Por onde caminha a humanidade? A rigor, não há um único lugar no planeta Terra que não tenha um vestígio da passagem de seres humanos, nem que seja um avião passando. Mas, de um modo geral, seres humanos ainda não pisaram em muitos lugares, ou até pisa, mas não com uma presença, digamos, “marcante”.
Diferentes pesquisas estudando o impacto humano no mundo acarretou a feitura de quatro modelos desenvolvidos de forma independente. Esses modelos determinam onde a humanidade deixa suas impressões digitais, cada uma usando diferentes indicadores de atividade. Com isso, ficamos sabendo de lugares que tem muito humano enxerido dando uns rolês, enquanto em outros lugares é na base do “até tem uns, mas nem é lá essas coisas”.
Todos os quatro modelos usam a população humana, áreas construídas e terras cultiváveis ??como insumos, mas depois começam a se especializar. O índice Global Human Footprint também usa estradas, linhas ferroviárias, vias navegáveis, luzes noturnas e pastagens para identificar os lugares onde a humanidade é menos perceptível.
O projeto Biomas Antropogênicos mapeia vários tipos de ecossistemas povoados, como os “Rangelands Residential” da África, onde os pastores vivem em densidades médias. Os mapas Global Human Modification e Low Impact Areas são tentativas mais recentes de identificar onde os seres humanos não estão. Ambos incluem dados sobre a densidade do gado; o primeiro também analisa a mineração e a produção de energia e o segundo inclui dados sobre áreas protegidas e desmatamento.
Todos os mapas concordaram que cerca de metade da Terra mostra impacto humano “baixo”, e cerca de metade – um quarto da superfície livre de gelo do planeta – pode ser descrita como impacto humano “muito baixo”, mas isso não significa que onde os seres humanos estão o impacto é muitíssimo alto. Nosso incrível amontoado de pessoas faz marcas impressionantes no planeta, e se não tem muita gente no deserto de Dasht e-Lut, é porque por enquanto é muito caro ir morar lá, mas antes de Las Vegas, aquele desertão também ia sair caro, sendo bem inóspito.
Nossa crescente população está buscando espaço e se você acha isso ruim, lamento muito. Mas você gosta do seu ar-condicionado, água limpa e acesso à internet, não é mesmo? Decisões têm consequências e luxos (como uma vida minimamente decente) custa caro ao planeta.
O mapa foi publicado na revista Global Change Biology