Um dos juízes mais experientes da Grã-Bretanha disse que o rápido aumento do número de leis nos últimos anos tinha sido necessário por causa da redução do percentual de pessoas religiosas. Isso porque essas religiões norteavam a população em eu comportamento ético.
De certa forma, ele tem uma certa razão ao falar isso, mas isso pode ser interpretado em mais de uma maneira.
Li no The Telegraph as argumentações do bom juiz e me ocorreu algo estranho. Ao mesmo tempo que eu concordei com ele, o achei um idiota. Não é todo dia me acontece isso. Normalmente, eu tenho a tendência de optar por achar que 99% das pessoas são idiotas e ninguém ainda me provou que eu estou errado.
O declínio da religião impacta uma sociedade de muitas formas. Uma delas é que precisamos de outros mecanismos de controle social. Sempre tivemos o "marginal", que em síntese é aquele que está à margem da sociedade, se recuando a aceitar leis previamente definidas que servem para atender a todos. É o indignado condômino que reclama da taxa extra, mas não estava presente em nenhuma reunião para votar e dar a sua opinião. Venceu a maioria e, no mínimo, ele terá que acatar a decisão. O marginal se recusa a aceitar e continua com seu comportamento, mesmo que este viole as leis vigentes.
Em resumo, jogar lixo na rua o faz tão marginal (a priori) que um assaltante de banco. Maiores considerações serão puramente masturbação mental e não estamos com tempo para ficar com elucubrações a respeito.
Por muitos séculos, leis foram baseadas nas religiões, desde o "Não Matarás" até o "Comer carne na sexta-feira Santa é pena de morte" (sim, dava pena de morte sim, menos pros ricaços, claro). Isso passando por "Adúlteros serão apedrejados até a morte, assim como homossexuais". Como? A parte do "Não Matarás"? E é a mim que você vem perguntar isso? Pergunta pros redatores da Bíblia!
Então, as religiões são um bastião moral e impede as pessoas de cometerem crimes. Bem, o que me dizem das Cruzadas, Cisma do Oriente, Noite de São Bartolomeu, os ataques terroristas na Olimpíada de Munique, a Guerra dos Seis Dias, o bombardeio em Oklahoma, o 11 de setembro etc. Como assim a religião não impediu?
Em 1925, o Fundamentalismo Cristão pegou um professor de Biologia pra Cristo. Seu no me era John Thomas Scopes. Ele foi preso e ido a julgamento. O motivo? Rasgou uma cópia da Declaração de Independência dos EUA? Queimou uma bandeira norte-americana? Profanou os túmulos dos soldados sepultados em Arlington? Mostrou o dedo médio para velhinhas e colocou fotos pornográficas numa caixa de doação de igrejas? Não, ele não fez isso. O que ele fez foi… Ensinar Evolução no Tennessee. Seu julgamento ficou conhecido como The Scopes Trial.
Ele simplesmente fez seu papel de professor e foi processado (ele foi condenado, mas fizeram uma vaquinha e pagaram a multa dele).
Um dos juízes mais experientes da Grã-Bretanha acusou um declínio na religião e os valores morais tradicionais para o crescente número de leis necessárias para manter a ordem.
Milord Jonathan Philip Chadwick Sumption, ou Lord Sumption, OBE é ium ex-juiz da Suprema Corte do Reino Unido, e como todo bom advogado, adora falar umas besteiras de vez em quando. Ele disse que "em seu nível mais fundamental , o problema é que as capacidades técnicas e intelectuais da humanidade têm crescido mais rapidamente do que as suas sensibilidades morais ou seus instintos cooperativos".
É, né? Isso dito por um cara que serve a um império que cismou de submeter a Irlanda católica ao seu poderio, para ganhar de presente uma bomba em Regent Park. Então, um governo anglicano saindo na porrada de forma feroz contra uma população católica. Nisso surgiram outra vertentes terroristas, como a Mão Vermelha do Ulster, protestante e que é unionista. Cristão matando cristão, seguindo um deus que diz que aquele que não tivesse pecado atirasse a primeira pedra. Pedra é muito mainstream, o negócio é na base do Semtex, mesmo, e ninguém ali se achava pecador.
Leis religiosas fazem sentido para sociedades absurdamente atrasadas, em que o conceito de certo/errado é torto e se não se matam mutuamente é por puro MEDO! mas que deus é esse que ao invés de ensinar o certo ameaça desarvoradamente com as mais terríveis penas? Péssimo professor esse. Entretanto, concordo que com a redução da religião que novas leis fossem criadas; isso é natural em qualquer sociedade, já que esta última está evoluindo sempre e leis precisam se adequar, como a criação de leis contra crimes digitais, que jamais teriam feito sentido na década de 1940.
Sociedades toscas e ridículas dependem de que um deus ameace de castigo severo para quem estuprar uma mulher. O problema está quando quem foi "inspirado" por este mesmo deus colocou um senão, avisando que a mulher que fosse estuprada e não gritasse alto o suficiente deveria ser morta também, por adultério. Boa moral essa, hein juizão?
Novas leis realmente precisarão ser votadas e aplicadas, pois a "moral" e a "ética" aprendidas com a religião não pareceu dar muito certo, pois basta o gato sair um pouco de cena que o monte de ratazana faz logo um baile funk.
Para resumir isso tudo, temos a (suposta) frase de Albert Einstein:
Se as pessoas são boas só por temerem o castigo e almejarem uma recompensa, então realmente somos um grupo muito desprezível.
Sim, afinal religiosos são bonzinhos, quem tem alguns janeiros como eu nas costas, deve se lembrar da frase muitas vezes dita por algum parente ou conhecido ” O fulano não está muito católico” para definir o estado de saúde ou algum mal qualquer, insinuando que só os católicos eram bons! :shock: :lol:
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