O título parece um sonoro lampejo do óbvio. Talvez porque seja, mesmo. Mas Ciência é baseada em testar hipóteses, por mais óbvia que pareçam. Sendo assim, pesquisadores começaram a estudar pessoas e suas relações com redes sociais e chegaram à conclusão que narcisistas adoram tanto a si mesmos que fazem de tudo para aparecer, inclusive enchendo a droga do saco, de forma que você e todo mundo saibam disso.
Desde o número de amigos, até a quantidade de postagens por dia (normalmente, um monte de inutilidades, lixo e merda em geral), tudo isso já vem sendo tabulado há muito tempo em cerca de mais de 60 estudos. Agora, uma revisão completa e tabulação desses dados dá maior acurácia ao que vem sendo analisado nesse tempo todo.
O dr. W. Keith Campbell (ele deve odiar o primeiro nome) é professor de Psicologia na Escola de Artes e Ciências Franklin da Universidade da Geórgia (UGA), nos EUA. Ele adora estudar como você e todo mundo é. Nós, em nossas manias e idiossincrasias, fazemos Keith salivar de satisfação em saber como podemos ser um bando de narcisistas sem-vergonha, prontos para ficarmos papagueando por aí o quanto somos especiais.
O plantel que está sob a mira do dr. Campbell está nas redes sociais. Ali as pessoas dizem a que vieram, nem sempre sendo algo positivo, mas não faz diferença. Nosso comportamento online diz muito sobre a gente, e o foco da pesquisa de Keith é o Facebook e similares, deixando os blogs em paz. Obrigado por me esquecer, Keith!
Campbell participou de uma revisão estatística de 62 estudos com mais de 13.000 indivíduos no total. Ele descobriu que o narcisismo tem uma relação confiável com uma série de comportamentos nas redes sociais. Os maiores efeitos foram com o número de amigos/seguidores que pessoas tidas como narcisistas tinham, bem como a frequência de atualizações de seus status, seguido por postagens de selfies.
Campbell ressalta que não é que as redes sociais façam as pessoas serem narcisistas. Redes sociais são apenas mais um veículo que estas pessoas utilizam. Tem aqueles que querem ser o centro das atenções, posando como mais honestos, mais íntegros, fingindo serem o que não são, como divulgar livros de auto-ajuda e dar palestras, fingindo serem o que não são, principalmente inflando o ego e currículos, sendo as duas coisas tão profundas quanto um pires.
Sabem outra coisa que ajuda muito a inflar o ego? Sair na frente apresentando pesquisas, principalmente sendo professor-doutor. Afinal, a pesquisa mesmo está sendo conduzida pela graduanda Jessica McCain, do Programa de Ciências do Comportamento e Cérebro do Departamento de Psicologia da UGA, mas como Campbell é o diretor do departamento, claro, né?, ele tem que aparecer como co-autor.
Vaidade será sempre meu pecado favorito.
Agora baixa um pouco a sua bola, larga a bosta do Facebook e vá ler o artigo, que foi publicado no periódico Psychology of Popular Media Culture.
Tenta esse link aqui :
http://psycnet.apa.org/psycinfo/2016-54178-001/
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Os fanfiqueiros encaixariam bem nessa categoria.
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Conheço bem esse pessoal. :-)
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Não queria dizer isto para não aparentar ser rude, mas essa pesquisa ficou com um gostinho de “you don’t say?”. Tal qual aquela pesquisa que disse que virar a noite trocando mensagens pelo celular afeta o sono – https://ceticismo.net/2016/02/08/ficar-trocando-mensagens-durante-a-noite-prejudica-o-sono-de-adolescentes-serio/
O bom tanto desta pesquisa como daquela é que agora tem-se comprovação científica de ambas as afirmações. Não dá mais para dizer que se trata de mimimi ou perseguição.
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Uma coisa é todo mundo saber. Outra coisa é usar método científico para analisar “o que todo mundo sabe”.
Antigamente, todo mundo sabia que a Terra era chata feito pizza. Para que navegar até lá, então?
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