Notícia alegre do dia: sua cozinha é mais poluída que centros urbanos

Sim, dona de casa, você é daquelas que limpa, tira pós, desengordura e passa desinfetante, que mais deixa cheiroso que efetivamente mata vírus, bactérias e malwares. Só que nada é tão legal que a Ciência não estrague, que o diga o estudo da Universidade de Sheffield que descobriu que o ar de nossas casas podem ser cerca de 3 vezes mais poluído que o ambiente ao ar livre no centro da cidade e ao longo de estradas movimentadas.

Vai, diz que ficou feliz, diz.

A pesquisa do dr. Vida Sharifi é chefe do grupo de pesquisa em energia e meio-ambiente. Ele liderou uma pesquisa que visava medir a qualidade do ar dentro e fora de três edifícios residenciais com diferentes tipos de uso de energia. Por "diferentes tipos de energia" entende-se que o estudo abrangia fogões a gás e elétricos, e não aquelas baboseiras holísticas da Nova Era. Os pesquisadores descobriram que o dióxido de nitrogênio (NO2), um gás feio, bobo, chato, castanho e tóxico apresentava níveis de concentração 3 vezes maiores em cozinhas que usavam fogões a gás e estavam instalados em casas localizadas no centro da cidade do que ambientes ao ar livre. Se bem que o termo "ar livre" bem no centro de uma grande cidade parece um paradoxo. Eu, particularmente, acho que tem muito oxigênio na poluição do centro da cidade do Rio de Janeiro. São Paulo não apresenta contaminação de oxigênio em sua poluição, segundo pesquisas independentemente inventadas.

A conclusão é que ingleses, além de possuírem uma culinária pavorosa (chamam aquilo de culinária. Sei lá), possuem cozinhas com qualidade do ar bem sofrível. Num maravilhoso estudo epistemológico falacioso, a qualidade péssima da cozinha está diretamente relacionada à péssima culinária. Só não sei quem causa quem, e isso nem é importante para o presente artigo, deixando-me totalmente sem saber porque estou perdendo tempo escrevendo estas piadinhas ao invés de informar, que é pra isso que o site existe.

A questão principal é que o estudo foi feito na Inglaterra e sabemos que quente aquele país não é. Nem seu povo. Assim, há a necessidade de abrigar a casa do frio, ou seja, deve-se mantê-la mais tempo fechada, principalmente no inverno. Os gases provenientes da queima do gás (seja na cozinha ou para aquecimento) não se dispersam para fora, ficando alegres e saltitantes num ambiente confinado, onde acabarão sendo inspirados pelas pessoas. Tal dificilmente seria visto no Rio de Janeiro, ainda mais durante o verão.

Obviamente, em casas que usem aquecedores ou fogões elétricos, os níveis de concentração de NO2 eram bem menores, o que já era de se esperar, pois eu não faço ideia de como eletricidade faria NO2 aparecer como por encanto.

Qual o melhor então? Difícil responder, já que há o custo da eletricidade e a geração da mesma. Substituir tudo por eletricidade não é economicamente ou tecnologicamente viável ainda, e o uso de aquecedores solares não pode ser levado em conta por motivos que vocês podem adivinhar.

O estudo foi financiado pela Engineering and Physical Sciences Research Council (EPSRC INTRAWISE Consortium), e foi publicada no periódico Indoor and Built Environment.

5 comentários em “Notícia alegre do dia: sua cozinha é mais poluída que centros urbanos

  1. Interessante matéria!! Fico imaginando se eles fizessem um estudo desses por aqui… digo, aqui mesmo em Minas, onde temos inúmeros alambiques à todo vapor… além dos fogões a lenha, tudo isso para nos proporcionar uma cachacinha de paladar aceitável ( nem todas, claro ), como também a deliciosa comida típica… eles nunca comeram uma galinha ao molho com quiabo!!! Creio que esses Ingleses poderiam gastar mais tempo estudando um meio de mudar o comportamento pessoal !!

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  2. ficou uma graça a montagem da foto do post com as máscaras,ainda fazer o detalhe de uma máscara estilosa para a menina.
    Como é que o André arranja tempo para isso, e ainda escrever os artigos e dar aula?

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  3. “São Paulo não apresenta contaminação de oxigênio em sua poluição, segundo pesquisas independentemente inventadas.”

    Corroboro integralmente os resultados! Interessante notar que seus métodos pouco ortodoxos replicaram os resultados obtidos empíricos. Só queria saber o que minhas células estão usando no lugar de oxigênio… metano? Se eu tivesse o costume de ir ao Center Norte vá lá… Mas passo na frente dele todo dia, me auto-respondi. :| O pior é lidar com o pó, que deve ser a soma de fuligem, borracha vulcanizada e asfalto em suspensão, fumos de origens diversas (dependendo de onde se anda a RAIZ do problema é óbvia)…

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    1. @queiroz,

      Pois é, Fortaleza, apesar de ser uma cidade pequena (em área) e ter quase 8 mil habitantes por km quadrado, não tem (muita) poluição no ar, mas isso é graças aos fortes ventos que varrem nosso litoral.

      O que me ferra é que moro em uma avenida em que circulam cerca de 50 mil carros por dia. Moro em um prédio antigo e as janelas são do tipo “venezianas” e não tem vidros. Aí, o que eu chamo de “poeira do asfalto” incomoda um pouco..

      Em compensação, não preciso e nem tenho chuveiro elétrico ou ar-condicionado :smile: .

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