Veja, ilustre passageiro, o belo tipo faceiro que o senhor tem ao seu lado. E acredite, seus cachinhos dourados não precisam necessariamente ser de origem europeia ou da farmácia da esquina. Pelo menos, é o que pesquisadores descobriram ao analisar o DNA de alguns moradores das Ilhas Salomão. Será que eles perdem o direito a cota?
A Melanésia não é um país. É uma região da Oceania, no extremo oeste do Oceano Pacífico e a nordeste da Austrália, que inclui os territórios das ilhas Molucas, Nova Guiné, ilhas Salomão, Vanuatu, Nova Caledónia e Fiji. (sim, copiei da Wikipédia, mas eu conferi se as informações estão certas)
A Melanésia tem este nome por causa do tom de pele negro de seus habitantes. Este nome foi dado por Jules Dumont d’Urville em 1832 para diferenciar dos nativos da Polinésia e da Micronésia (coisa que eu também copiei da Wikipédia. Dá um tempo, estou cansado).
A questão é que a origem dos cabelos loiros era devido a uma mutação no gene TYRP1, responsável por codificar uma enzima que age fortemente na pigmentação em ratos. Como você deve saber, tanto ratos quanto você são mamíferos e não por acaso compartilham uma boa quantidade de genes. O gene TYRP1 sofreu mutação e durante a especiação ficou com os primatas, a saber: humanos.
Durante as migrações humanas, algumas tribos se dirigiram para o norte, indo para a Europa. Estes povos expressaram o gene TYRP1, oque acabou lhes conferindo cabelos loiros. Entretanto, algumas pessoas das Ilhas Salomão, que ficam muito, muito longe da Europa (você sabe encontrar a Oceania num mapa, não sabe?), apresentam cor de cabelos aloirados também, apesar da natural tom de pele mais escuro. Um estudo sobre essas pessoas revelou que elas evoluíram de forma diferente dos seus primos Europeus.
De acordo com o dr. Carlos Bustamante, professor de Genética da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, o gene responsável pelo cabelo loiro das pessoas das Ilhas Salomão não é exatamente o TYRP1, significando que essa característica não foi herdada de invasores europeus. A pesquisa foi publicada no periódico Science.
Para investigar a base genética Bustamante e seus colegas coletaram dados de cerca de 1.000 pessoas. A esses dados estavam contidas informações sobre cor dos cabelos e dos olhos, pressão sanguínea, altura e peso, além de coleta de material genético, obviamente. Eles compararam os genomas de vários indivíduos das Ilhas Salomão e descobriram que os ilhéus loiros tinham uma única mutação no gene TYRP1. Nos europeus, o gene TYRP1 não está envolvido da mesma forma, então a conclusão lógica é que se os ilhéus salomônicos são loiros, é por que eles evoluíram de forma diferente dos europeus. Cerca de um quarto da população das Ilhas Salomão são portadores da mutação em seus genomas, mas como ele é recessivo,não aparece logo de cara, como você deve ter aprendido no colégio. Para que um gene recessivo seja expressado, são necessários dois deles.
Para o dr. Carlos Bustamante, a mutação melanésia pode ter surgido entre 5.000 e 30.000 anos atrás, mas fica como mistério saber porque ele não se tornou majoritário nas ilhas. Em termos de competição sexual, Carlos não conseguiu nenhuma informação sobre alguma vantagem adaptativa para a escolha de parceiros. Nada diz que há alguma preferência na formação de parceiros tendo a cor do cabelo como critério de escolha, mas você não esperava ter todas as respostas assim, de mão beijada, não é?

E tem tanto babaca de cabelinho loiro que se acha raça superior, menosprezando qualquer outra ( principalmente a raça negra )!
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:shock: PS …. nada contra os de pele clara e cabelos loiros… mas sim, contra os preconceituosos de plantão metidos a bestas!!!
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Eu ti prosseço.
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Haveria algum motivo para se considerar como mistério, já que os genes são recessivos?
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Não existe mistério. O que existe são coisas que os cientistas ainda não descobriram. eu IMAGINO que a mutação aconteceu numa população (evolução é medida por populações e não indivíduos) e a partir daí o cruzamento fez expressar o gene.
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