Como eu já falei, o consumo de calorias e proteína nos fez o que é ao longo dessa longa estrada evolutiva. Nosso incrível e gigantesco cérebro consome mais de 20% de toda energia. Mas isso se você for adulto. O cérebro de crianças está em formação e precisa consumir mais energia ainda (cerca da metade). Então, temos que encher a criança de alimento, certo? Pois é, nada na Natureza fica sem punição. Se não tomamos cuidado, os índices de obesidade infantil começam a disparar. E é isso o que está acontecendo.
Aí, como faz?
Se você não é daqueles que acham que gordofobia é um dos grandes males da humanidade (o médico disse que meus 180kg vai me matar! AAAAAAAAAAAAAHHHHHHH!! Gordofóbico! Gordofóbico!), sabe que não tem essa de distúrbio de glândulas. Você engorda porque armazena mais calorias do que o corpo consome. Sim, eu sei que você vai dizer das pessoas que são “magras de ruim”, mas esquecem como essas pessoas têm o seu dia e de outro fator: cocô. Sim, se você come muito, mas manda tudo pra fora por vias naturais, na paz de Nosso Senhor Cocozildo, você armazena poucas calorias e continua magro.
Sendo assim, basta você quantificar o grau de calorias que você precisa consumir e consumir menos, até que seu estoque extra vá embora. O cérebro começa a consumir muita energia quando se forma, e essa taxa se mantém muito grande no período da infância. Dessa forma, não deveríamos ter crianças obesas, já que consomem muita energia, certo? Sim, seria, se ela não se enchesse de porcaria mais ainda, com pais irresponsáveis que atendem todos os pedidos, pois é mais fácil culpar as propagandas depois.
O ganho de peso ocorre quando a ingestão de energia de um indivíduo excede seu gasto de energia – em outras palavras, quando as calorias excedem as calorias. O que é menos bem compreendido é o fato de que, em média, quase metade da energia do corpo é usada pelo cérebro durante a primeira infância.
O dr. Christopher Kuzawa é pesquisador da Universidade Northwestern e estuda a origem do desenvolvimento de doenças em adultos, bem como a teoria evolutiva e história de vida humana Dr. Chris se interessou em verificar como se dá o crescimento, desenvolvimento e evolução cerebral e procura relacioná-los com aparecimento de problemas de saíde, principalmente doenças cardiovasculares.
Chris examinou evidências para sustentar que a variação nas necessidades de energia do desenvolvimento do cérebro em crianças poderia influenciar padrões de gasto de energia e ganho de peso. Ou seja, mediante quanto o cérebro gasta de energia, a criança pode ou não acumular mais energia e isso é feito, claro, sob a forma de gordura. Resumindo o resumo, a criança que usa menos o cérebro seria mais gordinha. Ou será que não? Parece faltar uma peça nisso.
Até cerca de 5 anos, os cérebros das crianças consomem quase metade da energia de seus corpos. O que acontece depois disso ainda não se sabe. A ideia é que a necessidade de consumo de energia por parte do cérebro vá diminuindo, mas nada muito definitivo.
Isso acarretou um cérebro zuado, eu faz de tudo para armazenar mais calorias para se gastar depois, mas com a tendência (só por parte do cérebro) de ir consumindo menos energia, a criança acabará sempre estocando mais do que gasta. Juntou o sedentarismo, então, ferrou! Temos uma criança obesa.
Nisso, surgiu ideias como estimular o aprendizado. Sim, claro! Se implantarem programas de ensino de forma a fazer com que o cérebro aprenda mais, ele consumirá mais energia, estocará menos e teremos criança menos obesas. Faz sentido, mas ainda assim não parece dar certo, já que crianças diferentes têm ritmos de aprendizado diferente.
Qual a solução para a obesidade infantil? Bem, Chris não entra neste assunto. Ele preferiu focar numa hipótese de como a obesidade infantil aparece (consumo contínuo de calorias e diminuição percentual do gasto de energia do cérebro em comparação com o corpo todo).
O paper, que foi publicado na PNAS não chega numa conclusão definitiva. Isso e o fato do cara SE citar várias vezes como fonte me fez ficar meio mal-humorado com a pesquisa. Ainda assim, vale a pena ler para conhecer um pouco sobre nós mesmo.