Eu tinha publicado artigo sobre pesquisa evidenciando como a frutose pode ferrar com o seu cérebro. Isso não era legal, mas temos outros efeitos causados por dietas ricas em frutose: elas pode trazer sérios problemas para grávidas, causando defeitos na placenta e restringindo o crescimento do feto. Isso faz com que haja sérios riscos na formação do bebê, garantindo-lhe problemas de saúde no metabolismo.
Mas a Ciência pode combater isso? Sim, pode.
Zeenat Asghar tem mestrado em Fisiologia pela Universidade de Toronto. Atualmente, ela trabalha no Departamento de Biologia Celular Molecular na Faculdade de Medicina da Universidade de Washington. Ela estuda os efeitos da frutose, um tipo de açúcar que estão adorando vender como “açúcar light”, pois ele não tem os supostos malefícios da sacarose, como alegam.
A frutose é empregada em xaropes, como o de milho, adoçante de bebidas, misturam com açúcar comum para dar um tipo de açúcar light (alguns fabricantes misturam com adoçantes sintéticos), é empregada em doces semi-prontos, caldas de caramelo e muitos outros produtos, prometendo uma ação mágica para lhe ajudar a perder peso. Claro, “esquecem” de avisar que enquanto a glicose é primariamente metabolizada e servindo para a produção de glicogênio, um açúcar de reserva que fica no fígado, frutose é metabolizada direto para gordura, formando triglicérides e, não só isso, ainda eleva as concentrações de ácido úrico, causando obesidade, diabetes tipo 2 e outros problemas de saúde.
E como as pessoas acham que Química é uma coisa inútil, não aprendem isso e a indústria passa a perna mais uma vez.
Claro, os apelos mercadológicos transformaram a frutose numa alternativa saudável, quando está bem longe disso. Ficam se enchendo desta porcaria porque “ain, açúcar faz mal”. Sim, açúcar faz mal, sal faz mal, gordura faz mal e oxigênio ataca as células do seu corpo, causando envelhecimento. Ou seja, você está ferrado. Deixe seus bens em meu nome.
Asghar estudou a ação da frutose sobre camundongas grávidas. De acordo com os dados, os elevados níveis de ácido úrico e triglicérides desenvolveram fetos menores, mas maiores do que as cobaias alimentadas com ração padrão para roedores. Esses fetos darão lugar a camundongos adultos com sérios problemas de obesidade e diabetes, mas nem tudo está perdido ainda. Ao administrar alopurinol nos pobres ratinhos, os pesquisadores perceberam que os efeitos negativos eram minimizados.
O alopurinol é um medicamento usado para tratar a gota e pedras nos rins, e mostrou boa eficiência na atenuação dos efeitos sobre as placentas, também, e promete ser um tratamento eficaz no combate aos efeitos acarretados por excesso de frutose, essa danadinha.
A pesquisa foi publicada no periódico Scientific Reports, e você poderá ler digrátis.
Então, quando ficarem lhe enchendo o saco por causa de açúcar e seus venenos, e gente recomendando fazer uso de açúcar light à base de frutose, lembre-se deste artigo e pense “é isso mesmo o que eu quero para mim?”