O primeiro ponto de virada na História da Terra… ok, não foi o primeiro, e nem pode ser considerado “de virada”. História é o que é. Mas um diferencial imenso foi o oxigênio. Sem ele, vida complexa não existiria, até que provem o contrário. Curiosamente, este gás disgramado é altamente oxidante (mesmo porque, o nome “oxidação” veio dele, apesar de ele não ser o único agente oxidante) e destrói tudo. Com falei tantas vezes, foi o responsável pela primeira grande extinção. Mas fica a pergunta: seres fotossintetizantes foram os responsáveis pelo oxigênio aparecer. mas qual seria a probabilidade?

Pesquisadores sugerem que o aumento da concentração de oxigênio na atmosfera terrestre era uma consequência inevitável da formação de continentes na presença de vida e de placas tectônicas.

O dr. Cin-Ty Lee é professor de Ciências da Terra da Universidade Rice, especializado em Geoquímica. Mesmo sem ser um químico (com eles a oração e a paz), ele é geólogo, um irmãozinho menor dos químicos que gosta de brincar com pedrinhas. Em sua pesquisa, Cintia Cin-Ty expõe que o oxigênio não apareceu por obra e graça das plantas, e sim porque ele já estava presente, mesmo porque, é o segundo elemento mais abundante da Terra, mas não sob a forma de gás, mas de compostos. Parte desses compostos reagem mediante ações como vulcanismo, produzindo toneladas de dióxido de carbono. esse dióxido de carbono vai para atmosfera e é de lá que as plantas retiram-no para fazer sua fotossíntese.

O oxigênio veio de uma grande fornalha atômica, que gerou alguns ergs de energia e foi responsável por produzir coisas como hélio, lítio, oxigênio e até urânio. Ao explodir, este grande fast food nuclear espalhou pelo Espaço uma miríade de átomos que foram interagindo e reagindo entre si formando uma miríade de novos compostos. Esses novos compostos foram responsáveis por produzir rochas zanzando pra lá e pra cá, que acabaram de formar a Terra e todos os outros planetas.

Sim, é bem resumido. Querem o que? Um tratado de Astrofísica?

No modelo criado por Lee, o oxigênio atmosférico foi parar na atmosfera da Terra em dois momentos principais: O primeiro foi há de cerca de 2 bilhões de anos e o outro um pouco mais tarde. Há cerca de 600 milhões de anos.

Lee descobriu isso por conseguir datar o aparecimento de aparecimento de grãos minerais de zircão, que basicamente é silicato de zircônio, ZrSiO₄, lá pelos idos de 2,5 bilhões de anos AEC. A explicação não pode ser outra senão que a composição da crosta continental da Terra mudou e isso acarretou no primeiro aumento significativo de oxigênio atmosférico.

O modelo demonstrou também que o ciclo do carbono da Terra nunca foi estável porque o carbono lentamente vaza como o dióxido de carbono dos interiores bem profundos de nosso planeta através de atividade vulcânica. Sem atividade vulcânica, sem CO₂. Este passou servir de comidinha de planta, que devolveu oxigênio e, assim, mais O₂ para a atmosfera. Com o excesso de CO₂, plantas se espalharam em toda a Terra. bem vindos ao período Carbonífero. Com o planeta recoberto de árvores, mais oxigênio era despejado na atmosfera, o que ajudou a selecionar formas de vida mais inferiores, privilegiando animais mais evoluídos, como artrópodes, por exemplo.

Em outras palavras: se não tivéssemos vulcões, você não estaria aqui.

Ok, é uma relação bem retardada, bem parecida com o português aprendendo Lógica, só faltando dizer que se não tivéssemos vulcões, você seria gay.

Assim, o que temos é que, à medida que nossos continentes iam crescendo, graças ao vulcanismo, as condições para o aumento de gás oxigênio também aumentavam. Talvez seja exagero dizer que foi devido ao vulcanismo que houve aumento absurdo de concentração ou mesmo aparecimento de oxigênio. Mas que foi ponto decisivo, os modelos feitos mediante dados coletados são bem claros em mostrar a relação.

A pesquisa foi publicada no periódico Nature Geoscience.