Que diferença da mulher o homem tem? Espera aí que Australopithecus afarensis vai lhe dizer, meu bem. Foram esses nossos ancestrais (os mais próximos a serem parecidos com nós, ou nós parecidos com eles) que já traziam maiores diferenças de tamanho entre machos e fêmeas.
Agora, pesquisadores estudam as diferenças dismórficas entre machos e fêmeas dos A. afarensis.
O dimorfismo sexual é o conjunto de diferenças morfológicas (forma, você sabe) entre machos e fêmeas de uma determinada espécie, mas não necessariamente sobre ter torneirinha ou pepeca. Pavões, por exemplo, e suas plumagens, aranhas e seus tamanhos diferentes entre machos e fêmeas e… ah, vai lá no link pra Wikipédia que estou sem saco de citar mais exemplos.
O dr. Philip Reno é professor de Antropologia do Departamento de Antropologia da Universidade Estadual da Pensilvânia. Ele pesquisa hominídeos, a evolução sexual desses e variações morfológicas inerentes. Os seres humanos apresentam um dismofirsmo sexual moderado (e alguns exemplares desta espécie, praticamente nenhum).
Lucy, por outro lado, é o nosso A. afarensis mais famoso, por ser o mais bem conservado fóssil encontrado até hoje. Reno e seus colaboradores estudou Lucy, juntamente com outros 41 fósseis encontrados, comparando o dismorfismo sexual entre eles, mesmo os outros não estarem com todas as peças encontradas, mas se trabalha com o que se encontra.
Reno estudou o tamanho de cada fragmento encontrado e comparou a dimensão relativa dos ossos para determinar a variação de tamanho das espécies. O outro método usado para determinar o dimorfismo sexual é o método geométrico médio, que usa 11 características para estimar o tamanho. Infelizmente, o método acaba com problemas pois Lucy possui mais peças do que os outros, então fica complicado analisar, já que uma torradeira e um aspirador de pó têm tomadas, parafusos e um pedaço de fio, mas o restante das peças são bem diferentes em tipos e quantidades, quanto mais formatos.
Outro problema em comparar vários esqueletos de diversos A. afarensis é que em um grupo geologicamente contemporâneo, podemos ter milhares de anos de diferença, e fatalmente teremos, sim, mudanças anatômicas. E aí, como faz? Talvez muitas dessas perguntas fiquem sem respostas, já que fósseis são difíceis de ocorrer.
A pesquisa publicada no periódico PeerJ procura entender como éramos no passado. Não tanto no futuro e muito menos ajudará as criancinhas na África, que desde os tempos de Lucy já não tinham uma vida lá muito fácil.
Fonte: Penn State

“Vai ter homem com vagina sim. E se reclamar, vai ter duas!” FFLCH
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