Talvez por culpa de nossos livros de ciência, pensamos que nossos ancestrais formaram uma escadinha evolutiva. Aquela fila não é bem a realidade; na verdade, os ancestrais estão em diversos galhos evolutivos, e muitos desses galhos cresceram juntos, um paralelo ao outro, e o mínimo que podemos esperar é que vários hominídeos tenham convivido.
Um grupo de pesquisadores dando um rolê lá pela África deram com o crânio mais antigo conhecido do Homo erectus, o primeiro de nossos ancestrais a ser quase humano. Mas calma.
Drimolen é um sistema de palaeocavernas, localizado na província de Gauteng, a cerca de 40 km ao norte de Joanesburgo, na África do Sul. Está situado na área que foi batizada de “”Berço da Humanidade” , pois contém um complexo de cavernas de calcário, por causa de vários fósseis de diferentes hominídeos que deram origem a nós. Não, eles não viraram magicamente “nós”, mas foi um processo bem longo.
Anos de escavação meticulosa em Drimolen resultou na recuperação de vários fósseis importantes, mas recentemente um outro fóssil chamou a atenção: um crânio atribuído ao Homo erectus, datando cerca de dois milhões de anos.
Não, não é um crânio completo. Você acha que fossilização é como aparece nos filmes? Mas mesmo esses fragmentos informam muita coisa, à medida que é comparado com outros fósseis já encontrados, formando um vislumbre da imagem total ao se olhar para uma peça do quebra-cabeças; mesmo porque, foi realmente um quebra-cabeças, pois o crânio foi reconstruído a partir de mais de 150 fragmentos separados, pertencendo a um indivíduo com idade entre três e seis anos.
Mas calma. Você acha que acabou? Outros fósseis foram encontrados em Drimolen e pertencem a um gênero diferente de seres humanos antigos: o Paranthropus robustus. Achou pouco? Também foram encontrados fósseis de Australopithecus sediba. Não, nossos tatatatatatatataravós se conheciam em diferentes ramos de nossa árvore genealógica, e isso é fascinante.
Tão fascinante quanto isso foi o crânio ser de uma criança, o que ajuda a compreender melhor a nossa história. E se você quiser saber mais, a descoberta foi publicada na Science.