Descobertos corpos de crianças enterrados como vampiros

Nas profundezas dos mares sombrios do nosso imaginário coletivo, os vampiros sempre ocuparam um lugar especial. Essas criaturas noturnas, ameaçadoras, sedentas de sangue, têm sido protagonistas de lendas e histórias assustadoras por séculos. Desde os contos de Carmilla¹ até os filmes modernos, os vampiros continuam a fascinar e aterrorizar. Mas, enquanto hoje os vemos como figuras fictícias, na Idade Média, o medo dos vampiros era muito real e palpável.

Recentemente, arqueólogos na Polônia fizeram uma descoberta macabra: os restos decapitados de duas crianças, enterradas de acordo com rituais anti-vampiros medievais. Mas o que exatamente são esses rituais e por que eles existiam?

Durante uma renovação nos jardins do Palácio dos Bispos Uniatas em Chełm, trabalhadores encontraram os esqueletos de duas crianças. Ainda foram encontrados nos fragmentos de cerâmica associados, ossos supostamente datados do século XIII.

Chełm é uma cidade localizada no sudeste da Polônia, na Voivodia (ou Província Autônoma) de Lublin, a cerca de 25 km da fronteira com a Ucrânia. A cidade tem uma rica história que remonta ao século IX, quando as primeiras evidências de assentamento foram encontradas na área.

Um dos corpos das crianças encontradas apresentava sinais claros de um “enterro de vampiro”: a cabeça foi separada do corpo e colocada de cabeça para baixo na sepultura, com pedras pesadas sobre o torso. Esses métodos eram usados para garantir que os mortos não se levantassem de suas tumbas como vampiros, criaturas que, segundo o folclore, se alimentavam do sangue dos vivos.

A descoberta foi liderada pelo dr. Stanisław Gołub, um arqueólogo do Centro de Conservação de Monumentos de Lublin. Sua pesquisa mostrou que o enterro claramente mostra sinais de práticas anti-vampiros, que visavam impedir que os mortos se levantassem novamente.

A base da pesquisa trata que, na Europa medieval, o medo dos vampiros era generalizado. As pessoas acreditavam que os mortos poderiam voltar à vida como vampiros, especialmente em tempos de epidemias ou outras tragédias. Esses mortos-vivos eram vistos como uma ameaça real, e medidas drásticas eram tomadas para impedir seu retorno.

Um suposto “bebê Drácula” também foi encontrado em solo de gesso e orientado em um eixo leste-oeste – ambos costumes comuns durante a época, além do terreno em volta ter marcas de buracos que muito provavelmente era alguma espécie de “posto de observação” para monitorar os túmulos em busca de sinais de uma ressurreição vampírica. Nenhuma das crianças foi enterrada em caixões com ornamentos funerários tradicionais; elas estavam em um local longe de qualquer cemitério conhecido.

Os rituais anti-vampiros incluíam decapitação, enterro de cabeça para baixo (caso o defunto “acordasse” iria cavar para se libertar e dançar Thriller, mas estrando de cabeça pra baixo iria se enterrar mais ainda), uso de pedras pesadas para prender o corpo e até mesmo a colocação de objetos como foices ou cadeados nos túmulos. Esses métodos visavam impedir que o suposto vampiro deixasse a sepultura e causasse danos aos vivos.

Embora hoje saibamos (sabemos?) que vampiros não existem (tem certeza?), esses rituais refletiam as preocupações e o entendimento limitado das pessoas na época. Doenças como a peste eram mal compreendidas e frequentemente atribuídas a causas sobrenaturais. A crença em vampiros pode ter sido uma maneira de explicar e lidar com essas tragédias.

Mas vai que…


Fonte: Express


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