Tá um arranca-rabo danado pelo que está acontecendo na edição deste ano no Big Brother. Globo colocou um monte de gente antenada, woke e com discurso anti-violência e anti-racismo. O resultado não poderia deixar de ser outro senão vermos o pior das pessoas. Sabem o que isso significa?
Praticamente nada.
Normalmente, o BBB é um show de horrores. Uma forma de vermos o pior do ser humano, mas confesso que o desse ano está divertido; não de ver, porque eu não vejo. Mas de ouvir falar o que anda rolando lá dentro. E o que está rolando são as maravilhas da hipocrisia com gente fazendo o máximo para ser escroto, fingindo que os outros é que sempre foram.
Muitas pessoas estão espantadas na base do “mas… mas… mas… ele é assim? Ela faz isso?”. Sim, e o motivo é simples: seus santos têm pés de barro, eles não são a moral última. Ninguém é. Se você pensa que há pessoas de Moral Superior acima de todos os outros, parabéns, é um idiota.
Antes era fácil ser contra tudo e todos no BBB, porque eram anônimos. Isso era aceitável, aceitava-se repudiar publicamente um escroto. O problema é repudiar seu idolozinho, não é verdade? Ou desmorona ou passa-se paninho. Quanto ao pessoal da Moral Superior™, eles olham para o abismo e quando o abismo olha de volta, esse pessoal se penteia, pouco se importando.
Para mim, não mudou nada. Uma casa fechada só com gente boazinha seria um tédio e ninguém ia ver, mas somos biologicamente para admirar as contentas, o farejar de sangue. Nos deia alerta porque no fundo pensamos “vai sobrar pra mim”. É inevitável, como quando há um acidente e as pessoas param para ver ou os programas Mundo Cão. A edição deste ano está primorosa, com pessoal na zona vermelha da Dissonância Cognitiva.
Quando acabar, a indignação coletiva irá cessar, todo mundo voltará às suas vidinhas e os famosinhos continuarão famosinhos. Estão encerrando os contratos hoje para não fazer feio, mas as marcas sabem que o brasileiro tem memória de Dory; porque, se não tivesse, não elegeriam os mesmos parasitas de sempre.
Seus santos têm pés de barro, não importa quanta terra você tenha que comer para alegar que não.
Eu gosto de chamar esse povo perfeito sem defeitos de totem de virtude, porque é bem divertido quando o totem faz pof e todo mundo fica perdido e indignado com cara de “uééééééé”. Eu não tô acompanhando comentário sobre o programa, que dirá o programa em si, mas eu consigo imaginar o rebosteio que tá sendo.
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“Estou fingindo ser uma pessoa bacana e interessante para conseguir popularidade e atrair marcas que queiram me pagar para fazer propaganda de seus produtos” é a leitura que faço de todas celebridades que vejo biscoitando coraçãozinho em redes sociais. Por isso só uso internet para o escárnio. Tem que compensar o custo-benefício desta ferramenta.
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