Você é daqueles que olha a notícia e fica pesaroso com mortes, assassinatos e violência extrema, achando que estamos, se não indo pro inferno, nos tornando o próprio. Nunca o mundo foi tão violento, certo? Nunca antes houve tantos assassinatos, não é mesmo? Pois pasme-se, jovem. Como sempre, você não sabe nada. A verdade é que as taxas de homicídio e demais expressões de violência estão caindo.
Sim, o mundo está melhor!
O dr. Mateus Rennó Santos é professor-assistente de Criminologia do Departamento de Criminologia e Justiça Criminal da Faculdade de Ciências Comportamentais da Universidade do Sul da Flórida. Sim, Mateuzão é brasileiro, formado na UFMG. Manda um “oi” pra ele no Twitter. Ele pesquisa… bem, crimes, né?
De acordo com a pesquisa, foram analisados dados de 1990 a 2015 em 126 países que compunham 90% da população mundial. Na maioria desses países, pessoas entre 15 e 29 anos são responsáveis ??por uma grande proporção de homicídios. No entanto, essa faixa etária está encolhendo, representando agora 21% da população global.
As maiores quedas nos índices de assassinatos ocorreram em regiões com menos crimes, o que não quer dizer muita coisa. Onde já não se praticava muitos crimes, passaram a cometer menos ainda. Nesse ínterim, América do Norte e a Europa Ocidental tiveram uma redução de 40% nos homicídios, a Ásia teve um declínio de 37,5% e houve um declínio de 20% na Europa Oriental e na Oceania. Nos Estados Unidos, a taxa de homicídios caiu 43% entre 1991 e 2000. Passou de 10 em cada 100.000 pessoas mortas por homicídio para quase seis por 100.000.
Péra, isso significa…
Que a histeria por tiroteios em massa é injustificada, pois é mais fácil morrer pelas próprias mãos de alguém do que por tiro. Alguns idiotas alegaram que essas quedas tinham relação com legalização do aborto e melhorias na economia. O problema é que países em que isso não aconteceu também houve quedas nas taxas de assassinatos. Ou seja, não houve mais mortes porque pessoal não quis matar, independente do motivo externo!
E você aí pensando que vivemos numa guerra civil.
Então, jovens estão se matando menos, e ainda não se sabe direito o motivo. Não é por isso que você vai deixar de ler o trabalho, que foi publicado na Plos One, e está aberto para quem quiser ler.