Fort Knox é o sonho de qualquer ladrão. Isso porque ele é a reserva de ouro dos Estados Unidos. O que os filmes esquecem de dizer é que nele há unidades de treinamento e comando de recrutamento do exército, bem como o Museu George S. Patton, cujo nome já é suficiente para expulsar qualquer maldito kraut de lá. Em 1937, o Departamento do Tesouro construiu e sediou o seu US Bulling Depository, A Reserva de Ouro dos EUA, o que atiça as mãos pecaminosas de qualquer um que quer ganhar dinheiro fácil (e mais facilmente desencorajado ao saber que há unidades do exército por lá).
Já, na Inglaterra, embaixo do Bank of England, há um lugar que mexe com as más intenções de muita gente e nem Ronald Biggs deve ter deixado de pensar nele. São vários bullions de ouro maciço que lá repousam adormecidos, prontos para serem atacados por algum supervilão.
"Bullion" não está escrito errado. Um Gold Bullion é tão-somente um ligotão de ouro maciço, pesado que uma maravilha. Mas existem bullions de outros metais. Este nome deriva do termo "bouillon", que em francês antigo era usado para "casas de fundição"., já que os metais eram derretidos e colocados em formas.
O dr. Martyn Poliakoff é meu químico favorito. Sério, olhem só pra ele. Como não gostar desse cara e sua escultura capilar? Por causa dele, eu sou o segundo melhor divulgador da Química. Ele e o repórter Brady Haran foram até o subsolo do Bank of England e mostraram o que é ter 197 bilhões de libras esterlinas em ouro maciço (cerca de 658 bilhões de reais, pela cotação de hoje). Senhoras e senhores, com a palavra, tio Poliakoff (eu posso chamá-lo assim. SENHOR Poliakoff para você):
Iates! Garotas! Mansõõõõõões!
O ouro é um metal interessantíssimo. Feio que dói em estado bruto, magnífico depois de trabalhado. Molenga a ponto de você entortá-lo com as mãos e deixa a marca se você o morder (sim, aquele lance de filme de pirata de morder dobrões de ouro para saber se eram verdadeiros é verdade. Incrível, né?).
O ouro é dúctil e maleável. Pode-se tirar folhas tão finas a ponto de serem transparentes. Sua baixa reatividade o fará ser o que é para sempre. Vão-se os dedos, ficam-se os anéis de ouro.
Mas ele tem um lado negro. Desperta cobiça e até guerras, ainda que ele não seja tão raro, só é difícil de chegar onde ele realmente está: perto do núcleo devido à sua alta densidade, que faz com que seja atraído para o centro da Terra. Ainda assim é belíssimo de se ver e mais belo ainda quando temos alguém que fale sobre ele, da maneira como tio Martyn faz.
Esse texto me fez lembrar que diziam que também tinha ouro no World Trade Center. Claro, não chegava a um Fort Knox ou um Bank of England, mas tinha alguns milhõezinhos lá em barras de ouro que valem mais do que dinheiro.
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