Cientistas da Universidade de Cambridge, Inglaterra, afirmam que a obesidade infantil pode ser causada por uma mutação genética. Os resultados de sua pesquisa mostram pela primeira vez que a condição pode ser genética, e não o resultado puramente com relação à alimentação.

O estudo pode cair como uma bomba em cima dos serviços sociais, já que ele mostra que não é uma questão simplesmente de comer no McDonald’s que você ficará balofo. Isso pode ser ruim pois poderá estimular os jovens a continuar comendo aquela tosqueira que chamam de sanduíche.

Algumas das crianças no estudo foram desclassificadas para a pesquisa por causa da suspeita de elas estarem sendo superalimentados. Assim já foram retirados da lista, para garantir uma pesquisa mais acurada. Então, os pesquisadores descobriram que certos tipos de mutação genética estavam presentes em pessoas que sofrem de obesidade severa.

“Esta é a primeira evidência de que variantes do número de cópias foram ligados a uma condição metabólica, como obesidade,” disse o Dr. Matt Hurles do Wellcome Trust Sanger Institute, um dos chefes do estudo.

Sadaf Farooqi da Universidade de Cambridge, acrescentou: “Este estudo mostra que a obesidade mórbida é um problema médico sério que merece investigação científica. Acrescenta-se ao peso crescente de evidências de que uma ampla gama de variantes genéticas podem produzir um forte impulso para comer”.

A obesidade é hoje reconhecida como um importante problema de saúde pública em todo o mundo. Quase um em cada quatro crianças no Reino Unido é agora classificadas como clinicamente obesa, o valor quase duplicou na última década.

Doenças como diabetes, hipertensão e outras doenças crônicas, além de efeitos psicossociais, relacionadas com a obesidade que prevalecem entre os adultos estão ficando mais comuns entre os jovens. A percentagem de crianças e adolescentes com excesso de peso ou obesos é agora mais alta do que nunca. Os maus hábitos alimentares e a inatividade são consideradas como causa do aumento da obesidade na juventude, segundo o Obesidadeinfantil.org.

Aproximadamente 30,3% das crianças (dos 6 aos 11 anos) têm excesso de peso e 15,3% são obesas. Entre os adolescentes (dos 12 aos 19 anos) 30,4% têm excesso de peso e 15,5% são obesos.

O excesso de peso durante a infância e adolescência é prenúncio de excesso de peso na idade adulta. As crianças com excesso de peso, entre os 10 e os 14 anos, com pelo menos um dos pais obeso ou com excesso de peso, são referenciados como tendo 79% de probabilidades de que o excesso de peso se mantenha quando adultos.

A pesquisa mostra que existe mais um fator que contribui, e muito, para a obesidade entre crianças e adolescentes. Aliado ao sedentarismo, alimentação inadequada, falta de atividade física de qualquer espécie que não seja mover mouse pra lá e pra cá, contribui para que as crianças acabem se tornando adultos com sérios problemas de saúde.

Fonte: The Telegraph