MAVEN é acrônimo de Mars Atmosphere and Volatile Evolution. Sua missão é pesquisar como a atmosfera de Marte se tornou o que é, qual a sua história e como isso pode nos ensinar sobre a nossa própria história. Muito do que acontece lá é invisível aos nossos olhos, ainda que essencial. Nas vastas áreas do céu noturno marciano acontece um imenso bombardeio que nossos ridículos olhos humanos não conseguem ver, mas a MAVEN, sim, é capaz de enxergar: luz ultravioleta.
A equipe do MAVEN ficou surpresa ao descobrir que a atmosfera pulsava exatamente três vezes por noite, e apenas durante a primavera e o outono de Marte. Os novos dados também revelaram ondas e espirais inesperadas sobre os polos de inverno, ao mesmo tempo que confirmam os resultados da sonda Mars Express de que este brilho noturno foi mais forte nas regiões polares de inverno.
O dr. Nick Schneider é cientista planetário do Laboratório de Física Atmosférica e Espacial no Departamento de Ciências Planetárias da Universidade do Colorado. Ele se interessa por planetas e eu aposto que vocês jamais imaginariam isso. Nick estuda principalmente Marte e as informações que a MAVEN traz são muito importantes, ainda mais que traz informações sobre os acontecimentos na atmosfera intermediária de Marte.
O instrumento da MAVEN utilizado por Schneider foi o Imaging Ultraviolet Spectrograph (IUVS), um espectrógrafo calibrado para analisar emissões eletromagnéticas na faixa do ultravioleta, que captou flashes de ultravioleta (d’Oh) ocorrendo onde os ventos verticais carregam os gases para regiões de maior densidade, acelerando as reações químicas que criam o óxido nítrico e alimentam o brilho ultravioleta.
De acordo com a pesquisa, o brilho ultravioleta vem principalmente de uma altitude de cerca de 70 km, com o ponto mais brilhante cerca de 1.000 km de diâmetro, e é tão brilhante no ultravioleta quanto as luzes do norte da Terra. O problema é que a composição da atmosfera marciana não seriam vistos por futuros astronautas de Marte, e ter ultravioleta zanzando por lá pode não ser muito bom, já que a atmosfera tênue de Marte não filtraria os raios UV e isso não é legal.
Sim, tem videozinho com os dados da MAVEN, processados e transformados em modelagem computacional.
A pesquisa foi publicada no periódico Journal of Geophysical Research