A história de nossos avós é fascinante. Eles saíram da África e perambularam o mundo. Sim, todos somos afrodescendentes, inclusive os africanos modernos, que fizeram apropriação cultural dos árabes e passaram a usar turbantes. Muitos desse pessoal rodou o mundo e acabou vindo parar no Brasil. Hoje, pesquisadores analisam os crânios dos antigos moradores encontrados no sudeste do Brasil e estão revendo a complexa migração humana desde a África subsaariana até as Américas.
A drª Noreen von Cramon-Taubadel, professora adjunta do Departamento de Antropologia da Universidade de Buffalo, EUA. Ela vê gente morta. Todo o tempo! Como ela é uma pesquisadora séria, não inventa trabalhos autoetnográficos para dar vazão às suas taras sexuais em banheiros públicos, usando verba pública.
Como não dá para trabalhar sozinha, Taubadel, o Anjo Caído, contou com a ajuda do dr. André. Não, é outro André. Esse é André Strauss, pesquisador associado do Laboratório de Estudos Evolutivos Humanos e do Laboratório de Antropologia Biológica, ambos do Instituto de Biociências da USP. Abaixo, André em ação:
“O outro André estava certo. Eu devia ter feito Exatas!”
A pesquisa dos dois enfoca as diferenças morfológicas da caixa craniana, estudando a forma do crânio (óbvio!), observado em vestígios paleoamericanos.
Translation, s’il vous plâit
Eles ficaram pegando na cabeça (a de cima) dos caras antigos para ver o que tinha de diferente. E… SURPRESAAAAA, não tinha muita em comparação às ossadas dos defuntos encontrados na região de Lagoa Santa, Minas Gerais.
E não faça essa cara; Os caras estão mortos; então, são defuntos, ora bolas. Vocês queriam que examinassem os crânios dos caras ainda vivos? Se bem que estar vivo há uns 20 mil anos seria meio difícil, mas vai saber. Esse povo lá no interior vive muito! Deve ser o tutu à mineira mágico deles, mas disperso-me.
As descobertas sugerem que os paleoamericanos compartilham um último antepassado comum com os sul-americanos nativos modernos, e não dentro das Américas. Isto significa dizer que alguns de nossos antepassados não fizeram zanzando pelas Américas, mas vieram direto aqui pro Brasil. Na época de carnaval? Não se sabe; temos um mistério aqui.
Ainda não se sabe com certeza como a população humana apareceu nas Américas. Há várias hipóteses, várias delas contraditórias e, segundo acho, praticamente todas estão certas. Afinal, é meio difícil que todo mundo tivesse tido a mesma ideia ao mesmo tempo, ligaram o Waze e seguiram a mesma rota. Se fosse assim, o mais provável é que tivessem ido parar no Complexo da Maré e lá seriam assaltados.
Todo dia aparece mais uma ossada humana que muda a abordagem de como viemos parar aqui. Ainda não se sabe o que será descoberto, mas ainda assim é como encontrar um antigo álbum de fotos da família, com gente estranha, de aspecto peculiar e hábitos bem diferentes. E assim conhecemos um pouco sobre nos mesmos.
Ah, sim! A pesquisa está publicada na Science Advances. Aproveita que tá de graça!