Os caçadores da cidade maia perdida

A vida de um arqueólogo não é fácil. Longe de ser o mundo de aventuras como as do Indiana Jones, arqueologia é algo que requer disciplina, paciência e horas com a bunda pra cima escavando ou se embrenhando em alguma mata esquecida em busca de qualquer treco (neste momento, uma turba de arqueólogos com máscaras do Guy Fawkes lotam a calçada aqui em frente).

Mesmo com toda essa trabalheira, há recompensas, como encontrar uma antiga cidade maia perdida nos cafundó do Judas no México.

O dr. Ivan Sprajc, como todo arqueólogo moderno, gosta de tirar pose como o Indiana Jones, com chapéu e cara de desbravador. Além disso, ele trabalha no Instituto de Estudos Antropológicos da Academia Eslovena de Artes e Ciências. Não, o dr. Sprajc não é mexicano, não sabe fazer tacos, não usa o serviço de coiotes e muito dificilmente foi membro de um conjunto mariachi. Sua especialidade é o estudo de culturas mesoamericanas, dando especial atenção ao urbanismo e arquitetura do povo maia.

Esta semana, Sprajc – cujo nome parece um teste oftalmológico que eu fiz certa vez, mesmo sem ele ser polonês — anunciou a descoberta de uma antiga cidade maia chamada Chactún, que pode ser traduzida como “Pedra Vermelha” ou "Pedra Grande", num lugar situado na na parte sudeste de Campeche.


Taí! Campeche.

Sprajc e seus colaboradores descobriram o que acreditam ser uma cidade que era o centro de uma vasta região entre 600 e 900 E.C. A extensão do sítio arqueológico mede mais de 22 hectares e contém uma série de monumentos, cheios de inscrições.

A antiga metrópole Maia é um dos 80 locais que foram identificados pelo Projeto de Pesquisa Arqueológica na região sudeste de Campeche, que começou em 1996. A posição destes locais foi baseada principalmente no reconhecimento de fotografias aéreas de grande escala. Em 1989, a região foi declarada parte da Reserva da Biosfera e exploração arqueológica, ou seja, ninguém pode construir condomínio de luxo, cassino ou metrô com direção aos EUA. Abaixo, Spajc bancando herói dando de cara com um muro:


— Te achei!

Durante as escavações foram encontradas muitas estelas, pilares verticais esculpidos. Uma delas, você pode ver na foto que abre o artigo e aqui embaixo:


— Só espero que não queiram arrancar meu coração.

Das 19 estelas registradas até o momento, três estão bem preservadas. Uma dá um nome para o local, dizendo que o governante K’inich B’ahlam "fixou a Red Stone (ou Pedra Grande) em 751" – de acordo com a interpretação preliminar do dr Octavio Esparza Olguin. da Universidade Nacional Autônoma do México, que não teve a delicadeza de fazer uma paginazinha para Octavio.

E sim, temos videozinho:

Há muito o que se estudar ali. A civilização maia, apesar de ter sido conhecida por causa daquela palhaçada de Apocalipse Maia, 2012 etc,. tinham um Estado bem organizado, com muitas peças arquitetônicas estudadas até hoje. Na pesquisa de Spajc, algumas estelas (como a qual ele está posando na foto lá em cima) foram arranjadas para ter outras utilizações. Se você quer saber um pouco mais sobre outros sítios arqueológicos maias, pode consultar a Wikipédia mais próxima de você.


Fonte: INAH

Um comentário em “Os caçadores da cidade maia perdida

  1. Com certeza todo esforço dos arqueólogos vale a pena. Era uma civilização com bons conhecimentos de astronomia e matemática (eles sabiam usar o número zero).

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