Amenhotep III conduziu campanhas contra um território chamado Akuyata na Núbia. Foi lá, mostrou quem mandava e voltou com o ouro dos vitoriosos. A partir daí, seu reinado foi pacífico, exceto por alguns distúrbios no delta do Nilo, que Amenhotep, filho de Hapu, o mais proeminente oficial do rei, acalmou regulando cuidadosamente o acesso ao Egito por terra e mar.

Amenhotep III é mais conhecido por suas extensas construções em todo o Egito. Ele construiu um Templo Mortuário, do qual os Colossos de Memnon são a característica mais proeminente. Ele também construiu um grande templo em Soleb, na Núbia. Seu complexo palaciano em Malkata, na margem oeste de Tebas, foi ligado ao Nilo por um grande porto artificial, o Birket Habu. O Grande Rei também construiu as principais partes do templo em Luxor e um pílone no templo de Karnak, ambos em Tebas, a antiga capital do Egito. Ele também construiu muitos edifícios em Memphis.

Mas Amenhotep III era um dos reis humanos e estava fadado ao Eterno Sono. Ainda assim, temos a sua múmia e geral queria saber como era o Grande Rei. Bem, uma equipe de cientistas conseguiu recriar a verdadeira aparência de Amenhotep, O Grande. O especialista gráfico brasileiro Cícero Moraes foi o responsável por trazer o rosto de Amenhotep III de volta à vida, começando por recriar digitalmente o crânio do Grande Rei, usando imagens e dados de sua múmia. Cícero (o artista digital, não o das Catilinárias), então, usou dados de doadores vivos para aproximar as dimensões e a posição do nariz, orelhas, olhos e lábios do rei.

E aqui temos o processo desde o início até a face do Grande Rei retratado digitalmente com seu mui digno kepresh, a coroa de azul singular e a cobra, símbolo dos reis do Egito.

O fascinante é que o rosto recriado de Amenhotep III é muito pouco parecido com o das suas estátuas; mas cá pra nós. Ninguém quer parecer feio, com cara de tiozão do churrasco (desculpe, Memen. Mas é a verdade). Temos na recriação a vista de um tio com um rosto plácido de alguém rico bagarai e que comia do bom e do melhor, não um super-atleta, e eu DUVIDO que Alexandre da Macedônia realmente tivesse aquele porte de Capitão Grécia depois de tomar no soro do super-hoplita antes de enfrentar o Dario Vermelho e a HYDRA (de Lerna). Fídias foi um bom marqueteiro, isso, sim. E os artesãos egípcios não ficavam atrás.

Memen, The Third, bem que deveria curtir umas cervejas no cair da tarde. Ainda mais que os egípcios não só tinham cerveja, como muitas vezes era moeda de pagamento. Só o filho, aquele jovem maldito, que fez besteira dando uma de revoltz.

Descanse no Além Vida, ó Grande Rei. Que vós tenhais sido medido por Anúbis e que seu coração tenha sido pesado e sido visto mais leve que uma pluma, e navegado pelo Nilo até às estrelas em que sejais reconhecido como a divindade que és.

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