Diversidade genética deu de presente várias doenças. Obrigado, Evil Darwin

Genes são uma maravilha. Por isso temos zilhões deles. O problema é que esses safadeeenhos insistem em carregar coisas malvadinhas com eles, como doenças hereditárias, câncer e trechos do DNA do vizinho do 804. E não, não são poucos. Estima-se que metade de nossos genes irão fazer alguma coisa de muito ruim conosco, bastando serem expressados uma hora dessas. Podem ficar inertes a vida toda, ou pode ~ PLOFF ~ lhe dar uma surpresa bem desagradável. Uma espécie de Kinder Ovo from Hell.

Temos um problema aí. Se esses genes do mal são tão do mal assim, como é que eles ainda estão no nosso DNA? Como eles ainda não nos liquidaram e como não os liquidamos ainda?

O dr. Tobias Lenz é pesquisador no Instituto Max Planck para Biologia Evolucionária. Vocês sabem, aquela coisa que não existe embora tenha sido mais que provada em laboratório e no mundo natural. Junto com o dr. Shamil Sunyaev, professor de Computação Genômica da Divisão de Genética da Faculdade de Medicina da Universidade Harvard, encontrou evidências sobre como a ocorrência de variantes genéticas prejudiciais poderia ser o preço que pagamos para a diversidade genética.

Er… Hein?

Com o passar do tempo, várias espécies de diferentes locais acabam adquirindo características genéticas distintas. Quando dois exemplares dessas espécies, mas de locais diferentes, se convidam para um vinhozinho e depois uma esticada na noite e encomendam a próxima geração, esta nova geração ganhará de presente genes de ambos os pais. Isso é legal, mas nem sempre. Isso garantiu que ganhássemos vantagens.

Por exemplo. Norte-americanos são muito mais sujeitos a morrer por picada de abelhas que brasileiros, um perfeito exemplo de milk shake genético. O problema é que ganhamos a tendência a sofrer de anemia falciforme por causa da herança africana, mas, em contrapartida, estamos com menores casos de malária; só que a malária evolui e estamos mais sujeitos a contraí-la ALÉM de termos mais casos de anemia falciforme.

Lenz e Sunyaev analisaram um grupo de proteínas do sistema imunológico que ajudam a detectar moléculas estranhas. Os genes para estas proteínas contêm muitos locais variáveis ??e ocorrem em um número de formas alternativas na população. Esta diversidade assegura que o nosso sistema imunológico é capaz de reconhecer uma grande variedade de agentes patogênicos.

Os pesquisadores identificaram cerca de 11.000 genes que ocorrem no genoma humano, em variantes que podem causar doenças. Os genes variantes que acabam por ser prejudiciais representam uma desvantagem sobrevivência, mas em nenhum momento liquida geral. Por isso, ainda estamos vivos. Evolução não implica em melhoria. Implica em termos condições suficientes para vivermos, nos reproduzirmos e passar nosso código genético à frente, com tudo de bom e de ruim que ele pode prover, já que não entramos em nenhuma cilada evolutiva.

Pelo menos, não ainda…

Com o tempo, e nossa longevidade, adquirimos doenças que nossos ancestrais não tinham: como Alzheimer. Como viviam pouco, não chegavam na fase do cérebro se deteriorar. Somos vítimas de nosso próprio sucesso, se é que podemos considerar assim.

A pesquisa foi publicada no periódico Molecular Biology and Evolution (tá de graça. Aproveite!) e se ela pode ser ilustrada numa única frase é A Seleção Natural dá, a Seleção Natural toma.

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