Cientistas restauram parte de medula espinhal lesionada de ratos

O pessoalzinho tosco que defende os ‘direitos dos animais" (mas usam inseticida em casa), acha um absurdo experimentação animal, alegando que isso é tortura. Curiosamente, nunca falam quando cientistas fazem pesquisas nas quais curam pequenas cobaias. Agora, cientistas dão mais um passo em termos de ciência médica: eles conseguiram reconstruir medulas espinhais de ratos. Ok, foram cotadas, mas voltaram a ser remendadas e mesmo o mais fanático dos vegans toma remedinho. E, claro, isso ajudará muita gente com problemas de lesões no sistema nervoso.

O dr. Jerry Silver é professor do Departamento de Neurociência da faculdade de medicina e prata da casa da Case Western Reserve University, sediada em Cleveland, EUA. Junto com seus colaboradores, Jerry estuda como fazer com que pessoas com sérias lesões na medula espinhal possam reaver parte de seus movimentos. Assim, quando o problema da TV não ligar é apenas remendar o fio da tomada, oque Jerry propõe é reconectar as partes lesionadas da medula, de forma que as informações possam ir e voltar do cérebro até o membro em questão. Na teoria parece ser simples como tudo na teoria. Só que na hora de meter a mão na massa, surgem os problemas.

Os pesquisadores descobriram, então, uma maneira de se reconectar medulas espinhais cortadas. No caso, experimentaram em ratos (cientistas malignos! Bleargh! Jamais tomaremos remédios!). O resultado foi que os orelhudos recuperam o controle da bexiga, e se você acha isso "meh" nunca deve ter ficado com uma bosta de uma sonda instalada, tendo que mijar num saquinho.

O problema está no fato que a medula espinhal é a raiz de todos os nervos do corpo. Todos os nervos têm conexão com ela, e é por ela que as informações vão até o cérebro. Isso somado temos o Sistema Nervoso Central. Assim, qualquer lesão na medula espinhal é algo que nenhum de nós iria querer. Como no caso da TV, não importa que os nervos das pernas recebam algum estímulo (como uma espetada de uma agulha) se essa informação não  consegue seguir adiante, passar pela espinha e subir ao cérebro. Se a espinha estiver "desconectada" por causa de alguma lesão, o cérebro não recebe a informação e, por via inversa, não consegue que suas ordens cheguem até o referido membro. Isto significa dizer que por mais que o cérebro diga "levanta-te e anda", a ordem não chega ate os nervos da perna, o que não gerará impulso elétrico nos músculos e a perna ficará lá, imóvel e totalmente "surda". Isto vale para todos os órgãos que dependem que as ordens cheguem perfeitamente.

Na pesquisa, os cientistas da Case Western Reserve University conseguiram remendar parte da espinha, ainda que não perfeitamente. Sei lá, mas para quem estava tetraplégico e volta a poder urinar do jeito de gente normal, já é um avanço e daí é só esperar avanços ainda maiores.

O mais bizarro disso tudo é que a medula espinhal até que tenta reparar si própria, mas nem sempre (ou quase nunca) consegue. E é para aí que a pesquisa: por quê? E, ainda melhor, como fazer com que ela possa dar uma de Wolverine e se refazer? Ainda não se sabe todos os detalhes, mas ninguém disse que pesquisa científica é rápida e fácil!

O trabalho começou seccionando a medula espinhal de ratos (sim, vegans chatos, R-A-T-O-S! Aqueles mesmos para os quais você coloca veneno ou instala ratoeira) na região onde eles perdem o controle de suas bexigas urinárias (afinal, não tem sentido de aleijar os pobrezinhos, afinal, cientistas sádicos só existem em abundância na mente de gente que viu filmes B demais.

Os pesquisadores então injetaram as duas substâncias que estimulam o crescimento, que existem naturalmente na espinha, em ambos os lados da separação, e reforçou a brecha na espinha com fios de aço e fio cirúrgico. Então, deram tempo ao tempo. Depois de seis meses de crescimento, os ratos demonstraram controle da bexiga próximo do normal, evidenciando que os nervos afetados se recuperaram o suficiente para o caminho de informações cérebro/medula-espinal-/nervos pudessem trafegar. A pesquisa foi publicada no periódico Journal of Neuroscience.

Bem, é verdade que os filhotes de Mickey não conseguiram a capacidade de andar de volta, mas vocês esperam o quê? Milagres? Só em contos da carochinha programas evangélicos (daqueles que o pastor nunca mostra os laudos médicos). Entretanto, é uma vitória e tanto para a Medicina e nos acalenta saber que há esperança para muitas pessoas que sofreram algum acidente e podem esperar que daqui a algum tempo, novas terapias poderão restaurar seus movimentos; e se não lhes der uma vida 100% normal, com certeza será algo bem melhor que depender de uma cadeira de rodas ou, pior, uma cama.

Porque, no final das contas, o único deus que existe é a Ciência; e é ela quem mete o dedo nas fuças da morte e diz: "Hoje, não!".

6 comentários em “Cientistas restauram parte de medula espinhal lesionada de ratos

  1. Oi gostaria de saber como faço para me submeter a um tratamento desses,pois fui alvejado com um disparo de arma de fogo,no qual perdi os movimentos das pernas?
    Eu gostaria de ser voluntario,para um desses programas.

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  2. obrigado André por enviar o link.mais acho que esse ai também não é o correto pra transplante de medula para paraplegicos.
    Se você souber de algum outro especialista ficaria muito agradecido pela força.
    Amigo já estou com um ano que não sinto as pernas já estou quase ficando louco,pois isso é muito ruim.topo ser cobaia de qualquer estudo pois prefiro morrer tentando ficar bom,do que morrer desse jeito sem tentar.

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