Evolução não existe, mas esqueceram de dizer isso às doenças resistentes a antibióticos

Todos nós sabemos que os malditos evolucionistas-darwinistas-ateístas estão errados e que Evolução é algo criado para nos desviar dos caminhos de Nosso Senhor. Infelizmente, esses evolucionistas são tão convincentes que convenceram até mesmo a Natureza. Em um relatório do CDC, o Centro de Controle de Doenças, de Atlanta, os números não são nada animadores, quando o índice de doenças que resistentes aos atuais antibióticos não para de crescer.

Obviamente, tudo isso é mentira. Sabemos que todas as espécies são imutáveis desde o tempo do dilúvio. Noé mesmo?

Dr. Tom Frieden não é o que se pode chamar de bundão. Afinal, o CDC não contrata bundões, muito menos para o cargo de diretoria Segundo um relatório da entidade, apresentado pelo próprio Frieden, a população dos EUA está ferrada. Pelo menos dois milhões de norte-americanos estão infectados com doenças resistentes a algum tipo de antibiótico. No Brasil? Não, esta aqui é a Terra onde universidades têm cursos de Homeopatia e Astrologia e Museus de Geologia falam de energia mística de cristais e de Atlântida (não, EU NÃO ESTOU BRINCANDO!)

Frieden alertou que "se não tomarmos cuidado , em breve estará em uma era pós- antibiótica (…) Sem uma ação urgente agora , mais pacientes serão empurrados de volta a um tempo antes tínhamos medicamentos eficazes."

A Fundação Instituto Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) fez até um simpósio sobre isso… Em 2006. Eles podiam dar uma atualizada. Sei lá, mas devem ter cortado verbas novamente.

O relatório do CDC pode ser baixado AQUI. E, não. Não estamos em muito melhores condições. Só o Clostridium difficile, uma praga que afeta o trato gastrointestinal, causando desde diarreias até colite pseudomembranosa. Esta tristeza tem sua força ampliada graças a antibióticos e só nos EUA causa maravilhosa marca de 250.000 infecções por ano e 14.000 mortes que estão intimamente relacionadas com o uso dos antibióticos.

Sim, eu sabia que você ia ficar feliz com isso.

Nossos maiores aliados, os antibióticos, foram uma revolução médica. Mas a mão sinistra e silenciosa da Seleção Natural não se importa com quem vive ou morre. Apenas é o que é. Aquelas cepas que conseguiram sobreviver aos antibióticos geraram descendentes cada vez mais fortes. Não temos como saber até quando nossa atual medicina poderá conter estas lazarentas dessas bactérias. O processo evolutivo não para só porque queremos ou porque rezamos pra Buda, Ishtar ou o Joe Pesci. Milhares de cientistas em todo o mundo estão preocupados com o que fazer a seguir.

Seja lá o que for, é bom que seja rápido!


Fonte: The Verge

12 comentários em “Evolução não existe, mas esqueceram de dizer isso às doenças resistentes a antibióticos

  1. André, a primeira leitura o artigo não fala sobre evolução mas sim sobre seleção natural. A cepa resistente já existe. Evolução seria se essa cepa surgisse, no meio de uma colônia cultivada a partir de uma única espécie, por mutação de indivíduos desta colônia. Estou certo?

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  2. A falta de investimentos da indústria farmacêutica também colabora. Parece ser mais rentável criar remédios que tornem as doenças crônicas do que curá-las.

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  3. Ao ler o artigo me veio uma pergunta na cabeça. O que é preciso para que a Teoria da Evolução seja elevada ao status de lei?
    .
    Agradeço o esclarecimento desde já.

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    1. @Almeida, não sei se o meu raciocínio está correto, mas já li certa vez que ela não pode ser “elevada ao status de lei” porquê ela não pode ser usada para prever fenômenos futuros.

      A “lei do uso e desuso” de Lamarck estava errada mas fazia essa previsão. Se uma determinada espécie usasse demais os seus braços, eles iriam de desenvolver de uma forma X. Ela dizia o que ia acontecer.

      As leis da mecânica (clássica) descrevem o que acontece com um objeto ao sofrer a ação de diversas forças. Não é preciso fazer o experimento físico para descrever a ação futura de um corpo se movendo.

      Com a Teoria da Evolução, a mesma coisa. Se ela fosse uma lei, poderíamos (tendo dados o suficiente), prever o desenvolvimento de uma espécie, coisa que não podemos. Só podemos explicar as alterações passadas.

      Podemos prever que uma cepa bacteriana ficará resistente a antibióticos, mas não temos como prever o mecanismo (mudança na membrana celular? alteração na proteína que se liga ao antibiótico? receber genes de outras bactérias por transmissão horizontal? receber genes humanos por transmissão vertical?) nem saber se ela não irá simplesmente deixar de existir.

      Tenho que ler mais sobre Teoria da Ciência, mas esse é o meu entendimento corrente sobre o assunto. De todo modo, leia também o link que o André passou. Conhecimento nunca é demais.

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        1. @André, imaginei que não. Já tinha lido aquele texto antes (ano passado talvez), mas tenho que dedicar mais tempo a entender o assunto de forma plena.

          Estava relendo ele agora inclusive.

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