Obrigado, Google. Você está nos emburrecendo

Eu me lembro quando a Internet começou a expandir-se de forma que todos os mortais pudessem ter em casa. Diziam que as pessoas teriam mais informação, aprenderiam mais etc. Ledo engano. Houve foi uma disseminação de gente burra e preguiçosa (ou preguiçoso e burro. Não sei o que veio antes). Por um lado, o Google facilitou as nossas vidas, garimpando as informações e servindo de aliado no nosso dia-a-dia. Pelo outro, ele ajuda a atrofiar o cérebro, onde as pessoas não usam o órgão (o cérebro! O cérebro!) como deveria. Pelo menos, é o que sugere uma pesquisa feita por várias universidades. Estamos ficando burros mesmo, ou isso só ficou mais facilmente constatado?

Algum mané é bem capaz de chegar aqui e me xingar (grande novidade!). Irão falar que eu sou contra a tecnologia (como coisa que “tecnologia” só apareceu depois do cara ter comprado seu core i7 e que eu estou ultrapassado. A questão não é bem essa. Eu sou do tempo que tinha que decorar os afluentes das margens esquerda e direita do rio Amazonas. Meu pai sabe, mas isso não angariou nenhuma informação relevante. Com 2 segundos de Google, eu posso saber. O dr. Watson ficou estupefato ao tomar conhecimento que o inteligentíssimo Sherlock Holmes não sabia que a Terra gira em torno do Sol. Para Sherlock Holmes, “Para mim, o cérebro de um homem é como se fosse originariamente um sótão vazio, o qual deve ser entulhado com os móveis que escolhermos. Um tolo o enche com toda quinquilharia que vai encontrando pelo caminho… O especialista, pelo contrário, mostra-se extremamente cauteloso quanto ao que coloca em seu cérebro-sótão. Depositará lá apenas as ferramentas que poderão ajudá-lo a realizar o seu trabalho, mas delas terá um vasto sortimento e todas arrumadas em perfeita ordem… é da máxima importância evitarmos que dados inúteis ocupem o lugar dos úteis”. Trecho oriundo do livro Tabloide Negro*.

Elementar, não é mesmo? Não, não é elementar, já que nos livros de Sherlock Holmes NUNCA apareceu a frase “elementar, Watson”. Sherlock ensina que o cérebro é por demais precioso para guardar quaisquer tipos de informação. Mesmo porque, informação NÃO É conhecimento. Quando meus alunos perguntam para que serve os níveis e subníveis energéticos, eu só respondo: “nos tempos que trabalhei em indústrias, nunca usei nada disso”. Níveis e subníveis energéticos <pausa dramática. André olha para a plateia e a música incidental dá um acorde> não existem! São modelos matemáticos. Níveis como as cascas de uma laranja são apenas uma forma de explicar o que existe no interior do átomo. São modelos e não representações reais. É realmente necessário saber isso? Creio que não, mas é matéria de vestibular e pronto, acabou-se.

O Google facilitou muito a tarefa de ter estas informações, assim como facilitou outras coisas, até mesmo fazendo contas (escreva 3598745211-25445 na barra de busca do Google). Se eu escrever “Boltzmann constant”, ele não titubeará e dará o valor 1,3806503 × 10—23 m2 kg s—2 K—1. Ok, eu tenho coisa mais importante a me lembrar de constantes físicas que são… constantes. Eu posso muito bem consultá-las. Por outro lado, as pessoas estão perdendo a capacidade de exercitar a memória. Elas sabem que basta ir no Google para saber o telefone de uma loja. Mesmo no caso da pessoa já ter visitado a loja e ter pego um cartão de visitas.

Pesquisadores da Universidade Harvard, a de Wisconsin-Madison e da Universidade de Columbia, todas nos EUA, realizaram testes para analisar como anda nossa dependência de informações que são triviais, mas as pessoas tendem a usar o Google. Como é esta tendência? Entre os testes estava um que estipulava o grau de dependência de informações online, para o caso de perguntas que não se saberia o teor com antecedência. Em outras palavras, os pesquisadores trabalharam com duas linhas de perguntas. Em uma delas, os entrevistados saberiam sobre o que, especificamente, iria ser perguntado; em outra parte, os pesquisadores não davam nenhuma pista aos entrevistados. O que se seguiu foi que quando a cobaia sabia o que ia ser perguntado, meio que relaxava, pois sabia que a informação poderia se facilmente encontrada online.

Em seguida, eles testaram como andava a memória das cobaias. Os testes mediam o grau de lembrança que os ratinhos-brancos-de-duas-pernas de sites e informações que já tinham pesquisado antes. Os resultados mostram que mais uma vez a preguiça falou mais alto e São Google de Xangô salvou o dia mais uma vez.

Isso se reflete das maneiras mais danosas possíveis.

CASO 1

Eu passei um trabalho certa vez. Como estava abordando a matéria de compostos nitrogenados, pedi um trabalho sobre explosivos. Um dos alunos demorou a me entregar o trabalho. Perguntou se podia mandar por e-mail. Concordei. Abri o e-mail na frente dele e vi o maravilhooooooso trabalho que começava com a mais profunda pérola em termos de informação do ponto de vista químico:

Explosivo é aquilo que explode.

(eu quase explodi com essa)

Olhando o trabalho, ele só tinha UMA página. Eu perguntei cadê as informações que eu tinha pedido quando passei o trabalho. Ele me responde como se eu fosse uma criança com problemas mentais: “Ué? Não tá vendo que cada linha tem um link? Basta clicar no link e você verá as informações”.

(calma, André. Homicídio é crime. Se bem que inseticídio não é. hummmmm…)

Na outra turma, de 1º ano do Ens. Médio, pedi um trabalho sobre cimento. O miserável fedorento esquisito emo desgraçado criatura dos infernos aluno me entrega quase 50 páginas de texto. O problema é que era um catálogo de uma fabricante de cimento, com informações tão similares ao que eu pedi quanto uma receita da cozinha maravilhosa da Ofélia (acabei de entregar a minha idade).

Quando eu informei a todos que parte da matéria da prova era exatamente sobre os trabalhos que pedi, uma horda de alunos invadiu a sala do coordenador para reclamar a minha cabeça, pois era um “absurdo que o professor passe um trabalho e queira que os alunos estudem o trabalho ou sequer o leiam depois, como se aquilo fosse importante” (sic). O negócio foi tão idiota que o coordenador nem deu trela a eles.

CASO 2

Estava eu na minha sala, pensando nas vicissitudes da vida (e doido pra ir pra casa) quando uma das alunas pergunta se eu podia ajudá-la com um trabalho. Era um exercício de matemática que ela não entendia. Eu falei pra ela puxar uma cadeira e expliquei detalhadamente cada passo do exercício até a resolução. Mandei ela reler tudo enquanto eu atendia outro aluno por causa de uma prova. Quando termino a aluna tinha, simplesmente, APAGADO todo o desenvolvimento que eu fiz e me perguntava a resposta do exercício. Depois de um esporro, eu disse que não a ajudaria em nada mais. Ela sai e depois de algum tempo volta com o exercício impresso, totalmente feito. Ela tinha pedido ajuda a uma “professora” e esta disse para usar o Gúgou.

Teste rápido. Esta “professora” é:

a) Química

b) Matemática

c) Engenheira

d) Psicopedarretardada

Outra pergunta: o Gúgou ajudou a aluna? Eu perguntei isso e arrematei: seu professor deixará, no dia da prova você abrir o notebook e consultar o Google? A resposta foi que eu não sabia de nada de tecnologia. De acordo com Nicholas Carr, atualmente somos incapazes de nos concentrar por longos períodos por causa de como usar a web nos afetou. Antes era comum as pessoas lerem livros de grandes a imensos (Os 3 Mosqueteiros, por exemplo, são 5 volumes deeeeste tamanho). Como percebo aqui mesmo, qualquer texto com mais de 5 linhas torna-se incompreensível para 60% das pessoas. Qual a saída então? Desinventar as coisas? Seria se tal coisa fosse possível, mas não é. Há vários exercícios para treinar a memória, melhorar o aprendizado e incrementar a concentração, mas ninguém quer isso. Mais fácil “liga pro meu celular pra eu registrar aqui” do que anotar 8 algarismos de um número de telefone. A imbecilização é o caminho natural, então? Não sei, mas parece.

Enquanto isso, postagens, comentários e mensagens à deriva pela internet mostram que educação, ensino e aprendizado são coisas que realmente não passam na mente da maioria das pessoas, já que o Gúgou trará a resposta. E se não trouxer, basta perguntar no Yahoo!Respostas. E se não trouxer? Ah, ki diferenssa faiz?

Pra mim? O futuro só não é negro, pois consegue ser bem pior.

*PS. Arthur Conan Doyle jamais escreveu um livro de nome Tabloide Negro. Você não sabia e esquecerá isso daqui a meia-hora.


Fonte: Daily Mail

60 comentários em “Obrigado, Google. Você está nos emburrecendo

  1. André, de qual livro de Arthur Conan Doyle você retirou a sitação de Sherlock Holmes?
    Há algo parecido no seriado no 1º episódio da série Sherlock (BBC), aliás muito boa, você chegou a vê-la?
    Quanto ao google concordo em algumas partes das quais mencionou no texto, mas o google é uma ferramenta como tantas outras de pesquisa, basta o pesquisador dedicar-se a realmente a buscar um conteúdo certo (ideal) e estar interessado em estudá-lo e “garimpar” o conteúdo adequado e útil.

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    1. André, de qual livro de Arthur Conan Doyle você retirou a sitação de Sherlock Holmes?

      Estudo em vermelho.

      Há algo parecido no seriado no 1º episódio da série Sherlock (BBC), aliás muito boa, você chegou a vê-la?

      Vi as 2 temporadas e estou ansioso esperando a 3ª.

      Quanto ao google concordo em algumas partes das quais mencionou no texto, mas o google é uma ferramenta como tantas outras de pesquisa(…)

      Releia o texto. O assunto não é o Google.

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      1. @André, realmente a displicência e preguiça desenvolvidas pelos atuais alunos é de assustar e não é somente nas escolas não, a dois anos atrás um colega meu de faculdade (pública, que querendo ou não, o nível de capacidade é para ser um pouco melhor que a privada) apresentou ao professor um trabalho de estatística descritiva com análise, não lembro corretamente o assunto, copiado inteiramente de um site palavra por palavra e o que é pior ganhou uma nota superior a meu e de muitos colegas que dedicaram-se e realmente pesquisaram sobre o tema proposto.

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  2. Passarei a usar o Bing. :razz:

    Caso 2, opção “d” (essa foi fácil, nem precisei do Google).

    Não sou tão velho, mas a tabuada sempre me foi tomada, tanto na escola quanto em casa.
    A internet tem um grande aliado nesse processo de emburrecimento, a omissão de alguns pais que simplesmente mandam os filhos à escola sem se importarem com o que fazem no computador.
    Também há aqueles que usam o Google somente para entrar nos sites de fofoca e do BBB, esses geralmente não passam dos livros da Bruna Surfistinha.
    Não adianta ter as ferramentas sem saber usá-las, nisso o brasileiro é mestre.

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      1. @André

        Peço desculpas pelo desvio de assunto!

        Entendi que o problema não é o Google, mas sim a capacidade de reter as informações e assimilar o que se aprende, como o buscador oferece tudo mastigado as pessoas estão mais relaxadas, pois estará lá quando precisarem.

        Na parte escolar, o fato dos pais não acompanharem os filhos ajuda nesse processo, mas isso é meramente opinião minha.

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  3. “Há vários exercícios para treinar a memória, melhorar o aprendizado e incrementar a concentração, mas ninguém quer isso.”

    Você pode sugerir alguns? Eu faço umas 20 sessões de Dual N-Back por dia para exercitar minha concentração.

    Os alunos parecem que não querem mais realmente aprender, nem leem o maldito trabalho só copiam. Quando eu estava na oitava série, eu vi um ser entregar um trabalho sobre modelos atômicos copiados na integra do desciclopedia( :shock: ). Felizmente depois eu fui para uma escola federal(do tipo ensino médio + técnico), nessas escolas ainda há esperança. Pelo menos as pessoas estudavam, quase não copiavam trabalhos(os que copiam eram severamente punidos), liam integralmente os livros de literatura(quase todos) .

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      1. @André,

        Sei :smile: … Eu já tenho conhecimentos de alguns como o Palácio da Memória, utilização de vinculações mnemônicas entranhas, o alfabeto fonético para números, dentre outros.

        Vou reformular minha pergunta então:
        Que exercíciosvocê especificamente recomendaria para treinar a memória, concentração?
        Outra pergunta: Você utiliza algum método de memorização? Se sim qual?

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  4. Concordo com o artigo, sou estudante do ensino médio e da para ver que a internet mudo e muito a maneira da gente fazer trabalhos e etc. Aquele tempo de pesquisar, ler, interpretar acabou mesmo, hoje a maioria dos professores aceitam ctrl c + ctrl v de boa, e dão notas boas por esses trabalhos, o que acho injusto com quem se esforça, além de premiar a preguiça. O bom disso (pelo menos pra mim) é que lá na frente terá menos concorrência :mrgreen: (acho).

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    1. oje a maioria dos professores aceitam ctrl c + ctrl v de boa, e dão notas boas por esses trabalhos, o que acho injusto com quem se esforça

      Não é que o professor aceite. Acontece que ele é obrigado a aceitar. Ah, se vcs presenciassem reuniões pedagógicas…

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      1. :shock: André… me preocupou o fato de você confirmar que é “obrigado a aceitar…” Isso abre um precedente, no mínimo, perigoso. Então você é apenas mais um refém no sistema?

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        1. Não. Sou refém de minhas contas pra pagar. Sem emprego, sem dinheiro. E isso acontece em todas as profissões.

          Sabe o caso dos trabalhos descritos? Eu dei zero e fui chamado na diretoria, pois “zero não é nota que se dê, já que o aluno FEZ o trabalho”.

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  5. Muito bom o texto.
    Como é que o aluno foi tão cara de pau a ponto de fazer um trabalho completamente de links? Eu achava que na minha época de estudos tinham pessoas preguiçosas, mas esse supera de longe qualquer um que eu já vi :shock:

    E eu passei o texto inteiro pensando “Mas que raios de livro é esse que eu nunca li do Sherlock??” mas no fim era só uma pegadinha do Malandro mesmo ;-)

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    1. Como é que o aluno foi tão cara de pau a ponto de fazer um trabalho completamente de links?

      Pior foi um que me entregou um trabalho de uma página com fonte tamanho 24 (NÃO ESTOU INVENTANDO!!!!!)

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      1. @André,

        Nossa… seria muito engraçado se não fosse trágico… eu sempre me pergunto se a minha depreciação da geração atual (não estou tão distante dela) se deve ao clássico “cada geração se considera mais inteligente do que a anterior e mais sábia do que a próxima”, mas que parece que esta tudo indo ladeira abaixo…

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  6. Esses tempos atrás eu assisti uma animação (não me lembro o nome) onde a raça humana estava perdida no espaço dentro de uma nave, todos eram gordos, burros e preguiçosos, máquinas faziam todo o serviço e a galera só no suco de laranja…. De início parecia uma idéia absurda, mas com o índice de massa corpórea dos americanos e a burrice dessa “nova classe acadêmica” eu não duvido de mais nada.

    Eu tenho uma lâmpada de plasma aqui, certa vez a levei na faculdade, disse lá que tinha aprisionado o raio que caiu em uma cerca perto de casa… A tal lâmpada virou lenda….. Eles acreditaram… Tive que desmentir pois fiquei com medo de alguém se matar tentando pegar um raio com um aquário…. Até hoje recebo e-mails perguntando como fiz aquilo… E isso já faz 7 anos…

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    1. Esses tempos atrás eu assisti uma animação (não me lembro o nome)

      Wall-E.

      Eu tenho uma lâmpada de plasma aqui, certa vez a levei na faculdade, disse lá que tinha aprisionado o raio que caiu em uma cerca perto de casa… A tal lâmpada virou lenda….. Eles acreditaram

      O som da descarga do André reverbera pelo ambiente.

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      1. @André,

        “O som da descarga do André reverbera pelo ambiente.”

        (…)
        Êia, André Carvalho!
        Não é o Google que está emburrecendo a raça humana…
        O Google só serviu para nos deixar menores. A culpa é de quem é responsável pela educação. A hora que pararem de brigar por SALÁRIOS e passarem a brigar por CONDIÇÕES, aí a situação melhora…

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          1. @André,

            O QI de uma mente reptiliana não chega a 6, de uma ave (não de rapina) então, mal consegue atingir os 11 pontos, se fosse possível, imagine o resultado do cruzamento de uma galinha com um jacaré… Uma galinha com dentes, ou um jacaré com asas?

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          2. Comentários encerrados.

            Estou cansado de mandar não desviarem a merda do assunto. Não é à toa que a bosta do país está onde está, com uma porrada de gente com Déficit de Atenção.

            Não é à toa que vocês vivem se ferrando nas faculdades, já que ficam de conversa fiada quando o professor tenta ensinar e acaba desistindo dada a incapacidade de um bando de marmanjos de prestar atenção por 5 segundos sem falar merda.

            Parabéns a cada um de vocês, da geração Google. Mais uma vez ficou provado que eu tenho razão.

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  7. Sei como é. Me lembrou quando dei aula de sociologia para o Ensino Médio (1º trimestre de 2010) e para o 2º ano, a matéria é trabalho, fordismo e etc. Passei o filme “Tempos Modernos” de Chaplin e apenas pedi um trabalho sobre o filme com a aplicação de todos os conceitos explicados em sala. Dos quase 150 alunos, apenas uma aluna fez o trabalho direito. O resto se limitou a copiar um resumo qualquer do filme.

    André, tem um erro no seu artigo. Os 3 Mosqueteiros não é enorme como você fala, com 5 volumes gigantescos. É só um livrinho de pouco mais de 500 páginas. Sei, porque tenho um exemplar e o li ano passado.

    Aliás, Dumas Pai escreve livros de aventura como ninguém. “Os 3 Mosqueteiros” e “O Conde de Monte Cristo” põem qualquer livro do Dan Brown no chinelo.

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    1. André, tem um erro no seu artigo. Os 3 Mosqueteiros não é enorme como você fala, com 5 volumes gigantescos.

      Não é o que o Paulo Rónai disse em “!Como aprendi o Português”.

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  8. Não creio que o Google seja responsável pela burrice das pessoas, apesar de ajudar exatamente como você descreveu no artigo. Sinto que as pessoas simplesmente não valorizam o conhecimento, ou nunca descobriram o prazer de saber alguma coisa, aí quando precisam de algo rápido, o Google serve para salvar a pátria. Detalhe que são as mesmas pessoas que perdem tempo com MSNs e aquelas chatas filosofias de vida no Facebook, vide como usam as citações de Caio Abreu e Clarice Lispector.
    Lembro que brinquei uma vez com isso dizendo que apesar de não saber nada de futebol, sabia que três atómos de oxigênio fazem uma molécula de ozônio. Ok, informação inútil para a maioria das pessoas, mas supre uma curiosidade legal pra mim. Acho que a garotada de hoje não vê nenhum prazer no verbo Conhecer.

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  9. Eu acho o Google uma ferramenta fantástica, mas tem de saber usar. Não apenas para uma consulta rápida e pronto. Eu procuro aprender sempre mais, afinal foi pelo Google que tomei conhecimento do Cet.net. Eu muitas anoto o que pesquiso, mas a maioria infelizmente não faz isso e como disse o finado Hitchens: “Nunca na história soubemos tão pouco sobre tanta coisa.”

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    1. @Nihil Lemos, Ah, sim. Agora que li que o assunto não é o Google em si. Bem, lembro na época eu estudava nós éramos obrigados a colocar a bibliografia. E eu não tinha internet e vivia mergulhado no meio de livros fazendo anotações para depois fazer um trabalho tomando elas como base. Hoje eu vi com meus próprios olhos gente que usa o Wikipédia e até respostas do Formspring como referência. Eu fiquei boquiaberto (era estudante de escola brasileira).

      Mas como disse acima, o Google pode ajudar se souber usar. Temos artigos da Scielo, sites universitários, etc. E a pessoa tem que estar disposta a aprender também. Mas acho que a maioria dos professores deve torcer o nariz para um trabalho com links no lugar de títulos de livros e nomes de autores.

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      1. Mas acho que a maioria dos professores deve torcer o nariz para um trabalho com links no lugar de títulos de livros e nomes de autores.

        Só se for de “professores” de sociologia, filosofia e outras coisas tão “importantes” quanto isso.

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      1. @André, desculpe pelo comentário acima. A minha estadia no Japão não tem feito bem ao meu português e prejudicado a minha capacidade de interpretação de texto. Mas com o tempo tenho retomado a minha rotina aos poucos.

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  10. Putz, deve ser um horrível escrever artigos sobre preguiça de entender e ter que aturar o mesmo nos comentários.

    Isto remete ao fato de há algum tempo eu estar estudando ( leia-se “eu” estudando e o resto “viajando”) com meus colegas para o vestibulinho de uma Etec. Conversávamos sobre a tal e entre bobagens ditas, aquilo que me impressionou foi o fato de o que os motivaram a tentar uma vaga era “a possibilidade de matar aula e as garotas”. Não discordei do segundo item, porém orei para que o Monstro do Espaguete Voador punisse tais criaturas.

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    1. @Vinicius,
      E sobre o Google, é tendência que isso piore, o que mais vejo é pirralhada sabendo mexer com ele e ficando mais dependente. Para os defensores do “gúgol” só digo que acho triste ver crianças de 10/12 anos fazendo a lição de casa se baseando SÓ na Internet e não sabendo/querendo ler um livro!

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      1. @Vinicius, eu não vejo problema algum em se basear na internet na intenet e “não ler um livro”, o problema está nas fontes que a pessoa procura.

        Pobre e sem dinheiro para comprar livros, muita coisa eu só li na internet (a biblioteca da minha escola eera quase um lugar a se evitar se você fosse aluno). Hoje mesmo quase todas as normas de engenharia que eu utilizo eu pego diretamente do site as organizações que as produzem, de modo a economizar tempo e papel.

        Muita gente aí reclama da galera que só usa MSN, mas na minha época eu usava ICQ para falar com coreanas, paquistanesas, afegãs, egípcias, alemãs, japonesas, turcas, romenas e, porquê não, brasileiras.

        Usei bastante o inglês das mais diversas formas possíveis, traduzi músicas do português para o inglês, conheci novas culturas e até estou me aventurando em aprender coreano. Esse uso da internet é que é fantástico.

        Acho triste tanta gente com 20 anos que não está interessado em aprender inglês ou mais outra língua. O mundo é vasto demais para nossa visão ficar apenas aqui no Brasil.

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        1. Acho triste tanta gente com 20 anos que não está interessado em aprender inglês ou mais outra língua.

          Pessoal não sabe nem usar o próprio idioma, quiçá outros.

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  11. Isso me faz lembrar a dependência que a calculadora causava. Bons tempos em que se decorava a tabuada. 7 x 9?
    Me pergunto como anda a caligrafia de seus alunos Andre.

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    1. Meus alunos não têm problema qto a isso, pois não copiam a matéria do quadro. Só uns 4 ou 5. daí, na época da prova, correm para tirar xerox de quem tem a matéria escrita. Eu sugeri aos donos dos cadernos que cobrassem 20 reais para cada um que pedisse emprestado.

      Mais divertido ainda é vê-los tirando xerox das minhas provas dos anos anteriores, até perceberem que eu NUNCA repito as questões.

      Se eles tivessem mulheres, eu adoraria ouvir o lamento delas.

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  12. @Guz,
    O Jumento aqui esqueceu de comentar o texto…

    O que me revolta: Em meados de 2003 eu fiz um trabalho digitado, com as informações que a professora pediu e mais algumas. Citei referencias, enfim , um trabalho que deveria ser encadernado e colocado nas estantes das bibliotecas públicas do país.

    A professora reclamou pq eu tinha digitado, ao invés de entregar o trabalho escrito a mão.

    Daí eu questionei: Professora, se o Zé copia o trabalho do joão, vc dá que nota para os dois? Pois é. Esse texto foi elaborado por mim mesmo! Leia, se você achar que o trabalho está ruim eu faço inteiro a mão. Se achar alguma cópia de uma página de internet, eu refaço.

    Até hoje eu espero que ela me devolva o trabalho :P

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  13. Esse pessoalzinho iria se ferrar com o meu professor de Economia. 3 pontos do semestre poderiam ser obtido através do trabalho, os outros através da prova.

    Ele subdividia o assunto em 4 ou 5. Cada subassunto deveria ser feito por dois grupos. O melhor grupo de cada assunto ganhava 0,5 ponto, o outro nada. O restante dos pontos era obtida pela qualidade da apresentação em sala de aula.

    Apesar de ficar várias noites em claro, adorava esse método. :twisted:

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    1. @André,

      Professor, você raivoso é um espetáculo, sério…. Acabo aprendo mais na discussão do que na lição.
      (22522647(01010011)-(431455484(01001111)-A34

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      1. A hora que eu banir cada um que desviar milimetricamente do assunto do artigo, vocês deixam de me ver como um espetáculo. Eu prefiro que ninguém comente a escreverem merda por simples incapacidade de entender o que eu escrevi.

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        1. @André,

          Mestre Carvalho, tu não entendeu uma pergunta que fiz em um “artigo” e perdeu tempo escrevendo outro “artigo” só para me chamar de idiota. Isso é ser evoluído? Isso é “não desviar do assunto”? Você vai se autobanir então? Quem comenta ou é porque tem dúvidas ou é para puxar o saco. Quem você prefere ter a seu lado? Ninguém, ótimo! Bane todo mundo e não se preocupe mais com isso…

          Doutores e Mestres não vão perder tempo lendo Blogs e YTs da vida, ainda mais artigos com o grau de acidez que tu usa, eu faço isso por obrigação, então sobram os otários, os ignorantes e os puxadores de saco. É o peso da fama, amigo, vá se acostumando.

          Toda essa enrolação aqui foi para chegar a esse ponto, pode ficar tranqüilo, vou te deixar em paz para sempre, mas vou continuar lendo cuidadosamente seus “artigos”. Qualquer coisa eu te ligo, ok?
          (ZHI.1.IKA.1)- Eswirdinkleinen Sumpfregnet?

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  14. No caso 2 a minha resposta é “D”. E quanto ao artigo, pelo o que eu entendi ninguém mais APRENDE nada hoje em dia, pois com o “gúgou” não precisa, as pessoas não retém informações, não memorizam nada, enfim, apenas se acomodam e aceitam qualquer informação que venha do GOOGLE por mais incompleta que seja e sem menor senso crítico. Devido a isso, se tornam cada vez mais ignorantes e dependentes dos buscadores online como Yahoo e Google.

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  15. Pingback: Blog do Lucho

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