Transportar tropas para o teatro de guerra é complicado. É preciso muita logística, recursos materiais e recursos humanos. Ainda hoje é preciso levar em conta vários estudos com diferentes fatores envolvidos. Levar aeronaves, então, é outro problema, já que nem todas elas podem cruzar oceanos. A invenção dos porta-aviões sanou parte deste problema. Mas aí alguém pensou: e se levássemos as aeronaves pelo ar, dentro de um aviãozão bem maior?
Grover Loening era um visionário. Ele se formou em Engenharia Aeronáutica pela Universidade de Columbia em Nova York, em 1913. Ingressou na Queen Airplane Company em Nova York, gerenciou a fábrica da Wright Company em Dayton, Ohio para Orville Wright entre 1913 e 1914, publicou um livro, Military Airplanes, e tornou-se vice-presidente da Sturtevant Airplane Company e engenheiro-chefe do Exército em San Diego.
Nada mal para alguns poucos anos, não é? Em 1917 ele formou a Loening Aeronautical Engineering Corporation. Loening foi o projetista do primeiro avião anfíbio totalmente funcional em 1925.
Bichinho feio!
Durante a Segunda Guerra Mundial, Grover Loening foi consultor-chefe do Conselho de Produção de Guerra, NACA e Grumman. Mas um dos seus projetos mais audaciosos fio o porta-aviões voador.
Sim, esse.
De acordo com o projeto de Loening, apresentado em 1955, este leviatã voador pesaria 1100 toneladas, com capacidade de ficar 19 horas no ar ininterruptamente. Invejei. Não sei como ele conseguiria isso, mas enfim…
O tataravô do Helicarrier poderia levar 20 caças supersônicos dentro. Para decolar, um caça seria elevado ao convés superior enganchado em uma enorme rampa articulada e catapultado para conseguir a velocidade necessária. Este monstro viajaria a uma velocidade de 800 km/h.
Dentro do casco de dois andares, operadores estariam vestindo trajes pressurizados para reabastecer os caças no convés inferior, enquanto outros se preparam para o voo no compartimento acima. Este monstrão seria movido por 20 motores, e construído como hidroavião para poder operar em mares, rios e lagos de todo o mundo.
Obviamente, este monstro nunca foi construído e nem se faz ideia se ele realmente poderia ser construído. Muito provavelmente, não. E quando falo “não” eu estou falando de hoje, não em 14955, cuja tecnologia aeronáutica era praticamente gravetos e pedra lascada. Ainda assim, é fantástica a mente que pensou nisso. Uma mente limitada pela tecnologia de sua época, mas cujos pensamentos estavam décadas à frente de todo mundo.
Quem sabe um dia?
O corpo pode estar preso ao seu tempo, mas a mente não.
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