Deficiência de calciferol, também conhecido como vitamina D, causa sérios problemas. Como desgraça pouca é bobagem, uma recente pesquisa mostrou que bebês que nascem com baixos níveis de vitamina D estão mais propensos a desenvolver a esclerose múltipla mais tarde do que os bebês com níveis mais altos de vitamina D.
A pesquisa preliminar ressalta, entretanto, que outras pesquisas são necessárias, pois Ciência não é como a igreja da esquina que diz que só ela está certa e todos estão errados; ainda assim, é algo muito importante para ser descartado.
A drª Nete Munk Nielsen, pesquisadora do Statens Serum Institut, na Dinamarca, estuda a prevalência de doenças coo a esclerose múltipla. Ela mesma ressalta que sua pesquisa ainda não é conclusiva, mas nem por isso deve ser deixada de lado, mas sim tida como um alerta.
Nielsen afirma que os resultados são claros em demonstrar a importância da administração de vitamina D para as mulheres grávidas, na base do “prevenir é melhor que remediar”. E remédio para esclerose múltiplas é meio complicado.
Na Dinamarca tem uma coisa chamada Danish National Biobank, ou Biobanco Nacional Dinamarquês. Segundo eles mesmos, a iniciativa do biobanco dinamarquês tem três pilares:
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O Registro Dinamarquês de Biobancos com informações detalhadas sobre as amostras disponíveis no sistema de saúde dinamarquês e nos grandes biobancos de pesquisa participantes.
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O BioBanco Nacional Físico, que armazena e recupera amostras para cientistas dinamarqueses.
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O Centro de Coordenação, onde um forte ambiente de pesquisa oferece know-how para cientistas de biobancos externos.
Caso você esteja confuso, deixe-me explicar: eles recolhem amostras biológicas, como sangue, por exemplo, e armazenam, como cereais num silo. Lá, as amostras são catalogadas e arquivadas, estão disponíveis a qualquer pesquisador dinamarquês e qualquer outro de outros biobancos que tenham acordo de convênio.
Nielsen recolheu lá amostras de sangue de recém-nascidos de diferentes épocas, sendo alguns da década de 1980 (sim, 80), e resolveu examinar seus sangues, partindo do princípio bebês que nasceram desde 30 de abril de 1981 até 2012, que tinham esclerose múltipla, perfazendo uma análise de 521 indivíduos. Então, ela comparou com os sangues de 972 indivíduos do mesmo sexo e nascimento, mas que não tinham a esclerose múltipla.
Ao tabular os resultados, Nielsen e sua equipe consideraram os recém-nascidos com níveis de vitamina D inferiores a 30 nanomols por litro (nmol/L) como tendo níveis deficientes de vitamina D. Níveis de 30 a menos de 50 nmol/L foram considerados insuficientes e níveis superiores ou iguais a 50 nmol/L foram considerados suficientes.
As amostras do estudo foram divididas em cinco grupos com base no nível de vitamina D, com o grupo inferior com níveis inferiores a 21 nmol/L e o grupo superior com níveis superiores ou iguais a 49 nmol/L. Havia 136 pessoas com esclerose múltipla e 193 pessoas sem esclerose múltipla no grupo inferior. No grupo superior, havia 89 pessoas com esclerose múltipla e 198 pessoas sem a doença. Aqueles no grupo superior pareceram ter 47% menos probabilidade de desenvolver esclerose múltipla mais tarde do que aqueles no grupo inferior.
Obviamente, a drª Nielsen não é uma louca irresponsável e não saiu dizendo que para curar esclerose múltipla, basta se encher de vitamina D. Ela só apresentou os resultados e suas conclusões, enfatizando que mais testes e análises precisam ser feitas.
A vitamina D é muito importante e merece um pouco maior de atenção, principalmente quando muita gente acha que basta ficar quarando no Sol que a substância aparecerá por mágica. Havendo indícios como este que Nielsen apontou, é hora de dar uma checada na sua dietapara saber se está tudo bem. Procure um nutricionista. Não, suplemento não é legal. Hipervitaminose vai lhe trazer mais problemas do que você teria se não tomasse nada. Em suma, coma direito!
A pesquisa foi publicada no periódico Neurology.