Hutch, o robô extensão do seu próprio corpo

O mundo da telepresença é algo fascinante. Você poder interagir a distância com um ambiente, mesmo estando a quilômetros dali, dá um gosto todo especial de ficção científica, mas que é realidade. Não vivemos no futuro. Vivemos um presente maravilhoso, com um amargo gosto de passado quando vemos que muita coisa não mudou há séculos.

Alguns pesquisadores da Universidade Internacional da Flórida resolveram deixar de lado um pouco os Everglades para criar algo mais maneiro: um policial de aço Jiban robô controlado à distância, repetindo o movimento de uma pessoa de verdade, nos mínimos detalhes.


Este sorriso não me engana.

O avô do T-800 atende pelo nome de Telebot, mas foi apelidado de “Hutch”, e o segundo a ser produzido deve se chamar “Starsky”. Ele é uma geringonça de 1,82m, o que é quase a minha altura, mas um pouco mais magrinho: 34 kg. Ele é… ok, ele é feio. Talvez por causa do Vale da Estranheza, ou porque ele se parece com:

Como ainda não inventamos o cérebro positrônico, Hutch é controlado à distância. Ele não é um robô, robô. Ele poderia ser descrito como um marionete de moderna tecnologia, repetindo os movimentos que seu mestre faz. Afinal, “robô” é derivado da palavra checa “robota”, que significa “trabalho forçado”, tendo sido usado pela primeira vez na obra R.U.R. por Karel Capek (mas a palavra em si foi cunhada pelo irmão de Karel, Josef Capek).

A pesquisa contou com uma doação de 20 mil dólares do tenente-comandante Jeremy Robins, da Marinha dos EUA, e visava ajudar na reabilitação de veteranos machucados. A equipe começou a trabalhar em 2012 com dois robôs em empréstimo do Instituto para Cognição Humana e Máquina (IHMC). A ideia é usar a telepresença para ajudar policiais com deficiência de volta em ação, ou executar missões onde nenhuma pessoa normal ficaria feliz de mandar outro ser humano, como reconhecimento e até desarmar bombas.

Daqui a pouco, o projeto será refinado onde teremos pilotos, cirurgiões e professores de colégio estadual, operados a distância, com seu operador em segurança. O vídeo institucional é realmente fantástico:

Eu acho que pensar no Hutch apenas para policiamento é algo idiota. Ele não pode pular cercas, se espremer entre lugares apertados, vencer obstáculos ou se mover rápido o bstante. Como viram no vídeo, há um pequeno lag entre o comando e ação do robô, então, filhos, esqueçam o Robocop. A realidade é tão mais simples e mais maravilhosa: pense num simples veterano de guerra (seja no Afeganistão ou na incursão numa favela do Rio), ferido seriamente, idoso ou crianças nascida com algum tipo de deficiência motora sendo capaz de pegar uma simples garrafa de água.

Substituir homens na rua? Nah, acho que não. Treinar um policial pode não sair mais barato, mas tem coisas que a presença humana é mais eficiente. Achamos que o mundo tem que ser como acontece nos filmes de ficção científica, quando ele (o mundo, não os filmes) é tão mais simples e, por isso, mais desafiador.


Fonte: Mãe da Criança.

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