Se você estudou num colégio decente, você aprendeu sobre ciclo da água. Se não estudou, provavelmente está perpetuando esta bobagem de “a água está acabando” e fica com receio de dar descarga, achando que cada vez que você puxar a cordinha o mundo estará próximo de virar um deserto. Claro, os sistemas pluviais e correntes oceânicas estão mais interligados do que você pensa, já que as mudanças nas correntes oceânicas no Oceano Atlântico influenciam a precipitação no Hemisfério Ocidental, e esta “ligação” está ativa há milhares de anos.
O dr. Kaustubh Thirumalai, além te der nome que faz você cuspir nos outros e é péssimo para falar se estiver comendo farofa, é pesquisador da Universidade de Brown, especializado em paleoclimatologia e paleo-oceanografia. Ou seja, ele gosta de coisa velha, mas não tão velhas quanto yo momma.
De acordo com a pesquisa do doutor Kashino…Kastro… doutor Tiomersal… Thirumalai (sim, é isso!), os mecanismos de sistemas em equilíbrio entre chuvas e correntes oceânicas são os mesmos desde sempre. Claro, levando em conta o movimento das placas tectónicas, mas este movimento só fez mudar por onde a corrente segue, o que fez mudar como as chuvas caem. Quando dois sistemas estão intimamente ligados, as alterações que um sofre é refletido no outro.
Tirolesa, digo, Thirumalai chefiou um conjunto de pesquisadores que acabaram por concluir como essa dinâmica está em equilíbrio entre as correntes subaquáticas do oceano Atlântico e as chuvas nas Américas. Não só isso, este equilíbrio faz com que afete o clima global da Terra, movendo a água quente dos trópicos para os pólos num imenso circuito chamado “Circulação Termoalina”.
A circulação termoalina já é conhecida. O que o doutor Thi estava pesquisando tinha a ver com rastrear as mudanças na circulação oceânica com novos detalhes ao estudar três núcleos de sedimentos extraídos do fundo marinho do Golfo do México em 2010, durante um cruzeiro científico. As amostras coletadas trouxeram informações bem interessantes. Elas revelam fatores que influenciaram a força da corrente do oceano em sedimentos em faixas de 30 anos dos últimos 4.400 anos. Estas amostras serviram para estudar e reconstruir como era o clima do planeta, determinando a temperatura e salinidade das águas do Oceano Atlântico.
Os resultados indicam que, tanto hoje como há muito, muito tempo, as correntes de superfície do Oceano Atlântico se correlacionam com os padrões de precipitação no Hemisfério Ocidental. Isso mostra que existe uma correlação entre os padrões atual e de antes no tocante à precipitação.
Claro, você não vai ficar aí só neste artigo, né? Corre lá para o artigo indexado no periódico Nature Communications.
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