O universo é fantástico por vários motivos. Mas, para mim, é devido a ele ser a maior das indústrias químicas. Seu processo de criação e destruição de materiais é inigualável. Os resultados são fantásticos e, aqui no Sistema Solar, temos um vislumbre dessa magnificência.

Os poderosos senhores de nosso sistema solar guardam seus mistérios. Alguns revelados, outros, não. Mas agora, nossa atual tecnologia é capaz de perscrutar seus segredos. Podemos ter um vislumbre  do que se esconde no núcleo dos poderosos.

O dr. Ulf Zastrau trabalha no Departamento de Óptica e Eletrônica Quântica da Universidade de Jena, na Alemanha. Ele podia usar seus conhecimentos quânticos para ajudar a humanidade escrevendo livros de auto-ajuda e reflexologia da Nova Era, enquanto usa cristais e dilui água com açúcar no meio de um tratamento do Plantão Médico Homeopático. Sendo um cientista sério, ele preferiu estudar o Sistema Solar, ao invés.

Comandando sua equipe, o dr. Zastrau — que podia muito bem ter ajudado o dr. Zarkov a derrotar Ming, o Impiedoso – resolveu estudar os grandes planetas gasosos do Sistema Solar. Para tanto, eles usaram hidrogênio líquido para se parecer com o hidrogênio líquido denso no fundo de camadas atmosféricas dos gigantes gasosos, como Júpiter e Saturno.

A verdade é quer até então sabíamos muito pouco sobre o que tem lá pra dentro dos gigantescos deuses-planetas-deuses. Mas isso mudou, já que temos lasers. E tudo fica melhor com lasers (e se você é um cientista que trabalha cm lasers e não fez PEW PEW PEW uma vez na vida, você não é cientista de verdade).

Pela primeira vez, os pesquisadores são capazes de sondar o interior ocultos de gigantes gasosos , como Júpiter e Saturno. Com muito pouco conhecimento experimental sobre a profundidade de hidrogênio dentro de tais planetas , sempre tivemos que confiar em modelos matemáticos . Mas agora , os pesquisadores simularam as camadas atmosféricas mais baixas destes planetas no laboratório.

A equipe de servos, digo, físicos do dr. Zastrau usou um laser de raios-X, operado pelo centro de pesquisa Deutsches Elektronen-Synchrotron (DESY), para aquecer o hidrogênio líquido , quase que instantaneamente, a partir de –253 a 12 MIL graus Celsius! Isso deve ter sido LINDO!

Inicialmente, o raio-X cede energia aos elétrons; estes começam a vibrar mais rápido, da mesma maneira se eu obrigasse você a ficar sobre uma placa eletrificada. Você começaria a pular que nem pipoca, da mesma forma que os elétrons da ostentação. Com o choque e vibração, os elétrons do hidrogênio começam a se aquecer. E quanto mais se aquecem, mais vibram. EEEEEEEEEEE!

Se você cursou um colégio decente, sabe que o elétron (sim, singular) de cada hidrogênio está acompanhado de um próton. Vibrando o elétron, vibra-se todo o átomo e, por conseguinte, toda a molécula. O hidrogênio começa a se aquecer muito rápido. As forças que prendem os elétrons e prótons (e o átomo todo) vão pro saco e o gás vira um plasma: um gás a alta temperatura e dotado de carga elétrica. O quarto estado da matéria.

Ah, desculpem. Eu não disse uma coisa: isso acontece em um trilionésimo de segundo!

Os resultados experimentais fornecem informações sobre a condutividade térmica do hidrogênio líquido e sua troca de energia interna. Isso parece tão interessante quanto pintar uma parede e ficar observando a tinta secar, mas nos dá muitas informações sobre o que acontece nos tempestuosos mundo gigantes feitos de puro gás.

A pesquisa foi publicada no Physical Review Letters, e nos dá muitas informações sobre o que se passa em mundos tão longínquos, mas ao mesmo tempo tão próximos de nós. Não traz, entretanto, todas as respostas. Mas qual pesquisa as traz?

Fonte: Mãe da criança.