Eu vejo próteses diversas e fico maravilhado de como a Ciência & Tecnologia. Ligas metálicas, polímeros, compósitos e tudo de melhor que se pode usar para substituir ossos está sendo usado. Ainda assim, e por mais que se use motores e amortecedores, ainda não conseguimos algo semelhante aos músculos.
Mas isso está sendo analisado. E quando você sair para pescar – sua mulher bronquear, diga que você vai pesquisar, para um músculo criar.
(deem um tempo. Ainda é quinta-feira)
O dr. Ray Baughman é pesquisador do Nano Tech Institute da Universidade do Texas. Ele estuda nanotecnologia, pois ao lado de (whatever) quântico e grafenos, nanotecnologia tem boa evidência no mercado e em jornais que adoram trazer matérias sobre eles (e isso não é lá um elogio).
Baughman se baseou em como é a estrutura dos músculos , que basicamente são compostos por fibras, também chamadas de "miócitos". Miócitos são células tubulares longas, que se desenvolvem a partir de mioblastos para formar músculos num processo conhecido como miogênese (blábláblá de wikipédia) que ajudam a fazer nossa movimentação, já que estrão presos nos ossos por meio dos tendões (mais blábláblá), em que esses tecidos musculares são feitos, na verdade, de diversos tubos pequenos, que se dilatam ou se contraem mediante a necessidade, controlados por impulsos elétricos comandados pelo cérebro.
Isso significa dizer que os músculos não são um tecido inteiro, que nem a pele, mas vários "tubos" entrelaçados. Baughman pensou, então, como fazer para simular isto. E a chave foi… linha de nylon… Sim, a mesma linha de nylon que você sai pra pescar e pegar na vara e trazer alguns peixes de duplo sentido, pelos quais sua mulher o olhará torto pelo resto da semana.
.As linhas são dispostas verticalmente e um motorzinho no topo a gira. a linha vai se enroscando, se enroscando e se enroscando, até ele formar uma espécie de mola. Com essas "molas" serão feitos os músculos artificiais criados pela equipe de Baughman, e que podem levantar cargas mais de 100 vezes mais pesadas do que o músculo humano do mesmo comprimento e massa pode fazer; e a ideia é utilizá-los em robôs, o que não será nada a se temer. Eles preferirão uma versão modificada da Beretta m93R para dar conta da gente. E sim, temos videozinho:
.A ideia de usar nylon e fibra de polietileno se baseou num fator extremamente simples: são baratos e, cá pra nós, isso ajuda bastante quando você está com ideias para desenvolver algo novo e quem libera a grana só pensa nos gastos.
Os pesquisadores usaram quatro linhas de pesca de polietileno trançadas em um tubo de silicone, bombeando água quente e fria, de forma que haja contração e relaxamento, da mesma forma que nossos músculos trabalham (ainda que por vias diferentes
A pesquisa, claro, ainda está no início e dificilmente estará no mercado no ano que vem. Ela foi publicada no periódico Science, e mesmo que não resolva nada hoje, será de grande ajuda no futuro, ainda que não seja em próteses, mas um conhecimento assim encontrará mil e uma aplicações, com toda certeza.