Dilemas filosóficos: se você morrer, seu crime prescreve?

Este é um artigo delicioso para imprimir, amarrar numa pedra e atirar pela janela do Departamento de Filosofia de uma universidade. Afinal, quando acaba a vida, acaba tudo inerente a ela, inclusive nossos crimes? Bem, é o que Benjamin Schreiber argumenta. Ele foi condenado à prisão perpétua depois de ter espancado um homem até a morte com o cabo de uma picareta em 1996. Problema que ele morreu na prisão. Acabou a pena, certo?

Problema que reviveram ele. E aí?

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O crime perfeito na ponta de uma agulha

O corpo lívido, sem vida, estava submerso na água serena numa casa às escuras e só a luz trêmula do banheiro banhava de uma luz amarelada o que ocorrera. Seu corpo nu e belo, alvo mesmo quando era viva, não veria a luz do sol novamente, mas em contrapartida não indicava sinais de violência. Uma morte em paz, sem dor ou desespero… ou assim parecia. Sapatos engraxados adentraram o banheiro, sujando-o. Outra pessoa, com o pijama encharcado, mostrara a cena. O homem do sapato engraxado parou em frente à cena; sim, ela está morta, senhor. Outros sapatos chegaram, analisaram criticamente o que estavam vendo. Não havia sinais de crime, mas algo não parecia certo perante aquela visão que poderia ser vista como uma foto artística, mas era um acontecimento bizarro por causa dos detalhes que pareciam não se encaixar.

Eram 23 horas e 30 minutos do que parecia ser uma noite calma do dia 3 de maio do ano de nosso Senhor de 1957. Elizabeth Barlow então desprovida da luz de seus olhos, jazia morta em Bradford, Yorkshire, no Reino Unido. E ninguém sabia como… ou por quê. Se era um crime, era um crime perfeito. Continuar lendo “O crime perfeito na ponta de uma agulha”

Acusado de estuprar a mãe vai preso e fica em presídio feminino

Chris Chandler é um psicopata, estuprador, filho da puta, com 39 anos na fuça. Este merda tem 50 mil assinantes no seu canal do Tubo e 60 mil seguidores no Twitter. Este inútil está como convidado dos cidadãos da Virgínia vendo o Sol nascer quadrado, sob a acusação de supostamente ter estuprado sua mãe de 79 anos, que sofre de demência. E isso aconteceu várias vezes, ao que parece.

Ah, sim. Ia me esquecendo. Como Chandler se diz ser trans, ele ficará no Central Virginia Regional Jail, na ala feminina. Sim, esta linda moça acima é ele. Uma mulher completinha. Continuar lendo “Acusado de estuprar a mãe vai preso e fica em presídio feminino”

Apague o passado, destrua a história. Fica mais fácil te dominar

Está ainda rendendo o lance da estátua de Borba Gato que foi incendiada. A única coisa que eu tenho contra a estátua: é feia, mas está no padrão arquitetônico paulistano de construções feias. Ok, queimaram a estátua. O que isso mudou na vida das pessoas? Jogar uma bomba na avenida Presidente Vargas porque Getúlio era um ditador fascista vagabundo vai mudar algo? Eu acho que não.

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Traficantes criam “Complexo de Israel”, pela glória do Senhor

Eu acho fascinante o fato de haver traficantes evangélicos, que seguindo as palavras de Jesus (a parte de executar quem não se submeter a ele, por exemplo, e odiar pais e mães), perseguem templos de religiões afro e governam com fuzil de ferro as favelas. Só na cabeça do pessoal da Vieira Souto que favela é conduzida em paz e que traficante não mexe com os moradores. Se bem que o cara não vai falar mal do fornecedor dele, né?

Então, chega a notícia que Peixão, um traficante, está controlando as favelas da Zona Norte do Rio, unificando num único complexo de “Complexo de Israel” impondo a religião do Príncipe da Paz enquanto some com um monte de gente que ele acha que deveria sumir.

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Grandes Nomes da Ciência: Frances Glessner Lee

Os investigadores olham a cena. Algo está errado. Eles se detêm nos detalhes. Sim, algo está muito estranho. Sim, a vítima se matou, é o que tudo indica… mas tem algo errado! Por que alguém que cometeria suicídio teria feito um bolo pouco antes? Não, não faz sentido. Os investigadores chegaram à conclusão: assassinato. A perpetradora foi uma senhora, uma senhora de olhos doces e rechonchudinha como a Dona Benta. Uma senhora que cometeu vários assassinatos de todos os tipos, desde facadas até tiros, envenenamento, enforcamento e asfixia.

A tia era uma máquina de bolar as mais cruéis mortes, sendo mestra em disfarçar os assassinatos, dando trabalho para investigadores, brincando com o poder de dedução deles usando seus conjuntos de casas de bonecas. Sim, isso mesmo que você leu: casinhas de bonecas.

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Taxas de homicídio caem no mundo todo. E você achando que tudo está pior

Você é daqueles que olha a notícia e fica pesaroso com mortes, assassinatos e violência extrema, achando que estamos, se não indo pro inferno, nos tornando o próprio. Nunca o mundo foi tão violento, certo? Nunca antes houve tantos assassinatos, não é mesmo? Pois pasme-se, jovem. Como sempre, você não sabe nada. A verdade é que as taxas de homicídio e demais expressões de violência estão caindo.

Sim, o mundo está melhor!

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Em Rondônia, vender fruta perto de crianças é crime. Denuncie!

No Brasil, não dá pra ser honesto. Algumas pessoas tentam, mas nem sempre conseguem escapar da máxima: “Bonzinho só se fode!”. Isso aliado à mania do brasileiro de ser um pulha e um sistema jurídico retardado que pune pequenos criminosos, micro-criminosos e quem efetivamente não cometeu crime nenhum!

Um perfeito caso desse último é uma tia em Rondônia que foi autuada e multada pelo simples expediente de vender frutas perto de colégios. Malditos traficantes!

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A importância que não se dá a um assassinato de alguém que ninguém liga

A senhora da foto é a dona Antônia Conceição da Silva. Dona Antônia era uma boa pessoa. Ela não incomodava ninguém. Era uma pessoa pobre, mas nem por isso fazia mal às pessoas. Você não sabe nada sobre ela. Ninguém sabe. Muito mal saiu uma notícia de jornal informando que essa pobre senhora foi assassinada de forma brutal. Foi estrangulada e morta a pauladas, e isso por dinheiro. Sim, ela foi assaltada, e seu assassino levou a vultosa quantia de 30 reais. Não trinta milhões ou sequer trinta mil. Trinta reais. Uma nota de vinte e uma de dez. só isso. Mas você não sabe., ninguém mais sabe.

Dona Antônia não era ninguém e para a humanidade continua não sendo ninguém.

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Eulogia a uma vítima de assassinato

Eis-nos aqui. Era para ser um momento de celebrarmos, ainda com tristeza. Mas não há como. Não é uma morte que veio de causas naturais, a não ser que por “natural” você entenda o descaso patente de uma tribo burra, selvagem e ignorante. Um bando de incultos que não têm apreço pela Cultura. Ninguém pareceu se importar no estado até que as chamas irromperam. Séculos de escritos, documentos e pesquisas estão perdidos. Não adianta sequer imaginar a reconstrução física, pois o valor que lá tinha poderia ser alocado numa choupana que ainda assim seria inestimável. Talvez, numa choupana estivessem mais seguros.

Da minha janela eu vi arderem as estruturas, e vi também as chamas consumirem tudo lá. A sabedoria e cultura de vários povos virou cinza e se perdeu na suave brisa da noite, quando o Inferno parecia consumir tudo, tendo o próprio senhor do submundo decidido pela destruição irrestrita, mas eu bem sei que não foi ele. Foram homens. Simples homens mortais que pouco se importam com cultura e conhecimento, numa irresponsabilidade absurda.

Meus joelhos tremem, minhas pernas fraquejam, meus olhos marejam perante a perda incalculável que jamais poderá ser reposta.

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