Aquecimento global intensifica turbulências. Segura o seu café aí!!

Imagine o cenário. Você está num voo. Sente aquela vontadinha de ir ao banheiro. Vai, volta e quando se dirige pro seu lugar o avião começa a sacudir. O piloto fala pra todos apertarem os cintos, só que o manezão está em pé, tentando me segurar para que eu não metesse a fuça em algo ou alguém. Não é legal isso. Tal fenômeno é a chamada “turbulência”; correntes de ar ascendentes e descendentes se movimentando ao mesmo tempo, fazendo o avião sacudir.

Não dá para adivinhar onde as turbulências irão ocorrer. No máximo, pilotos recebem a orientação de se manterem afastados de áreas de instabilidade, recebendo dados dos sistemas de navegação da aeronave. Só que tem um problema: A turbulência do ar está se intensificando devido às mudanças climáticas que um bando de ignorantes jura não existir.

O dr. Simon Lee é professor-adjunto de História da Arte e Tutor Sênior de História na Faculdade de Humanas da Universidade Reading. Como alguém especializado em História teria muito pouco a ver com fenômenos climáticos, o Simon Lee em questão não é ele, e sim Simon Lee, doutorando em Meteorologia na mesma universidade. Parentes? Possível. Eu me importo? De maneira nenhuma. Por que mencionei? Por que não?

A pesquisa de Lee (o meteorologista) apontou que as correntes de jato na atmosfera se tornaram 15% mais afetadas pelo cisalhamento do vento na alta atmosfera sobre o Atlântico Norte desde que os satélites começaram a observá-la em 1979.

Cisalhamento de vento é a variação rápida variação na direção e/ou na velocidade do vento ao longo de uma dada distância altas altitudes. Ele causa uma turbulência invisível que pode ser severa o suficiente para jogar os passageiros de seus assentos. Você tá de boas voltando do banheiro e praticamente vai com o focinho no fundo do avião. Ainda bem que não passei por isso, mas você pode não ter a mesma sorte. Eu já estou recomendando cada um levar seu próprio peniquinho.

Segundo Lee, os resultados indicam que a mudança climática pode estar tendo um impacto maior nas correntes de jato do Atlântico Norte do que se pensava anteriormente. O aumento do cisalhamento vertical é consistente com a intensificação da turbulência de ar limpo causada por cisalhamento esperada da mudança climática, o que afetará a aviação no movimentado corredor de voo transatlântico criando um ambiente de voo mais turbulento para as aeronaves.

Enquanto o aquecimento global faz com que as temperaturas subam na baixa atmosfera, elas acabaram por esfriar na estratosfera, criando um sistema de tensão entre as moléculas de gases que estão por lá, como se fosse um “cabo de guerra”. Alguém tem que vencer, mas enquanto está na disputa de puxa daqui, puxa dali, os aviões ficam chacoalhando, fazendo você entornar aquele suco quente com uma pedra de gelo solitária que não dá conta de resfriar a bebida, e o biscoito seco pode sair da sua mão e acertar o careca da 4F.

A pesquisa foi publicada na revista Nature e devemos nos lembrar que mesmo viajando de avião estamos ferrados por causa das mudanças climáticas. E não, nevar muito num local não é refutação de aquecimento global. No máximo, é refutação da ideia que o imbecil que diz essas coisas tem cérebro. E isso vale pro Aldo Rebelo e o Carluxo Bolsonaro, duas toupeiras de esferas políticas diferentes, mas juntos na mesma ignorância.

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