Eu, pequeno Cão-robô

Vocês devem se lembrar do Aibo, o cão-robô desenvolvido pela Sony e produzido entre 1999 e 2006. Mas seu foco era ficar dentro de casa. Ter que se deslocar por terrenos acidentados era um sacrifício para ele. A Boston Dynamics, entretanto, está indo por outra direção. Seu robô-canino é focado por se deslocar em qualquer tipo de terreno, avaliando o ambiente em volta e decidindo como andar pelo local em questão.

E mesmo assim, não é só isso.

LittleDog é um robô quadrúpede. Mesmo porquê, se ele pretende se chamar "pequeno cão-robô", ficaria estranho se ele tivesse 6 pernas. No máximo seria uma baratona. Os pesquisadores da Boston Dynamics o usam para estudar movimentos e aprendizagem de locomoção. Andar com rodinha é fácil, basta ter uma estrada, não necessariamente de tijolos amarelos.. Só que a superfície do planeta é irregular e não foi à toa que animais que mais tinham pés eram os que tinham melhores condições de se locomover, atacar presas e fugir de predadores.

Quando vemos a mocinha fugindo do bandidão malvado, ela SEMPRE cai, por dois motivosd. Primeiro, porque é clichezão, segundo porque demora pro cérebro avaliar o terreno e ajustar os membros em força, agilidade e equilíbrio. Seres de duas pernas são os que têm pior movimentação em terrenos secos.

O LittleDog é usado para investigar as relações fundamentais entre aprendizagem motora, controle dinâmico, percepção do ambiente, e locomoção em terrenos irregulares. Em outras palavras, ele anda por um lugar pedregoso, por exemplo, e escorrega. Então o software "entende" o terreno e tenta mudar o tipo de movimento para que não caia de novo.

Ok, beleza. Por que ele não é feito como uma centopeia?

Bem, temos aranhas-robô , lagartos e uma salamandra. Só que quanto mais pernas, mais motores são necessários, mais energia consumida e mais processamento. O LittleDog tem quatro pernas, cada uma delas equipada com três motores elétricos. Pensem em uma centopeia a quantidade de motores que seriam necessários. Os pés do cão-robô têm uma vasta gama de movimentos. E aprende mediante o terreno, conforme vocês podem ver no vídeo abaixo:

Os sensores do bionicão em miniatura orientam o corpo e os pés, o contato com o solo etc. Sua função não é sair em disparada como o guepardo-robô. Ele é um Edmund Hillary e não Usain Bolt.

A bateria do bichão é de lítio-polímero e tem autonomia para 30 minutos de funcionamento contínuo sem recarga. Seu smartphone com tudo ligado (wi-fi, gps, 3G etc) não dura 24h sem recarga. Se telefonar ou usar skype, já era e esse ainda é o calcanhar de Aquiles de modernas tecnologias.

O mais interessante é que o LIttleDog ainda pode ser usado como réplica de seus movimentos. Os pesquisadores usaram o kinect da Microsoft par traduzir os movimentos de uma pessoa em movimentos do cãozinho-robô. Take a look:

Tudo bem~o movimento é bem tosco, mas olhe o tamanho e formato do seu dedo e as patas do LittleDog. Para mim, ele fez muito e detectou e repetiu  os movimentos muito bem. Santos Dumont não projetou um F-22, lembrem-se. Pense nas possibilidades em termos de tecnologia assistiva. É um passo e tanto, quando você tem um Siri da vida, mas não pode falar. E eu não tenho dúvidas que em alguns anos a replicação dos movimentos seja mais do que aceitável. Será quase perfeita.

12 comentários em “Eu, pequeno Cão-robô

      1. @André,
        É só uma brincadeira.
        O robô mostrado nos vídeos já possue uma aparência que lembra uma barata ou um besouro, mesmo não tendo as tais 6 pernas.

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  1. O problema de autonomia da fonte de energia é inerente a toda e qualquer tecnologia. Acredito que seja um desafio de engenharia tão grande quanto a movimentação em si do robô, já que nenhuma tecnologia hoje pode fornecer energia continuamente e ser portável ao mesmo tempo.

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    1. @reinaldo,

      Bem, houve um tempo em que a capacidade de armazenamento dos computadores era insuficiente para salvar uma simples imagem em .jpg. Eu tenho fé (hah) que não levará tanto tempo quanto esperamos para que seja encontrada uma solução pra esse obstáculo.

      Se bem que em Double Dragon a gente já tinha carros voadores em 2007…

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      1. @El Residente,
        me parece que você está confundindo as coisas, os aparelhos ficaram melhores e menores, com mais capacidade de processamento e tal.
        Mas a fonte de energia se mantém basicamente a mesma, a única grande mudança são estas baterias de polímero.
        Achei incrível que durasse meia hora com tantos motores e processadores trabalhando em conjunto.

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        1. @reinaldo,

          De fato, eu não interpretei bem seu ponto. Posso estar falando besteira, mas se não me engano, as pesquisas para o desenvolvimento de fonteis portáveis de energia são um tanto quanto negligenciadas se comparadas com outras áreas.

          Novamente, eu posso estar falando besteira.

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