Pacientes de câncer que usam terapias alternativas têm o dobro de chances de morrer

Eu costumo dizer que brasileiro odeia Ciência, mas é uma forma simplista. De uma maneira geral, as pessoas odeiam algo que lhes tire do conforto, de suas crenças, da vontade que tudo aconteça por mágica. É puro comodismo. Isso explica a quantidade enorme de pessoas que acreditam em médiuns, videntes, líderes religiosos e políticos (têm diferença?), veganismo e terapias alternativas. As pessoas preferem a crença ao saber. Preferem as religiões, de alguma forma. Elas querem que seus mundinhos mágicos fiquem estáveis e tudo se resolva por si só.

A Ciência incomoda, a Ciência faz-nos ver que estamos em eterno risco, mas que a própria Ciência pode impedir. O câncer, ainda tido como exemplo de doença fatal é curável em 80% dos casos. Se as pessoas não procuram um médico em tempo hábil, aí até corte no dedo pode ser mortal. Parte dessas pessoas acreditam que tratamentos como homeopatia podem resolver isso, mas não podem, e isso fica evidenciado quando vemos dados mostrando que pessoas que apelam para terapias alternativas como tratamento contra o câncer têm, em média, duas vezes mais chances de morrer da doença do que aqueles que usam somente o tratamento convencional.

Sim, eu sei o que vocês vão alegar.

Vão dizer que isso é uma maquinação do pool de indústrias bilionárias de medicamentos, a chamada Big Pharma. Aliás, vocês sabem quem criou a Big Pharma, né? De acordo com o MedDaily, foi John Rockfeller. Como ele era dono de um império petrolífero, Rockfeller fez com que todos os tratamentos naturais e/ou alternativos fossem demonizados. Isso porque novos medicamentos eram obtidos por substâncias que eram obtidas por petroquímica. Afinal, podemos encontrar muitas outras substâncias orgânicas em qualquer mineral, certo? Ele até mandou cessar os fundos para Educação da Fundação Rockfeller. Ele não queria pessoas estudadas, queria funcionários. O fato de precisar de cientistas para trabalhar com petróleo e descobrir sínteses novas passou desapercebido do idiota que escreve neste blog retardado.

E não. Rockfeller nunca foi amigo de Andrew Carnegie.

Não que Rockfeller fosse bonzinho. Não era, como nenhum capitão e indústria é. Isso vale pra Apple que faz seu iPhoninho aí ou o Google com aquela bobagem “Don’t be Evil”, que só gente estúpida acredita ser o mote deles. As pessoas acham que vivem num eterno Davi x Golias, sendo Golias a gigante farmacêutica malvada e Davi o tiozinho que mexe numas ervas e tenta curar doenças (curar de verdade!), não ganhando quase nada com isso.

A verdade é bem diferente. A indústria de Medicina Alternativa move bilhões de dólares. Só a Austrália, a indústria coitadinha de tratamentos alternativos apresenta um crescimento contínuo, e em 2016 movimentou mais de 4 bilhões de dólares. Em 2013, a estimativa é que nos EUA o lucro da indústria de medicina alternativa era de 34 bilhões de dólares.

Achou pouco? Em uma pesquisa de 1997, é apontado que as despesas estimadas para os serviços profissionais de medicina alternativa aumentaram 45,2% entre 1990 e 1997 e foram estimadas de forma conservadora em 21,2 bilhões de dólares em 1997, com pelo menos US$ 12,2 bilhões pagos com desembolsos diretos. Isso excede os gastos diretos de 1997 para todas as internações nos EUA! Dados de 2017 mostram que em 2025, a indústria de tratamentos alternativos irá movimentar cerca de 197 bilhões de dólares em todo mundo. Isso com dados coletados até 2017, mas se atualizarmos estes números, iremos ver que irá ultrapassar os US$200 bilhões facilmente.

Ainda assim, é uma indústria coitadinha, que vive à míngua e massacrada pela Big Pharma, e as pessoas ainda continuarção nesta baboseira que os bilhões da Big Pharma estão acabando com tratamentos alternativos que realmente funcionam, mas não têm condições de lutar no mercado. Os dados mostram um cenário totalmente diferente.

Claro, você pode alegar que muitas dessas terapias alternativas são eficazes. Uma pesquisa de 2016 mostrou evidências coletadas por estudos clínicos feitos de 1966 a março de 2016 que acupuntura, ioga, tai chi, massagem terapêutica e técnicas de relaxamento são tratamentos promissores para o tratamento da dor, especialmente quando se trata de costas, pescoço, cabeça e joelhos. E não, não são baratinhas. Na época, dados mostravam que os 40 milhões de adultos norte-americanos sofriam de dores severas e gastaram mais de US$14 bilhões com abordagens complementares somente  para lidar com condições dolorosas, como dor nas costas, dor no pescoço e artrite.

Repetindo: 14 bilhões de dólares gastos com terapias alternativas apenas para tratar de dores!

O problema é que dor não é doença. Dor é sintoma! O que aconteceu foi que acupuntura, ioga, tai chi, massagem terapêutica e técnicas de relaxamento foram ótimas em melhorar as condições de seus pacientes (o que é louvável, reconheço), mas não para efetivamente curar os pacientes do que estava causando as dores. Não que eu seja contra ter uma vida melhor, sem sofrimento. Mas é muito diferente de dizer que acupuntura, ioga etc. curam. Não curam, e nem são baratas ou deixaram de faturar bilhões de dólares, da mesma maneira como a indústria farmacêutica fatura. Ninguém ali faz nada de graça, não há heroísmo ou altruísmo. É business, como qualquer outro.

Essa ideia de tratar o sintoma, e não a causa, leva a problemas muito sérios. Pacientes de câncer que abandonaram o tratamento convencional pela chamada “Medicina Alternativa” (e se medicina alternativa funcionasse, seria chamada “Medicina”) têm o dobro de chances de morrer em decorrência de câncer, sem esquecer que não existe “O” câncer, mas um grupo de quase 200 tipos de doenças diferentes que, se descobertas a tempo, tem 80% de chances de serem curadas. Mas não basta descobrir, tem que começar o tratamento.

Claro, eu entendo parte dessas pessoas. São bombardeadas com imagens de pessoas fazendo radioterapia e quimioterapia. Cabelo caindo, emagrecendo, náuseas, dores, cansaço. Essas imagens são chocantes e nunca mostram o resultado final: pessoas que venceram o câncer. Isso faz com que usar uma ervinha seja melhor. Um extrato qualquer, um chá ou apenas ficar sentado de olhos fechados e meditando é muito menos desgastante, embora acabe em um túmulo, com pessoas em volta chorando e alguns comentando porque, POR QUE não fez o tratamento convencional prescrito quando dava tempo? Aí, quando é tarde demais, volta pro tratamento convencional, mas aí o caranguejão do mal já tomou tudo e aí os imbecis alegam que foi a Big Pharma que deixou morrer por querer apenas vender o tratamento e não a cura. A Big Pharma que erradicou a varíola, sarampo, poliomielite entre outras doenças que estão voltando por causa de pessoas que não se tratam ou se vacinam pois alegam que a Big Pharma quer que eles fiquem doentes.

Isso não faz o menor puto de sentido, mas as pessoas não são movidas pela racionalidade e sim pelo que compartilha-se pelas redes sociais, postadas por anônimos que ouviram de uma receitinha nas mesmas redes sociais e estão compartilhando sem parar pois se bem não fizer, mal não fará. Mas faz.

O dr. Skyler Johnson é atualmente residente-chefe do Departamento de Radiação Oncológica da Universidade Yale, trabalha no Programa Nacional de Pesquisadores Clínicos e membro do Centro de Pesquisa sobre Efeitos Civis e Eficácia de Políticas Públicas. Sua pesquisa apontando os terríveis números de pessoas falecendo por abandonar tratamentos convencionais (aka, o que funcionam) por esta baboseira New Age que água vendida como tratamento homeopático, entre outras insânias, foi publicada no priódico Journal of the American Medical Association Oncology.

Como eu sou justo e honesto, postarei a seguir a imensa lista de publicações em periódicos com revisão de pares mostrando a eficácia de tratamentos alternativos na cura do câncer, evolvendo homeopatia, Reiki, cristais, aromaterapia, florais, acupuntura, dança holística entre outros.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Fonte: Independent via @Cardoso

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