Considerações sobre a pena de morte

Olá pessoal!

Eu planejo há anos escrever algo sobre a pena de morte, mas nunca sai. Agora, com a (uma iminente, uma já ocorrida) execução de dois brasileiros na Indonésia, condenados por tráfico de drogas, resolvi tentar externalizar alguns pensamentos sobre o tema.

Antes de tudo, preciso deixar duas coisas bem clara: sou, ao mesmo tempo, uma ávida gore junkie e totalmente contra a pena de morte. Parece contraditório, mas, acredite, não é. Quanto mais eu leio sobre o assunto, mais contra eu fico.

Vou tentar explicar por quê.

O esquema do texto é o seguinte: vou fazer uma breve discussão sobre o assunto, os planos de discussão e argumentos, e depois vou apresentar meu ponto de vista sobre o assunto a partir do que já foi dito. Não tenho a intenção de fazer O texto final sobre o assunto. Não sou especialista nisso. Sou apenas curiosa. E palpiteira. Vamos lá.

Há vários aspectos a serem considerados quando se fala em pena de morte – filosóficos, sociais, econômicos, psicológicos… Você pode ver o assunto de diversos pontos de vista: jurídico, moral, psicológico, econômico. Eu não entendo grande coisa de nada disso, mas me interesso pelo assunto há anos e posso indicar alguma bibliografia pra quem quiser começar.

Vou começar pelo aspecto mais abstrato: é moral o Estado tirar a vida de um indivíduo? É certo? É errado? Por quê?
Há basicamente duas correntes de argumentos aqui. Uma delas segue o ponto de vista de que o bem maior justifica males menores, ou seja, em nome do todo/Estado/sociedade, pode-se infligir algo a um indivíduo. É aquela metáfora do “se seu pé está gangrenado, vamos cortar antes que contamine o resto e seu corpo continua de boa”.
A outra corrente diz que não é bem assim… Uma pessoa, criminoso ou não, não é um pé gangrenado, mas um indivíduo pleno de direitos e deveres que devem ser respeitados, e isso inclui seu direito à vida (vamos ignorar a retórica do “e o direito à vida da vítima?” por favor, for the sake of argument).
Obviamente essa discussão inclui discutir e definir coisas complicadas: o que é vida? O que é morte? A vida é sagrada? Os seres humanos são animais tão melhores assim que o resto?

Não há uma resposta clara para essas perguntas, e é por isso que o debate sobre a pena de morte tá rolando aí desde que o mundo é mundo.

Subindo um pouco na escala de mais abstrato > mais pragmático, vou falar agora um pouco dos aspectos sociais/jurídicos (eles se misturam, principalmente em sociedades ocidentais) da pena de morte. A pena de morte é, basicamente, um código de Hamurabi, olho por olho etc. Ela é o tipo mais “primitivo” (odeio essa palavra e não queria usar esse tipo de argumento, mas não consegui achar melhor, então vamos lá) de justiça. O que é justiça? O que é vingança? São coisas meio difíceis de definir.
Aqui também vamos ter basicamente dois tipos de argumentos.

É o seguinte, a sociedade é organizada através de leis, que definem como os indivíduos vão se relacionar entre si, em todos os aspectos sociais. Vira e mexe alguém vai passar por cima de alguma lei, por diversos motivos. O que fazer quando isso acontece? Como a gente vai manter a estabilidade social através das leis? Aí inventaram a justiça. No início, a gente só aplicava o Hamurabi mesmo, a punição era exatamente igual ou proporcional ao desvio. Mas a nossa organização social mudou e não cabe mais utilizar esse tipo de visão das coisas.
Aí vêm os dois argumentos: um deles associa justiça a punição – saiu da linha, vai pagar por isso. O outro, que vem da tradição iluminista, já associa justiça a reintegração/reeducação – saiu da linha, vamos fazer você voltar e manter a estabilidade social. Esse segundo argumento costuma vir associado ao argumento de que o indivíduo é um ser pleno de direitos etc etc até porque são ideias que surgiram mais ou menos juntas, com os pensadores iluministas na Europa dos séculos XVI, XVII e XVIII.

Subindo mais na escala, vamos ver aspectos pragmáticos. Primeiro, como é implementado um sistema jurídico em que pessoas podem perder sua vida como punição para um crime cometido? Quais as implicaturas sociais e econômicas disso? Esse tipo de “funciona”? E o que é “funcionar”?
Pessoas que defendem a pena de morte veem esse tipo de punição como a cajadada que mata um monte de coelhos de uma vez só: impede a reincidência, serve como exemplo para que outros não repitam a burrada do amiguinho (“deterrent”), satisfaz a sede de vingança da sociedade. Teoricamente é mais barato que custear prisão perpétua/reeducação (há controvérsias aí, mas não consegui achar o link).

Até a vinda de caras como o Beccaria (leia a obra-prima dele aqui em PDF), a pena de morte nem era um fim em si mesmo. Ela era aplicada aos mais diversos crimes, como roubar uma vaca (leiam sobre o Halifax Gibbet na Wikipédia), falsificação de moeda (leiam sobre boil alive na Wikipédia), apostasia/heresia (leiam sobre queimado vivo na Wikipédia) etc etc. E não simplesmente pegavam o cara e matavam. Havia uma série de torturas, antes e durante a execução em si, ao qual o condenado era submetido (leiam sobre o borzeguim, por exemplo). Na Inglaterra, até meados do século XVII, homens condenados por alta traição eram enforcados, mas não até a morte, aí eram retirados da forca, cortavam a barriga deles e tiravam as tripas e os órgãos genitais, mas não até a morte, por fim cortavam a cabeça e os membros (leiam sobre hanged, drawn and quartered). Mulheres condenadas por alta traição eram queimadas vivas. A França tinha a roda até meados do século XVIII (a roda era um jeito bem filhadaputa de matar alguém; o cara era amarrado numa roda de carroça, o carrasco quebrava o corpo dele todo sem acertar uma parte mapuito importante, e o cara era deixado agonizando até morrer).
Demorou muito tempo para caras como o Beccaria serem ouvidos. O que eles propunham? Que os criminosos são gente que nem a gente, que saíram da linha mas ainda assim merecem ser tratados como gente. Que as punições contra eles fossem humanas, que a gente parasse de tratar justiça como vingança e sede de sangue, que se tivesse outra visão de como estabilizar a sociedade. (Essa discussão está apresentada de uma maneira muito interessante no livro do jurista italiano Italo Mereu, A Morte como Pena. Vale a pena, é pequeno.)

Sobre como a pena de morte “funciona”. Ela impede a reincidência? Sim, pois o cara morreu e não volta mais. Ela impede que outros cometam aquele crime? Muito provavelmente não. E temos aí um grande problema: ela pode matar inocentes.

E aí vem o paradoxo da pena de morte: se matar um inocente é assassinato, e o Estado mata em nosso nome, e o Estado mata um inocente, aí somos todos assassinos.

E pra morte não tem jeito, não dá pra ressuscitar o cara e dizer “pô, foi mal, erramos”.

E o sistema, de qualquer lugar do mundo, tá muito MUITO longe de ser perfeito a ponto de não matar inocentes. Estima-se que 4% dos condenados à morte sejam inocentes. 4% é muito, porra. Pra não ter nenhum outro efeito a não ser aplacar a sede de vingança?

E matar as pessoas custa caro. Pra minimizar erros, os caras ficam no corredor da morte por décadas a fio pedindo clemência, revisão de caso, essas coisas. Isso sem contar custos com o meio de execução (sejam drogas, armas, etc), últimos pedidos, últimas refeições. Condenados à morte são normalmente isolados, e manter esse tipo de instalação não é barato. Como lidar com esses custos, sobretudo se as pessoas não querem agar impostos? Nos EUA estão rolando prisões terceirizadas, privatizadas, onde presos são utilizados em situação análoga a escravidão (e, se não me engano, lá não se pode impor trabalhos forçados como punição). Resultado disso? Estão aumentando as penas, principalmente pra crimes não violentos, para aumentar o lucro de quem investe nessas prisões.

Outro problema: questões raciais. Por mais que a gente insista que raça não existe, existe um problema cultural/social com raça. E nos EUA isso fica bem claro. E lá os negros são as principais vítimas do sistema. Olhem essa lista aqui. Não tem como negar que um sistema em que isso entre na conta desbalanceando tudo seja injusto. Um sistema assim não deveria poder tirar a vida das pessoas.

(Vejam esse Bullshit do Penn & Teller para mais detalhes, números e informações interessantes)

(Vejam as letters from the death row no Gawker para uma visão interna sobre o sistema e as pessoas envolvidas nele)

E é por essas e outras que sou contra a pena de morte. Ela é injusta. Ela não funciona. Ela apela aos nossos instintos mais baixos, quando deveríamos ser mais “civilizados”, ao menos em sociedade. Ela é cruel. Ela é desnecessária. Quanto mais eu leio sobre os sofrimentos das pessoas que passaram e passam por isso, mais eu sou contra esse tipo de instituição.

sistemas como o de países nórdicos que vêm conseguindo boas taxas de reinserção social de presos. Há muito a se fazer ainda para se conseguir uma definição do que é justiça.

(Sobre psicopatas, pessoas que não têm como serem reinseridas na sociedade, eu não sei se há estudos sobre isso, mas eu tive uma discussão muito interessante sobre isso uma vez e acredito que, de alguma maneira, deve haver um meio de manter esses indivíduos bem, com dignidade, recebendo apoio psicológico e psiquiátrico, sem ter que tirar a vida deles.)

Basicamente, é isso. Estou longe de esgotar o assunto. Mas espero que possamos começar um bom diálogo a partir daí.

27 comentários em “Considerações sobre a pena de morte

  1. Não se foque só no sistema americano, que é quebrado. Você devia ler sobre o sistema japonês (sim, tem pena de morte). Apenas lembrando que aqui a pena de morte tem apoio de mais de 80% da população. E um dos países mais seguros do mundo pra se morar (mesmo com os desastres naturais levados em conta).

    Os condenados à morte (geralmente por múltiplo homicídio ou crimes considerados extremos) não são considerados mais presidiários; isso faz com que percam direitos que são normais à outros presidiários (mas te garanto que ainda é melhor que uma prisão regular brasileira – geralmente eles tem apenas regalias negadas, como TV e acesso à livros, visitas, além de serem isolados, etc.). O tempo de espera até a execução é de 7 a 10 anos em média. A sentença é enforcamento (barato, efetivo e de morte rápida).
    Em resumo, não sai nem um pouco caro manter um condenado à morte nesses termos, tampouco é dado um tratamento desumano.

    Melhor do que sustentar um condenado por 30 anos ou até perpetuamente. Fora isso, o número de execuções aqui é baixo; não pelo sistema, mas pelo índice de crimes que é baixo.

    Sobre reabilitação, você acredita que um assassino (que matou mais de uma pessoa) vai se reabilitar na sociedade? Acredito em reabilitação para crimes leves, mas em caso de pena de morte o condenado é geralmente considerado inapto de viver em sociedade novamente.

    Bom , esta é minha opinião. Mas gostei do teu artigo e da discussão. Esperando pra ver a opinião dos outros quanto à isso também! :)

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    1. Olá Tomoyo! Eu não conheço detalhes a fundo do sistema japonês – vou procurar saber agora.

      Sobre enforcamento, estudei bastante sobre a fisiologia e não posso concordar que seja um bom método de execução. Ele depende muito do peso/altura do condenado, e pode facilmente gerar decapitações e estrangulamentos longos.

      Em detalhes, se interessar: a teoria é que o sujeito cai num ângulo bizarro, com a corda pressionando contra o pescoço, gerando momento para fraturar a cervical (morte praticamente imediata, dói relativamente pouco porque quebra a conexão do sistema de reflexo). Na prática, se a corda for curta demais o momento não é suficiente, a coluna não quebra e a corda age como um estrangulador, normalmente impedindo a circulação pela jugular (e não necessariamente sufocando). Estrangulamento mata por hipóxia e pode ser bem demorado (chega até mais de meia hora).
      Por outro lado, se a corda for comprida demais, ela pode fazer um movimento bizarro e cortar o pescoço.

      Acho que os aspectos que acho mais “appealing” para eu ser contra a pena de morte são: o paradoxo (se você mata um inocente você é assassino e deve também ser executado), a ineficiência e a preocupação em tentar buscar soluções mais humanas e “civilizadas” para lidar com o crime.
      Não sei se as pessoas que cometem crimes terríveis podem ser reinseridas na sociedade, mas também não sei se matá-las como cachorros raivosos também é uma boa solução. Deve ter um meio termo.

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      1. Sobre o sistema japonês eu já havia lido alguma coisa… lá são raros os casos de pena de morte. Alias, de todos os paises ‘desenvolvidos’ o Japão e Estados Unidos são os unicos que possuem pena de morte. Ainda no caso dos EUA são apenas alguns estados que ainda utilizam esse tipo de punição.

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  2. Também sou contra a pena de morte. Admito que não exatamente por motivos humanistas pois acho que existem casos em que nem a morte é punição suficiente. Sim, eu acho que quem comete um crime deve ser punido de alguma forma. Também acho que de alguma forma devia ser exigido que trabalhassem pois sustentar os criminosos pelo resto de suas vidas não dá.

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  3. Pegue um imbecil qualquer: um exemplo prático, um traficante.
    Pegue um pais com leis conhecidas e rígidas, digamos uma Indonésia.
    Esse imbecil vai, ciente, cometer um crime (de alto risco, com possibilidade de alto lucro pessoal). É pego (tadinho do criminoso…). Então o erro é da lei por ser extrema? Assim é fácil!

    O sistema penitenciário é “olho por olho”, isso que é justiça. Roubou um carro? Seguinte: perdeu tua liberdade por tantos anos. Roubou um carro e colocou em risco a vida do cara enquanto roubava? Vai ficar o mesmo que antes, e mais “X” anos preso, para compensar a merda que tu fez. Matou? Morre!

    Conforme o tamanho da merda, acredito que tem de haver uma resposta de igual peso pela sociedade.
    Quer um sistema bonitinho para de punir crimes. “Tadinho, ele matou mas hoje um dia vai se arrepender”… “tadinho, ele roubou o carro mas um dia vai se arrepender…”.

    Mas concordo, 4% é bastante. Não acabe com 96%… o problema é 4% e isso que tem de acabar.

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  4. Não entendi. O link para a lista de 2013 tem 39 execuções. Ela lista 23 brancos, 13 negros e 3 latinos, mas a autora usa como justificativa para mostrar que os negros são as maiores vítimas do sistema.

    É fato que os negros são marginalizados nos EUA, mas se você quer falar sobre isso, é melhor apontar dados que suportem suas afirmações.

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  5. Refazendo meu comentário que não apareceu no outro sistema (ou mais ou menos igual).

    Sou contra a pena de morte, não acho que sirva de exemplo e em alguns casos nem a morte serve como punição.

    Sou a favor de prisão perpétua para retirar da sociedade indivíduos perigosos. Sou a favor de que o cara seja obrigado a trabalhar para que pague os custos de sua prisão. Também acho que crimes devem ser punidos de alguma forma e a prisão também é pra isso, não apenas para ressocializar. Afinal, mesmo que seja feito um trabalho com o cara, ele deve estar preso durante esse período.

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  6. Sou o tipo de indivíduo que reprova a atitude de qualquer outro indivíduo decidir por mim quaisquer que seja o assunto. Por conseguinte, também considero bizarro que uma criação moderna chamada Estado tenha mais poderes sobre mim do que eu mesmo. Naturalmente, me horroriza a idéia de que essa entidade Estado decida pelo fim da minha vida, quanto mais se por justificativa puder-se valer da acusação de um crime que jamais existiu.

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    1. Sou o tipo de indivíduo que reprova a atitude de qualquer outro indivíduo decidir por mim quaisquer que seja o assunto

      Parabéns. Você acabou de criar o Anarquismo.

      Eu também sou contra que o Estado decida o que eu posso e não posso fazer. Vou na sua casa e mato você e toda a sua família. Afinal, para que seguir leis, né?

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      1. Provavelmente você não irá em minha casa me matar pelo simples fato de eu expor idéias anarquistas, pois embora haja gente estúpida o suficiente pra tanto, aposto que você não refletiu o suficiente o quanto essa afirmação beirou a idiotice. Além do mais, não cabe a mim os méritos por fundar o anarquismo, pois nos mais de 100 mil anos da espécie homo, o Estado é uma criação relativamente recente. Além do mais, a possibilidade de gestos violentos tem muitas condicionantes que não se limitam à legislação, como o fato de que ao entrar em minha residência você está fazendo uma aposta em que, caso vença, não sei o que ganha, e caso perca, perderá tudo. Não acredito que você conheça a respeito, portanto procure pesquisar um argumento do movimento abolicionista penal, chamado argumento da cifra negra, afim de confrontar sua sensação de segurança proveniente do sistema legal vigente com a real eficiência e eficássia do mesmo. Por fim, a função do Estado na atualidade está em pé de igualdade com as funções que as divindades exerciam no passado, de modo que indivíduos menos evoluídos atribuem a estas ficções Qdeuses/Estado o direito de decidir por eles, e não apenas isso, também tem nessas ficções a sensação de segurança que se deposita em arquétipos psicológicos.

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        1. Provavelmente você não irá em minha casa me matar pelo simples fato de eu expor idéias anarquistas

          Mas se eu fizer, vc vai achar certo.

          aposto que você não refletiu o suficiente o quanto essa afirmação beirou a idiotice.

          Baseada nas suas. Viu como o argumento se volta contra você, a princesa acha que não e mais válido? Assim é mole!

          Além do mais, não cabe a mim os méritos por fundar o anarquismo, pois nos mais de 100 mil anos da espécie homo, o Estado é uma criação relativamente recente.

          Sim, antes matávamos desmazeladamente. Que sorte que foi criada uma ordem social.

          Além do mais, a possibilidade de gestos violentos tem muitas condicionantes que não se limitam à legislação, como o fato de que ao entrar em minha residência você está fazendo uma aposta em que, caso vença, não sei o que ganha, e caso perca, perderá tudo.

          Irrelevante. Eu não aceito nenhuma amarra social. Faço o que eu quero. Foi isso que vc pregou.

          Não acredito que você conheça a respeito, portanto procure pesquisar um argumento do movimento abolicionista penal, chamado argumento da cifra negra, afim de confrontar sua sensação de segurança proveniente do sistema legal vigente com a real eficiência e eficássia do mesmo.

          Isso não significa “o Estado não pode mandar em mim”. Deixa de ser convarde e enfrente as consequências do seu argumento.

          Por fim, a função do Estado na atualidade está em pé de igualdade com as funções que as divindades exerciam no passado, de modo que indivíduos menos evoluídos atribuem a estas ficções Qdeuses/Estado o direito de decidir por eles, e não apenas isso, também tem nessas ficções a sensação de segurança que se deposita em arquétipos psicológicos.

          Com a diferença que

          1) Você pode eleger quem você quiser para cargos legislativos e executivos

          2) Se candidatar a cargos legislativos e executivos

          Só que isso é irrelevante perante seu argumento que não quer ser regrado por ninguém.

          E é “eficácia”

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          1. Seu melhor argumento é citar minhas frases e manifestar sua postura meramente axiológica que você discorda, o que para mim e para qualquer um é irrelevante. Se você acreditar que fatores que determinam um assassinato são meras questões maniqueístas como proibido/permitido, fica de pronto demonstrado que seu entendimento sobre as relações entre os diferentes indivíduos se dá apenas por influência de criações normativas. Se você acredita que penderíamos necessariamente para a barbârie, muito bem, é seu direito que assim prefira, porém nem todas as melhores mentes que refletiram sobre o assunto tiveram a mesma conclusão, vide John Lock e Rousseau. Por conseguinte, você faz questão de revelar que leu sobre meu contraponto da eficácia, até corrigindo meu ortografia, e curiosamente se esquivou de contrapor a linha de pensamento na qual cometi o pecado do vernáculo. Não sei o nome da falácia onde você refuta o argumentador exibindo erros de grafia, mas estou curioso para tanto. Agora se eu menciono respostas com embasamentos, correntes jurídicas e filosóficas e você nada faz além de espernear, então pouco parece que a insistência poderá promover algum debate no sentido exato do termo.

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          2. Seu melhor argumento é citar minhas frases e manifestar sua postura meramente axiológica que você discorda, o que para mim e para qualquer um é irrelevante.

            TRADUÇÃO: Falarei besteira porque André me pegou num ponto no qual demonstrei ser estúpido ao dizer que posso fazer o que quiser, mas os outros, não.

            Se você acreditar que fatores que determinam um assassinato são meras questões maniqueístas como proibido/permitido, fica de pronto demonstrado que seu entendimento sobre as relações entre os diferentes indivíduos se dá apenas por influência de criações normativas.

            TRADUÇÃO: Eu continuo querendo fazer o que eu quero e tudo tem que ser permitido pra mim, mas os outros têm que obedecer as leis. Continuou sem ter argumentação para derrubar isso.

            Se você acredita que penderíamos necessariamente para a barbârie, muito bem, é seu direito que assim prefira, porém nem todas as melhores mentes que refletiram sobre o assunto tiveram a mesma conclusão, vide John Lock e Rousseau.

            TRADUÇÃO: Apelarei para a falácia ad Verecundiam, pois não consigo sustentar minha posição perante o labirinto lógico que eu me meti.

            Por conseguinte, você faz questão de revelar que leu sobre meu contraponto da eficácia, até corrigindo meu ortografia, e curiosamente se esquivou de contrapor a linha de pensamento na qual cometi o pecado do vernáculo.

            TRADUÇÃO: Fingirei que não vi que André me deu uma chave de braço lógica. Assim me convenço que eu sou inteligente, mesmo não sendo.

            Não sei o nome da falácia onde você refuta o argumentador exibindo erros de grafia, mas estou curioso para tanto.

            TRADUÇÃO: Inventarei um dilema ético, focando que o André apontou apenas a minha péssima grafia, ao invés de respondê-lo. Sou burro e não tenho como fazer isso.

            Agora se eu menciono respostas com embasamentos, correntes jurídicas e filosóficas e você nada faz além de espernear, então pouco parece que a insistência poderá promover algum debate no sentido exato do termo.

            TRADUÇÃO: Inventarei alguma corrente jurídica que se baseia em princípios legais, quando Anarquia é exatamente contra isso, como expus, mas sou muito burro para perceber que não tenho como sair. Vou jogar ad hominem mesmo.

            PS. Não sei escrever “Locke”.

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  7. Sobre o link falando da questão racial: está errado mesmo. Eu pus o link errado, não estou achando o certo e não sei se consigo alterar o post. Então desconsiderem.

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  8. Olha, esse texto foi muito bom. Deu muita vontade de estudar sobre o assunto. E partilho da sua opinião, matar é injusto, esse “direito” que o estado tem de querer justificar algo com a morte de alguém, só pra parecer que se fez justiça, acho totalmente errado. Vi a lista de pessoas que foram executadas e fiquei com “água nos olhos”, porque me imaginei na mesma situação deles, esperando meu último dia. É realmente algo torturante e desumano.

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    1. Eu não fico com água nos olhos por causa de bandido. E você não fica. É fácil sentir o coraçãozinho apertado quando lê letrinhas na Internet. Aí, você vê casos como o Bandido da Luz Vermelha. Qual a primeira coisa que ele fez depois de liberto, você sabe?

      Essa escória não tem salvação, Fernandinho Beira-Mar não se tornará exemplo para a sociedade. Ponto.

      Vingança? Não. Eliminar essa escória da sociedade é simplesmente nos livrarmos de indivíduos que quando saírem da prisão farão a mesma coisa ou pior. Basta ver o histórico do que tem acontecido. Prisão perpétua? Porque isso seria mais humano que limar logo o cara da existência?

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      1. Caro André, é o seguinte. Sei que você é um cara muito mais inteligente do que eu, no sentido de conhecer o mundo da ciência e a mente humana. Mas não, André, você não me conhece, então por favor, não chegue a conclusão de que não fiquei com “água nos olhos”, porque sim, fiquei mesmo. Lamento, mas você não está totalmente certo sobre, na verdade o máximo que você pode estar certo sobre mim e minha pessoal é 50% para certo e 50% para errado. Por que tenho certeza disso? Pelo simples fato inegável de você não é meu amigo, não é meu conhecido, não é meu pai, não é minha mãe, e não é ninguém da minha família. Por tanto, limite-se a dizer quem você mesmo é pare de dizer o que eu não sou.

        Qaunto ao caso do bandido da luz vermelha, eu lhe pergunto: você realmente entende o porquê dele ter feito isso? Acha que um amontoado de genes é o bastante para dizer quem ele é ou o que realmente ele irá fazer contra alguém?

        Acha mesmo que o Gene egoísta de Dawkins é a resposta do todo, humano? Por favor, eu não estou querendo guerra com você, do fundo da minha mente, eu lhe adimiro como uma pessoa, diferente das demais mas ainda assim, você não é o todo e ninguém lhe deu o direito de julgar ninguém, por tanto, nunca me julgue sem me conhecer e nunca me diga que eu não sinto a dor de alguém, eu sou um ser humano, não uma pedra.

        Se quiser continuar conversando, estou disposto a lhe ouvir, como disse, eu não sou uma pedra, eu tenho emoção e um amontoado de genes não é o bastante para explicar o que sou.

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        1. Lamento, mas você não está totalmente certo sobre, na verdade o máximo que você pode estar certo sobre mim e minha pessoal é 50%

          Uma percentagem alta.

          Qaunto ao caso do bandido da luz vermelha, eu lhe pergunto: você realmente entende o porquê dele ter feito isso?

          POrque era um maníaco psicopata. Próxima pergunta.

          Acha que um amontoado de genes é o bastante para dizer quem ele é ou o que realmente ele irá fazer contra alguém?

          Eu acho que os fatos por si só. Mas, OHHHHHHH, coitadinho…

          Acha mesmo que o Gene egoísta de Dawkins é a resposta do todo, humano?

          Argumentum ad Leão da Montanha

          você não é o todo e ninguém lhe deu o direito de julgar ninguém

          Apelo à Misericórdia. Está perdendo seu tempo com comentariozinho sentimental.

          nunca me julgue sem me conhecer e nunca me diga que eu não sinto a dor de alguém, eu sou um ser humano, não uma pedra.

          Quero ver você com esse sentimento de amor ao próximo com uma arma apontada pra cabeça.

          eu não sou uma pedra, eu tenho emoção e um amontoado de genes não é o bastante para explicar o que sou.

          Eu não converso com chorão. Ou argumenta ou passa a vez. Mimnimimi comigo não tem lugar.

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  9. Concordo com os argumentos da autora. Costumo dizer que tenho vários motivos para ser contra a pena de morte, mas o principal é o absurdo de equiparar a estrutura do Estado, com vários órgãos, pessoas (supostamente) racionais, representando toda a sociedade com assassinos eventuais em momentos de descontrole e ira ou sociopatas irrecuperáveis. E se a pena capital funcionasse os EUA seriam o país desenvolvido com menor índice de criminalidade. E não, não tenho peninha de bandido que morre em ação, nem culpo policiais que matam vagabundos quando há resistência à prisão e risco aos policiais.

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    1. O erro de vocês é achar que assassinos eventuais e ladrões de galinha serão executados. Nunca mencionam esses traficantes perigosíssimos, com mais mortes nas costas do que grãos de areia na praia.

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  10. Acredito que a pena de morte deveria ser aplicada só em caso de reincidência, assim evitaria entrar no paradoxo do indivíduo inocente, lhe dando a oportunidade de ser inserido na sociedade novamente.

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  11. A pena de morte funciona sim,evidentemente ela não vai evitar os crimes,pois sempre existirá um tolo querendo testar o sistema.O objetivo é inibir e isso ocorre pois o celerado vai pensar bem antes de agir.
    Para um país de 300 milhóes de habitantes com população heterogênea como os EUA, os resultados são excelentes.Aliás a justiça lá é muuuito melhor que aqui e com uma segurança pública infinitamente melhor também.E quanto ao “paradoxo” simplesmente não há,pois se o estado executa um inocente ele está cometendo um erro grave,já o criminoso executa de forma intencional e muitas vezes com prazer mórbido.Imagine quantas vidas de inocentes serão poupadas quando se elimina uma besta assassina destas!
    Os erros do estado são desprezíveis quando se faz estas contas…

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  12. Não sei quão abordante é a pena de morte nos países que a adotam, como Indonésia. Mas acho que crime premeditado que resulte em danos morais, deva ser punido com mais vigor que apenas reclusão.

    Como comentado aqui, o traficante foi lá com quilos de drogas com intenção de vender, dezenas de viciados e seus familiares e a sociedade serão vítimas do consumidor da droga que pra bancar dependência vai roubar. O uso recreativo e ocasional da droga não justifica quem se torna viciado nela. E é o traficante que está vendendo ela sem autorização, sem licença médica, sem responsabilidade social, que é o responsável.

    O traficante não é um ladrão de galinhas ou de pão, que possa ser reeducado, ter sua necessidade suprida e reintegrado na sociedade. Ele é um oportunista que explora a fraqueza alheia não importando que danos cause. E não foi um crime de oportunidade, ele planejou adquirir a droga e entrar com ela no país pra vender.

    O mesmo vale pra assassinos em série ou em massa. Não é um homicídio motivado por um momento de raiva ou por acidente. É premeditado, tudo bem planejado. Ladrões “profissionais” também. Mafiosos e crime organizado.

    Presídios, são escolas para alguns criminosos, lá eles compartilham informação, técnicas. Treinam para ser fortes e lutar bem, pra quando saírem cometerem crimes com maior eficiência. Não todos, mas estes violentos que a pena de morte tiraria do mundo. Não é triste estes seres perdendo a vida, eles já perderam, é triste o caminho que escolheram.

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