Um dos principais conceitos que garantiu a melhor sobrevivência das espécies foi o de sociedade. Indivíduos operando e cooperando tende a ter melhor sucesso no caminho para se manter vivo, onde cada célula da sociedade cuida da outra (isso até inventarem o ser humano e começarmos a matar o amiguinho por causa do lixo deixado na calçada).

Até onde entendemos como é ser membro de um sistema social? Até aonde ai o altruísmo em que simplesmente estar doente pode afetar o grupo? Pesquisadores austríacos estudaram modelagem epidemiológica para entender como sociedades evoluem (ou como deveriam, pelo menos).

O dr. Fabian Theis do Centro Helmholtz na Universidade Técnica de Munique, em Munique, Alemanha, realiza pesquisas no campo de sistemas biológicos. Ele estuda a modelagem matemática de processos dinâmicos nas células, em particular durante a divisão celular e o desenvolvimento de organismos.

Na pesquisa do dr. Theis e da drª Sylvia Cremer, do Instituto de Ciência e Tecnologia da Áustria, estudou-se como indivíduos cooperam com o grupo, simplesmente por não ficar perto do grupo quando estes indivíduos estão doentes.

É mais ou menos assim que funciona: doenças infecciosas podem se espalhar rapidamente nas sociedades. Então, entidades mais inteligentes fazem:

A) Festa do sarampo
B) Indivíduos se isolam para não contaminarem outros membros da colônia.

Bem, formigas e alguns primatas não-humanos se mostraram mais inteligentes que o bando de macaco pelado que se chama Homo sapiens, cujo nome parece uma ironia, às vezes. As duas sociedades supracitadas mantém cuidados de higiene mútua, o que pode atuar como contramedida. Não, isso não foi invenção humana.

Já no caso de doenças infecciosas mais hardcore, que pode aniquilar a colônia em questão de dias,  os próprios indivíduos doentes se isolam. assim, não contaminam os outros..

O que os pesquisadores fizeram foi observar sociedades de formigas como um sistema-modelo para observar a resposta sanitária dos indivíduos ao patógeno ao qual estavam expostos, e determinando os efeitos sobre a dinâmica da doença utilizando modelos epidemiológicos.

Ou seja, eles pegaram umas formiguinhas da espécie Lasius neglectus e as expuseram ao fungo Metarhizium, e ficaram observando, oque deve ser muuuuuuuuuuito divertido. O que viram foi que uma formiguinha ficava feliz ao limpar a si mesma e a outras formigas, enquanto recebiam um tratamento VIP de formiguinhas saudáveis ??Os pesquisadores, então, tabularam esses dados e aplicaram seu modelo teórico para determinar se as mudanças comportamentais observadas com o patógeno davam condições de reduzir a propagação da doença através da colônia.

Quando expostas ao fungo, formigas que se autolimpavam quase não recebiam tratamento dos membros do grupo saudáveis. Estas davam maior atenção para as inúteis que não se cuidavam direito. O curioso é que algumas dessas não recebiam tratamento, porque simplesmente se afastavam das formigas saudáveis, numa auto-quarentena. Isso reduzia o contágio e a propagação do fungo do mal.

A pesquisa foi publicada no periódico Philosophical Transactions of the Royal Society B: Biological Sciences.

Nós, seres humanos ainda não desenvolvemos certos mecanismos, digamos assim. Depois que médicos me falam que uma de suas tarefas principais é ensinar as pessoas a lavarem as mãos (imaginem o estado delas), e saem tocando em todo mundo, sem você nem fazer ideia onde andaram mexendo, quando vemos casos que pessoas extremamente doentes acham que "médico é besteira, só quero atestado" para irem pra zoeira, espalhando suas contaminações a torto e a direito, sem nenhuma preocupação com sua própria huigiene ou o pensamento que ela pode servir de vetor de contágio, deixando outras pessoas doentes, vemos qu~e não teremos apocalipse robótico nem zumbi. As formigas dominarão o planeta, e o máximo que farão é deixar a raça humana sucumbir por si só.

Não, óbvio, que formigas raciocinem a este ponto. Elas simplesmente estão sob ação da Seleção Natural. A Seleção Natural dá,a  Seleção Natural tira. E nesse meio tem a ciência médica brigando para que nós mesmos não nos mandemos pra vala evolutiva.