Todo mundo sabe que misturar diferentes tipos de medicamentos para o mesmo fim não dá final feliz. O problema é que quem deferia saber, parece que não sabe, e nem estou levando em conta a auto-medicação por motivos que vocês já vão saber daqui a pouco. Bem, uma pesquisa abordou sobre prescrições médicas que estão receitando canabis e opioides como forma de tratamento de dores. Sim, ao mesmo tempo.
Resumo da pesquisa: Deu ruim, mano. Muito ruim!
Andrew Rogers é psicólogo, mas ninguém o julgará por isso. Ele é estagiário de luxo do pessoal do Laboratório de Pesquisa sobre Ansiedade e Saúde da Universidade de Houston, mas ele mesmo não tem problemas. Quem tem problemas é o pessoal que mistura canabis e opióides.
Rogers (não o Steve) estudou como fica a pessoa misturando os dois tipos de medicamentos, que só podem ser obtidos por prescrição médica, então, o fator auto-medicação nesse caso é deixado de lado. O fato de alguns terem adiquirido drogas ilícitas com a desculpa de mitigar a dor também foi estudado, e o resultado é pior do que se imaginava.
Foram entrevistados 450 adultos em todo os Estados Unidos que tinham experimentado dor moderada a grave por mais de três meses. Estes fizeram uso simultâneo de canabis (vocês estão entendendo que é a medicinal, não a que o amiguinho da boca de fumo vende, né?).
O estudo revelou não apenas o aparecimento de sintomas elevados de ansiedade e depressão, mas também que isso levou alguns dos pacientes ao uso de tabaco, álcool, cocaína e sedativos junto com a canabis (nesse caso, não necessariamente a medicinal), em comparação com aqueles que usaram opioides apenas, não tiveram redução na dor. Resumindo: além de doidão, era um doidão cheio de dores.
A conclusão oficial é que os resultados destacam uma população vulnerável de usuários de polissubstância com dor crônica e indicam a necessidade de avaliação e tratamento mais abrangentes da dor crônica.
Traduzindo o modo empolado, as pessoas estão ferradas e querem acabar com a dor de vez, só que fazer coquetelzão de um monte de drogas (lícitas ou ilícitas) não resolve nada e a pessoa, além das dores, ainda desenvolve mais problemas ainda, e que, por causa disso, deveria-se pensar antes de tascar qualquer mistureba pro cara ter um mínimo de conforto na vida, sem dores, ou, pelo menos, que essas dores não sejam tão intensas assim.
A pesquisa foi publicada no periódico Journal of Addiction Medicine