O cérebro é um projeto inteligente que demonstra como o projetista andava bêbado durante a sua criação. É um dos mais porcos sistemas jamais criados, incrivelmente feito na base da gambiarra macgaiverista. Qualquer dia, um exame mais profundo demonstrará que ele foi feito com chiclete, fita veda-tudo e cortado ao meio com um canivete suíço.
Nossos avós diziam que a beleza está nos olhos de quem vê (pergunte a qualquer mulher de jogador de futebol), mas o inverso também é verdade. Nossos olhos, tão malfeitos quanto nossos cérebros, são capazes de ver coisas que não existe, pois a Gambiarra-Mor processa tudo de qualquer jeito.
O dr. Jason M Tangen e sua equipe fizeram um estudo interessante. Eles fizeram um vídeo com dois rostos (um em cada canto), sendo o meio apenas uma cruzinha. O estudo orienta as pessoas a olharem fixamente para a cruzinha, enquanto os rostos de cada lado mudam de forma abrupta. O que se dá é algo de dar medo, pois temos a impressão que as faces ficam terrivelmente feias e distorcidas.
Arrepiante, não? Vemos que os rostos, à medida que o tempo passa, ficarem mais feios e distorcidos. Isso se dá por vários motivos.
De princípio, seus olhos são formados basicamente por dois tipos de células. As células bastonetes e as células cones.
As células bastonetes identificam a intensidade luminosa, mas não distingue com perfeição os diferentes comprimentos de onda. Elas estão localizadas mais pra periferia da retina.Quando algo se move na lateral do seu campo de visão lateral (a chamada “visão periférica”), você consegue identificar o movimento, e o ato instintivo é se virar, o que faz com que você se direcione para o autor do movimento e este será identificado com maiores detalhes pelas células cones. As células bastonetes estão na periferia da retina (visão periférica) e identificam a intensidade luminosa, mas não são capazes de distinguir com perfeição os diferentes comprimentos de onda. Dessa forma, você capta imagens que não são nítidas e o máximo que ele lhe pode propiciar é chamar a sua atenção, fazendo com que você use as células centrais, as células cones, que são responsáveis pela captação de toda imagem. E daí a imagem captada vai para…
O lixo evolutivo chamado "cérebro" capta as imagens e as processa. O problema é que há um lapso de tempo entre a captação da imagem e processamento, isto é, o cérebro capta a imagem e demora um tantinho pra saber o que aquilo significa. Acontece que você NÃO VÊ a imagem toda de uma vez. Se você observar bem o olho, ele está em constante movimento, "varrendo" o ambiente, pois apenas um ponto focal consegue discernir com exatidão. Assim, este ponto é deslocado à medida que os olhos se movimentam. Seriam como se eu estivesse num quarto escuro com uma lanterna. Eu "varreria" o quarto com a lanterna, de forma a identificar o que tem dentro dele. As imagens processadas vão para o cérebro e este faz a montagem; só que durante este tempo o ambiente e o objeto observado podem mudar, mas as informações não param de chegar, acumulando um monte de dados no cérebro, o qual não faz a menor ideia do que significa. Quando o cérebro não faz ideia do que algo significa, esta coisa porcamente ridícula simplesmente INVENTA a informação. Quanto mais ele inventa, mais ele tenta entender o que está acontecendo, e assim sucessivamente.
É por causa deste processo que são possíveis as ilusões de óptica e shows de mágica. Um movimento de mão do ilusionista e sua atenção é desfocada e o truque acontece. No caso do vídeo acima, as informações faciais (formato da boca, cor dos olhos, feitio do rosto etc.) mudam antes que o cérebro possa construir a imagem, e as informações começam a se mesclar, e as pessoas acabem com olhos imensos, orelhas deformadas, cabeças chatas e assim por diante. Legal, não?
Isso nos faz pensar muita coisa: principalmente sobre as primeiras impressões e se você é daqueles que se apaixona à primeira vista, tome cuidado. Aquela princesa pode não ser bem o que você imaginava.
Fontes: Bad Astronomy, que viu no Gizmodo, que se baseou no resumo da pesquisa. Nenhuma chaleira foi vista falando sobre isso.

Arrepiante e impressionante.
Pena que a chaleira quebrada nunca divulgue algo assim, rsrs
É interessante como nosso cérebro possa criar coisas tão fantásticas, como carros, computadores, aviões e grandes obras e, ao mesmo tempo, cometa tantos erros esdrúxulos e bizarros.
De qualquer forma, vemos que uma das “perfeitas” criações do nosso grande Design Inteligente foi um belo fail :mrgreen:
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@mike.9010, ERRATA: onde se lê “divulgue”, leia-se “divulga”.
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Nossa…. Não pensava que era tão malfeito assim. :arrow:
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É por isso que quando vemos uma pessoa [do sexo oposto] muito bonita e consideramos seu potencial para acasalamento, nossas pupilas dilatam, captando o maior número de informação a fim da fazer uma boa (e rápida) decisão, não só da aparência mas da expressão corpórea que indica estado emocional, personalidade, etc.
Um exemplo legal é paixão (platônica) à primeira vista por alguém que você só viu por alguns segundos e nunca mais. Tendemos a criar fantasias de um relacionamento, preenchendo lacunas com nossos desejos subjetivos, e então inevitavelmente vindo à decepção quando não são realizados.
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@Sorete, por isso fiquei com medo.
PS: que a digníssima não leia o que escrevi aqui, porque ela não está nem aí para o desempenho do nosso cérebro…
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Me pareceu que dos lados tinham seres tão lindos quanto os alienígenas presentes no Star Wars.
Vi o vídeo três vezes e é incrível como o cérebro parece incapaz de processar dados relativamente simples. Fiquei com medo… :shock:
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Assustador.
Nosso próprio cérebro é capaz de mostrar o quanto somos malfeitos, nosso projetista inteligente é um verdadeiro troll!
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Ler sobre o cérebro me faz pensar numa (porca) analogia do cérebro com rochas ígneas (como o granito): as condições do ambiente forçaram um desenvolvimento rápido e não houve tempo de deixar tudo muito organizadinho, então tanto o cérebro quanto as rochas ígneas são uma bagunça se você for olhar de perto; no entanto, ambos são complexos em sua estrutura e fascinantes a quem os estuda.
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Impressionante.
Tem uma coisa que eu gosto de fazer desde criança: eu olho fixamente para um ponto, depois fecho um dos olhos (e vejo o mesmo objeto e paisagem com um olho só), depois fecho o outro olho; repito o abrir e fechar de olhos várias vezes, aumentando a velocidade. A impressão que isso causa é que o objeto ou paisagem está ‘chegando mais perto’ de mim. Sempre gostei de fazer isso, especialmente no entardecer ou qdo tinha muito sol, pois o efeito era potencializado pela luz. Minha mãe odiava, me dizia ‘que os outros iram pensar que eu tinha algum problema’. Nunca me importei e às vezes faço isso. :)
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Meu cérebro processa informações mais divertidas quando eu deixo de usar meus óculos. Na verdade, toda imagem fora das lentes fica mais distorcida e “criativa”.
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