Idade Média Hoje! Arábia Saudita ainda executa pessoas acusadas de bruxaria

Estamos chegando no fim. Do ano, da minha paciência e da picada. As coisas naquela Terra de Ninguém chamada "Oriente Médio" nunca foram normais, ainda mais se levarmos em conta que o pessoal lá conversava com cobras falantes, ficava dando rolé no deserto por uma porrada de tempo só pra ver um terreno e um hippie andou fumando cigarrinho que Jeová não fuma e teve umas ideias estrambólicas. Com o passar do tempo, as coisas foram só piorando, já que o máximo em termos de "evolução" social que teve por lá foi… nenhuma! Ainda vivem como se vivia há uns 1000 anos, a despeito do óleo preto solto na pista.

Felizmente, a erudição e o estudo fez com que as pessoas deixassem de ser idiotas, passando a refletir filosoficamente sobre ritos religiosos e seus múltiplos significados… ou não. Esta semana, uma mulher foi finalmente executada como bruxa depois de um processo que já dura 2 anos! Mas lembrem-se: religião é uma coisa boa e nos guia pelas veredas da moral e dos bons costumes.

O que tem de petróleo na Arábia Saudita tem de idiotice e retardo mental. Aquele lugarzinho ridículo é tão idiota que eles possuem uma unidade Anti-Bruxaria criada em 2009 como um braço do Comitê para a Promoção da Virtude e Prevenção do Vício, a Gestapo de Maomé, BOPE de Alá, ou vulgarmente conhecida como هيئه الأمر بالمعروف و النهي عن المنكر — Polícia Religiosa. Esta infame unidade foi criada visando a moral e bons costumes e para prevenir o vício (tem gente viciada em fazer vodu?). Pois é, sempre a moral e bons costumes que toda religião que se preze visa defender, nem que saia matando todo mundo em defesa da vida.

Os Camelinhos de Alá são tão paranóicos com isso que eles chegaram até mesmo a proibir os livros do bruxinho homoafetivo: Harry Potter, pois ele poderia desviar as crianças do comportamento aprovado pelo Alcorão em aniquilar quem não se submeter ao Islã. Alahu Akbar! Quando acharam uma cabeça de lobo envolvido em uma calcinha (as mandingas de lá são mais criativas das daqui), o capitão Mohammed Nascimento foi com a Patrulha Científica CPVPV combater o monstrengo. John Constantine não pôde ser convocado, pois ele é tommy, e tommies não são muito bem vistos (ao passo que os norte-americanos são conhecidos como ibn al-kalb).

Em 2008, a Human Rights Watch apelou ao rei Abdullah para deter a sentença de morte de Fawza Falih, uma mulher saudita, sob a acusação de bruxaria. A sentença foi, de fato, adiada, mas Falih morreu misteriosamente por complicações de sua saúde quando estava ainda na prisão. Menos sorte deu Amina bint Abdul Halim bin Salem Nasser, decapitada na segunda-feira (12/12), na província de Jawf, norte do país, segundo a BBC. No caso da cabeça de lobo, a família da qual foi vítima do unga-bunga foi salva pelo pelotão anti-Hermione do BOPE de Allah.

Esta palhaçada de Unidade Anti-Bruxaria veio de modo a botar moral na população que é tão atrasada, ridícula e retrógrada que eles acreditam em besteiras como mandingas, feitiços, manifestação politeístas, e dependência não-química em outros deuses. O Estado acha que as pessoas têm que ser mais racionais e não podem acreditar em idiotices como estas, devendo tomar vergonha na cara e diferenciar o que é real e o que é imaginário, tendo que aceitar que nada daquilo é verdadeiro, tendo que se direcionar ao Alcorão e suas histórias que Maomé saiu voando para El-Aqsa montado em Al-Buraq, o cavalo alado (eu não inventei nada disso).

Cristoph Wilcke, um pesquisador sênior do Oriente Médio da Human Rights Watch e especialista em Arábia Saudita, disse ao The Line Media (citado pelo Jerusalém Post) que estrangeiros, como os etíopes ou nigerianos, foram acusados ??de feitiçaria na Arábia Saudita, devido a práticas tradicionais de seus países de origem, onde normalmente são presos pela SS-Mohamed e levados pro tribunal. Advogados? Para quê?

De outra forma, a crença na feitiçaria é tão difundida na Arábia Saudita, que é usado até mesmo como uma defesa em processos judiciais criminais. Em outubro passado, um juiz acusado de receber propina em um projeto estatal disse a um tribunal em Medina que tinha sido enfeitiçado e está em tratamento por meio de encantamentos do Alcorão, conhecido como ruqiyah, um remédio comum para o mau-olhado. Você está rindo? Então deixe-me lembrá-lo do caso do ex-deputado João Alves, e sua brutal sorte ao ganhar mais de 200 vezes (!) na loteria. Isso sem falar que aqui cartas psicografadas são usadas como prova em tribunal.

Philip Luther, diretor interino do escritório da Anistia Internacional no Oriente Médio e Norte da África disse que as acusações de feitiçaria e bruxaria não são definidos como crimes na Arábia Saudita e usá-las para alguém sujeito à pena capital é, no mínimo, cruel e a execução sumária é algo aterrador. Ele ainda reitera que ninguém sabe dos detalhes dos atos dos quais Amina Nasser foi acusada pelo Estado, ainda mais que é público e notório que as acusações de feitiçaria têm sido muitas vezes usadas para punir as pessoas, geralmente após julgamentos injustos, por exercer o seu direito à liberdade de expressão ou de religião, coisa que não é bem visto em teocracias insanas (e poucas teocracias são insanas, se é que isso é capaz de acontecer).

Amina Nasser jaz sem vida, sem cabeça, sem dignidade, sem justiça. E olhando para um país como o nosso, com leis absurdas criadas pelas bancadas religiosas, fico pensando em quão longe estamos deles. Ao meu ver, não muito.

6 comentários em “Idade Média Hoje! Arábia Saudita ainda executa pessoas acusadas de bruxaria

  1. “O que tem de petróleo na Arábia Saudita tem de idiotice e retardo mental. Aquele lugarzinho ridículo é tão idiota …”

    Aberta a contagem para aparecer algum pseudo-intelectual retardado dizendo que tu não pode falar assim daquela sociedade, que toda sociedade tem o mesmo valor, que não podemos comparar e blá blá blá.

    A proposito, o que é um tommy?

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  2. Tive um professor de História do Direito que não gostava de jeito nenhum que desse fizesse uma associação com Idade das Trevas e Idade Média.

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