Os diferentes tipos de cânceres e tumores são uma droga. O incrível projeto feito por um designer inteligente errou feio, errou rude. E se já não batava ter células tumorais em órgãos que você jamais gostaria que tivesse células tumorais (a rigor, nenhum de nós quer ter célula de tumor em canto algum), ainda tem as chamadas “células tumorais circulantes”. Estas celulinhas sacanas estão à solta no sangue de pessoas que sofrem da maioria dos cânceres, mas são raras (felizmente), e por causa dessa raridade, elas são difíceis de serem detectadas (infelizmente).
Entretanto, um grupo de pesquisadores está desenvolvendo novas técnicas para detectar, capturar e destruir estas celulinhas do inferno!
O dr. Sanjiv Sam Gambhir tem nome de herói de filme de Bollywood. Na verdade, ele é médico, diretor do Departamento de Radiologia e do Departamento de Diagnósticos Integrados e Saúde de Precisão, ambos na Universidade Stanford (ele também faz muitas outras coisas, mas eu fiquei com preguiça e escrever).
Gambhir (parece nome de um X-Men) sabe dos problemas de se detectar essas células tumorais que ficam zanzando pelo nosso corpo. Houve várias tecnologias desenvolvidas para capturar essas células tumorais circundantes, mas nenhuma foi plenamente eficiente, ou sequer chegou a ter um mínimo de eficiência. O problema básico é a raridade dessas células, o que obriga uma quantidade muito grande de sangue ser analisada para se ter uma chance de encontrar células suficientes; mas a chave pode estar nos poderes do Magnetismo.
Essas células tumorais são essencialmente magnetizadas, e teoricamente poderíamos arrancá-las do corpo por meio dos poderes do Magneto. Assim, o que Gambhir e seu pessoal desenvolveram foi um método que envolve a injeção de partículas magnéticas especiais que acabam sendo atraídas para as células tumorais circulantes.
Um fio magnético flexível é inserido em um vaso sanguíneo através de um cateter intravenoso e fica lá de bobeira enquanto o sangue passa por ele. As partículas magnéticas que vêm pelo sangue dão de cara com o fio magnetizado e isso incluem as células tumorais circulantes, já que são magnetizadas pelo fio, acabando por se aderir a ele. Daí é só puxar o fio que as célulinhas malditinhas vêm junto. Genial, né?
Bem, a técnica ainda não foi testada em humanos, só em porcos (porco óinc óinc, não o seu cunhado que não é chegado a banho), mas os resultados mostram que ela atrai de 10 a 80 vezes mais células tumorais do que os atuais métodos de detecção de câncer baseados no sangue, precisando de apenas 5mL de amostra, o que a faz uma poderosa ferramenta para detectar a doença mais cedo.
Ficou interessado? Show, porque a pesquisa foi publicada no periódico Nature Biomedical Engineering. Você quer ler digrátis? Se ferrou. Está com o maldito paywall, mas você sabe dar um jeito de ler assim mesmo, não sabe?