Qual será o futuro do Martelo?

Meu site é um site de Ciência e pensamento crítico. Já demonstrei várias vezes que podemos (e devemos) ter pensamento crítico com qualquer coisa. O ato de pensar não depende das aulas toscas do pessoal da Filosofia, uma área importantíssima mas que só forma professores de Filosofia que aprendem a ensinar o quanto Filosofia é importante. Então, pensemos na nossa moderna tecnologia. Pensemos em tudo o que nos cerca. Pensemos em como as coisas estão magníficas, como os lançamentos que a moderna tecnologia tem nos apresentado, Vamos apresentar as perspectivas para um futuro próximo (e talvez imaginando um futuro distante) de uma das maiores maravilhas criadas pelo homem.

HAMMER TIME!!

Quando do alvorecer dos proto-humanos, uma das primeiras ferramentas, com certeza, foi o martelo. O martelo nos acompanha para triturarmos cereais, abrir frutas com casca dura, mandar o desafeto pro Céu de Grwar’houk (ou sei lá o nome da divindade em moda na época).

Em 2007, o dr.Julio Mercader, pesquisador-chefe do Departamento de Pesquisa de Arqueologia Tropical da Universidade do Canadá. Junto com seus colaboradores da Universidade de Moçambique, Mercader escavou uma caverna de calcário perto do Lago Niassa, um dos Grandes Lagos Africanos e está localizado no Vale do Rift, entre o Malawi, a Tanzânia e Moçambique.

Lá, os pesquisadores encontraram antigas ferramentas que datam de mais de 60 mil anos! Mas não é só isso. Eles encontraram diversas sementes sobre moedores de plantas escavados e raspadores mostraram que o sorgo selvagem estava sendo levado para a caverna e processados ??de forma sistemática. Essa pesquisa foi publicada na Science.

Quando foi passando o tempo, e o Homem dominou os trabalhos com pedras, lascando-as, moldando-as, dando-lhes formas, chegamos ao chamado Neolítico (pedra nova). Batendo pedra com pedra, as lascas iam descortinando um novo mundo de ferramentas.

Facas, machados e martelos de pedra apareceram. Fizeram nossa vida mais simples. Era a tecnologia máxima da época, e, aos poucos, o Homem acabou criando formas de usar melhor, melhorando o design e a useabilidade. No caso, a criação de cabos firmes, feitos de madeira, onde se prendia a rocha dura, que seria usada como ferramenta ou arma, já que nunca fomos tão bonzinhos assim.

Ao lado temos um exemplo de um martelo usado por mineiros na era Pré-Colombiana, encontrado na região de Chuquicamata, no Chile. Nele foram usadas as mesmas técnicas que os nativos da Grã-Bretanha usavam no mesmo Neolítico, cujo processo de fabricação você pode ver abaixo:

O artigo falando sobre essas incríveis ferramentas pode ser lido AQUI. É muito interessante! Vemos não só como cortavam a pedra para ter o tamanho certo, mas moldar para ter a melhor área de contato e lixada para não ter cantos abruptos ou arestas.

O martelo acabou se tornando um símbolo (muita das vezes fálico), representando a força e tenacidade. Thor, o Deus do Trovão empunha um martelo e é dele que vem sua força. Na chega da Idade dos Metais, primeiro, o bronze; depois, o ferro.

Nossa tecnologia evoluiu. Hoje temos martelos hidráulicos, martelos a ar-comprimido, martelos de todo tipo, tamanho, material, formas etc. São peças que se tornam melhores, mais amigáveis, com melhor usabilidade, melhor desempenho e com potencial para fazer várias coisas. Só de nosso intelecto e imaginação, ambos trabalhando em conjunto com nossas habilidades motoras. Mas não é estranho que eu esteja falando de martelos?

Não, pois ele é uma ferramenta, assim como a Internet. Assim, este artigo imbecil da Revista Planeta (sim, eu sei) é totalmente sem sentido. A Internet chegou, LINDO! Assim como chegaram os caixas eletrônicos, mas estão tão imersos em nossas vidas que ninguém mais faz artigos retardados questionando qual o futuro deles. Temos todo o poder e sabedoria humana na ponta de nossos dedos, mas só usamos uma ridícula fração disso, perdendo tempo postando foto de comida no Instagram ou mensagem de Nossa Senhora no Facebook e vídeos imbecis no Whatsapp.

Qual o fruto/potencial/alcance/poder da Internet? O mesmo do Anel Energético. Tudo depende de nossas forças de vontade.

5 comentários em “Qual será o futuro do Martelo?

  1. Uma vez eu e meu pai vimos um bando de macaco prego (Sapajus libidinosus) usando pedras para quebrar coquinho (acho que era babaçu, não lembro bem). Achei muito interessante como eles faziam o movimento de pegar a pedra e jogar no coco, detalhe era sempre a mesma pedra. Pude observar também que os cocos eram separados por outros macacos, os pedaços de cocos num lugar e os inteiros em outro.
    Outra vez vi outro bando tirando milho de uma plantação e fazendo algo incrível, dando nós nas palhas das espigas. Eram duas espigas de milho amarradas pelas palhas, eles levavam elas enganchadas no pescoço.

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  2. Interessante notar que o formato das pedras (numa época onde não havia a ânsia capitalista de comprar coisas inúteis) atinge o máximo de utilidade quanto mais agradável o formato, ou seja, quanto mais belo ao olhar. Os formatos de pedras, um material duro, mas frágil (quebradiço, lascável), tendem a ter mais curvas e a ter menos cantos vivos. Em engenharia mecânica usa-se essa mesma tecnologia nos “relief grooves”, que são arredondamentos que se fazem nos projetos mecânicos para remover os cantos vivos das peças, com o intuito de se aliviar as tensões internas das peças e aumentar a vida útil delas. É fascinante imaginar que a mesma tecnologia usada em pedras rudimentares é a mesma usada em, digamos, carros modernos, e até nos foguetes!
    Steve Jobs foi um gênio empreendedor ao perceber a nossa familiaridade com curvas (compramos o que é mais bonito), e aplicá-las aos produtos vendidos por ele, e tudo isso ele mesmo disse que aprendeu fora do currículo do ensino formal, numa palestra em Stanford (recomendável assistir). Os cantos arredondados dos produtos Apple mexem com nossos instintos (pensamos eles serem mais úteis e mais resistentes aos choques físicos; e imagino que os Apple até sejam!). Talvez isso explique o fato de existirem os “macfags”, pessoas que estão com a Apple até a morte, e não hesitam em pagar o preço que for pelos produtos Apple. Jobs ficou rico porque se ligou nesse mecanismo instintivo primitivo nosso, que é preferir curvas a cantos vivos. Gênio! Exceto pelo motivo da morte dele, que foi bem estúpido. :sad:
    A internet é formidável, e poder aprender sobre QUALQUER COISA torna qualquer pessoa determinada mais próxima da libertação para a vida dela. Mas o legal é ver fofoca (que nem podem ser provadas verdadeiras!) em vez de pesquisar sobre um assunto qualquer que achou interessante (e que pode ser usado para ganhar dinheiro até). Os nossos instintos, que já foram muito úteis, estão ficando ultrapassados, necessitando que nos livremos deles e percebamos o que funciona e o que é inútil. Quem domina os instintos (emoções), está no próximo passo da Evolução, ou de controlar o poder do Anel Energético, como citado no artigo.
    E então, vai pesquisar algo para mudar a sua vida ou vai navegar pelo Facebook para saber da vida alheia? Tenho medo da resposta…

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  3. O fim do martelo
    Pois eu vou contar um episódio tragicômico que aconteceu na empresa onde trabalho e que quase deu fim ao martelo, ou melhor, à marreta, que é a sua versão mais primitiva.
    Anos atrás houve um acidente trágico com morte de um empregado. Foi algo inusitado, enquanto uma pessoa usava uma marreta grande para cravar uma estaca de metal no solo, outra observava à distância. Num certo momento a marreta lascou e esta afiada lasca atingiu e matou o observador. Como sempre, houve uma comissão para analisar as causas e propor medidas que evitassem futuros acidentes. A medida foi bem simples: de hoje em diante está proibido o uso de marretas! Como??? Proibir a marreta??? Existem diversas atividades que só podem ser feitas por marreta. O que deveria ser feito era a inspeção das marretas, estabelecer prazo de validade para seu uso. Mas não, foram pelo mais fácil (para eles) proibira a marreta. Numa determinada atividade (aperto de porcas de grande porte com uso de “chave de impacto”) a marreta foi substituída por uma ferramenta hidráulica complexa que na primeira semana de uso teve uma mangueira de fluído de alta pressão rompida causando um corte no braço do operador. Meses mais tarde eu tive oportunidade de questionar um técnico de segurança sobre o risco do uso da marreta e perguntei se havia no histórico mundial o registro de algum outro caso de lasca de marreta ter matado alguém. Não havia! Desde a invenção da marreta há dezenas de milhares de anos não havia nenhum registro de morte por lasca afiada. Enfim, bom senso não se compra em farmácia, por sorte, aos poucos parece que foram voltando à razão e a marreta não está mais banida da face da Terra (ou pelo menos da nossa empresa).

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