Num esquete do George Carlin, ele argumenta que o planeta gosta de plásticos como uma de suas criações, seus bebês. Não apenas isso, plásticos responderiam a um grande questionamento filosófico:
– Por que estamos aqui?
Nossa brutal arrogância acha que estamos destruindo o planeta, sendo que o planeta está muito bem, obrigado. Nós que estamos ferrados, mas estamos de certa forma, dando uma mãozinha devolvendo à Mãe Natureza microplásticos. Acha que não? Bem, então diga isso aos pesquisadores que rastrearam o carbono oriundo de plásticos e descobriram que ele foi utilizado para a formação de ácidos graxos benéficos, ômega-3 e ômega-6 por micróbios originários dos lagos húmicos. In your face, Greta!
O dr. Sami Taipale é professor-conferencista de Recursos Ambientais e Meio-Ambiente do Departamento de Ciências Biológicas e do Meio Ambiente da universidade de Jyväskylä (só a Finlândia arruma estes nomes) que não só copiei e colei como não faço a menor ideia como se pronuncia este nome que, com certeza, invocará algum balrog.
Taipale e seus colegas, enquanto tiram folga na oficina do papai Noel, estudaram a biodegradação do polietileno, normalmente usado em potes, jarras etc. O polietileno foi identificado com o isótopo 13C, que permite a tecnologia mais sensível para o estudo do destino de materiais que degradam lentamente. Dessa forma, eles marcaram peças de polietileno com carbono-13. Depois, é só seguir o marcador radioativo para saber aonde o lazarento vai parar.
O método de marcação radioativa de Taipale é bem sensível. Tão sensível que foi capaz de mostrar que depois que o polietileno se fragmentou em pedaços bem pequenos durante a sua degradação, os carbonos-13 do microplástico foi seguido até os pesquisadores chegarem até um processo biológico de incorporação, isto é, os micro-organismos se “alimentaram” destes microplásticos e incorporaram as moléculas em seus sistemas biológicos e os transformaram em ácidos graxos essenciais.
Em outro estudo, esses ácidos graxos essenciais apoiaram o crescimento e se integraram às membranas celulares do zooplâncton herbívoro, próximo nível na cadeia alimentar aquática. Em outras palavras, os microplásticos foram absorvidos, digeridos e metabolizados por seres vivos.
OPA! Podemos mandar a Greta à merda e despejar plásticos a torto e a direito pro ambiente, certo?
Não que eu adore a Greta e seu discursinho pronto e feito pelos pais (pois é, ela é uma negação saindo do script, mas o assunto não é este). Acontece que não é porque seres vivos podem dar conta de polietileno que pode fazê-lo com todo e qualquer tipo de plástico. Não apenas isso, pense que não é porque você adora hambúrguer que se eu despejar o carregamento de um caminhãozão de hambúrgueres na sua casa que você terá condições de comer tudo em poucas horas ou até o fim da semana. Mas com certeza, aquele seu canudo não é o grande malvadão, quando um sachê de catchup tem muito mais plástico. Ainda assim, a Natureza pode dar conta de plásticos, o problema está na quantidade.
Como eu sei que você quer saber mais, você pode saber mais lendo a publicação que saiu na Scientific Reports.