
O TikTok foi uma das melhores invenções da humanidade… pelos motivos errados. Esse laboratório a céu aberto da estupidez humana onde a Ciência de Darwin ganha episódios em tempo real. É a plataforma onde receitas de bolo com Coca-Cola viram PhD em Gastronomia, onde rebolar de shortinho vira carreira promissora e onde enfiar o pescoço numa cobra venenosa é confundido com “conteúdo de qualidade para toda família”.
Se você ainda tinha dúvidas de que a evolução humana deu uma paradinha para tomar um cafezinho, é só dar uma passadinha no TikTok às 3h da manhã. É como um National Geographic dirigido por quem cheirou muita cola no colégio e apresentado pelo Zé do Caixão.
Foi nesse espírito de insânia que nosso protagonista jovem de 24 anos, lá em Muzaffarnagar (porque é claro que tinha que ser na Índia, onde até os influencers são hardcore), decidiu que estava na hora de elevar o sarrafo da genialidade humana.
Ah, você quer saber onde fica exatamente? OBÓVIO que é Uttar Pradesh!
O roteiro era simples:
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Pegar cobra venenosa (de verdade, seu pervertido)
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Enrolar no pescoço como se fosse um colar da Pandora
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Fazer malabarismos tipo “olha mãe, sem as mãos!”
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Filmar tudo como se fosse o novo Cirque du Soleil
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O probleminha? A cobra não assinou o termo de consentimento.
Segundo as testemunhas oculares (que obviamente estavam mais preocupadas em filmar do que em gritar “PÁRA COM ISSO, SEU DÉBIL MENTAL!”), uma cobra apareceu perto da casa de um vizinho. Aí chamaram nosso herói Mohit, que já tinha currículo na área; aparentemente era o Steve Irwin da Shopee hindi.
E lá foi ele: pegou a cobra com as próprias mãos (porque luvas são para fracos), enrolou no pescoço como se fosse um cachecol da Gucci, e começou a girá-la feito DJ tocando vinil. Tudo filmado, é claro, porque se não tem vídeo, não aconteceu, né? A plateia? Ah, a plateia estava lá tirando selfie e filmando também. Porque todo mundo sonha em ser influenceiro por um dia.
A cobra, que claramente não tinha lido o manual de “como ser animal de estimação para tiktokeiro”, reagiu exatamente como qualquer criatura com mais de dois neurônios funcionando: NHAC!!, e deu duas mordidas certeiras: uma no pescoço, outra na mão.
Mohit, que segundo relatos estava numa alteração de consciência profunda (leia-se: chapadaço), demorou pra sacar que tinha virado lanchinho de cobra. Voltou pra casa, jantou e dormiu, na santa inocência de quem acha que veneno de cobra é tipo ressaca: “amanhã passa”.
Spoiler: não passou.
Quando a família finalmente resolveu que talvez, só talvez, duas mordidas de cobra não fossem algo pra deixar “pro dia seguinte”, já era tarde demais. Corpo roxinho, desmaio no meio do caminho pro hospital, médicos fazendo aquela cara de “Então tá, né?”.
A polícia abriu investigação (para investigar o quê, exatamente? Se a cobra tinha licença pra morder?), e a autópsia foi requisitada. Como final feliz – porque ao menos temos um final feliz – a coitada da cobra foi solta depois, e está livre repensando a sua vida para ficar longe de retardados de redes sociais.
O bom do jovem é que ele se auto-acaba.

Um comentário em “Darwin indiano chama mais um por brincar com cobra”