Vício é um troço triste. As pessoas se viciam em todo tipo de coisa: álcool, tabaco, jogo, drogas e… celular. Sim, o celular pode ser um vício, pois seu uso dá sensação de prazer e satisfação. Claro, ter um celular não fará de você um viciado e um Ponto Frio da vida não é um traficante. Ter um celular não é ruim, usar celular demais é péssimo. Não, não tem essa desculpa de mostrar foto dos anos 40 com um monte de gente lendo jornal no bonde. Ninguém fica viciado lendo jornal, mas uso compulsivo é alarmante. Normalmente, os imbecis que compartilham a foto do pessoal lendo jornal não mostra que este mesmo pessoal não ficava com o focinho atochado no jornal 24h por dia, seja no almoço, jantar, na frente da TV em restaurantes etc.
Pesquisadores apresentaram recentemente uma pesquisa sobre o que acontece no cérebro de jovens com vício patológico de uso de celular.
O dr. Hyung Suk Seo é professor de Neurorradiologia na Universidade da Coréia em Seul, Coréia do Sul. Sua especialidade é ver o que as pessoas têm dentro da cabeça. Apesar de eu achar que ele deveria fazer convênio com empresas que desentope tubulações de esgoto, ele preferiu a colaboração de outros pesquisadores para estudar o que acontece nos cérebros dos viciados em smartphones.
Junto com seus colaboradores, o dr. Seo empregou espectroscopia de ressonância magnética, que é um tanto diferente do “emarái” como você costuma ver na TV. Este tipo especializado de ressonância magnética mede a composição química do cérebro, de forma a obter informações sobre tudo o que se passa lá em termos de reações químicas. Assim, os pacientes que se acreditava haver padrões de dependência em seu uso de trecos de tecnologia* foram examinados.
*Acho engraçado como se referem à “tecnologia” qualquer coisa de informática da década de 1990 pra cá. Mas enfim…
O que foi achado é que há um desequilíbrio na química do cérebro do pessoal com tara em smartphones e na internet. Isso pode não parecer nada demais, mas devo lembrar do artigo que coloquei que mostra a carga que sua coluna acaba tendo que suportar mediante sua cabeça inclinada para ver o que seu amigo zueiro mandou pelo WhatsApp (que na verdade era o gemidão).
O estudo envolveu 19 jovens com diagnóstico de dependência de internet ou smartphones e 19 controles saudáveis ??combinados em gênero e idade. Doze manés, digo, pacientes da juventude viciada receberam nove semanas de terapia comportamental cognitiva, modificado a partir de um programa de terapia cognitiva para o vício em jogos, como parte do estudo.
Os pesquisadores usaram testes de dependência de internet e smartphone padronizados para medir a gravidade do vício em internet. Perguntas centradas na medida em que o uso de internet e smartphone afeta rotinas diárias, vida social, produtividade, padrões de sono e sentimentos.
Os adolescentes que apresentam vício no uiso de celular e internet apresentaram pontuações significativamente maiores em depressão, ansiedade, gravidade da insônia e impulsividade. Ao se analisar a presença de ácido gama aminobutírico (GABA, para encurtar) e o ciclo glutamato-glutamina, descobriu-se que proporção de GABA e o ciclo glutamato-glutamina foi significativamente aumentada no córtex cingulado anterior de jovens dependentes de smartphones e internet antes da terapia.
Hã?
O ácido gama-aminobutírico desempenha um papel importante na regulação da excitabilidade neuronal ao longo de todo o sistema nervoso. Ou seja, ele que regula como os neurônios ficam trabalhando a todo vapor. Em alguns casos, médicos prescrevem o uso de remédios que sequestram determinadas quantidades do GABA normalmente têm efeitos relaxante, antiansiedade e anticonvulsivos. Já o ciclo de glutamato -glutamina atua como uma via metabólica que descreve a liberação do GABA. Quando este sistema está em descompasso, o GABA deixa o cérebro zuado e hiper-excitado. Não, você não se torna um garanhão, vai se tornar uma pessoa com altíssimos índices de ansiedade, sonolência (sim, eu sei que é irônico um neurônio excitado e acabando por ter sonolência) acabando por ter convulsões até. Não é algo legal.
A pesquisa ainda não foi publicada, mas foi discutida no simpósio da Radiology Society of North America.
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