Megainundação foi responsável pela separação da Inglaterra da Europa

É fácil cairmos em alguma armadilha intelectual ao sugerirmos uma mentira, entremeada com um mundo de fatos verdadeiros. O nosso velho conhecido Dilúvio, onde o pessoal age de subterfúgios como, por exemplo, alegar que acharam fósseis de animais marinhos em montanhas. Realmente, é verdade. Eles só “esquecem” de mencionar que tais fósseis datam de MILHÕES de anos! Muito, mas muito antes dos seres humanos aparecerem na Terra. O fato de haverem inundações tremendas no passado não significa que foi aquela inundação descrita no mito Bíblico.

Assim, quando lemos que há muitas centenas de milhares de anos atrás, uma das maiores enchentes da história da Terra isolou a Inglaterra do continente europeu, poderíamos até pensar que seria uma evidência do alagamento mitológico dos hebreus, mas entre o que “seria” e o que “realmente é” tem muita diferença. Essa é a história de como duas irmãs unidas teve sua separação decretada pelas forças de um planeta instável!

No Período Pleistoceno (período compreendido entre cerca de 1 milhão e 806 mil anos e 11 mil e 500 anos no passado), as ilhas britânicas estavam ligadas à França por um terreno formado por colinas chamado Weald-Artois Anticline, na qual está agora o Estreito de Dover. O Weald-Artois Anticline é, como o próprio nome indica, um anticlinal, isto é, algo semelhante a “dobras” de camadas ou bandas rochosas num determinado terreno, originada por esforços tectônicos ou diastróficos, de modo que seus flancos fiquem sempre na mesma direção. Segundo o cientista Charles Lyell (1797 – 1875), tais termos foram primeiramente usados por Adam Sedgwick (1785-1873), famoso geólogo britânico.

Análises mostraram que existem anticlinais separados pelo Mar do Norte, em um lado do Canal Inglês, por outro. Para que a Grã-Bretanha tenha se tornado uma ilha, algo tinha de ter violado o cume. Em 2007, Sanjeev Gupta e seus colegas do Imperial College de Londres publicaram um artigo na Nature, mostrando que eles encontraram fortes evidências que uma grande inundação foi a responsável. Eles analisaram uma série de enormes vales escondidos no assoalho do Canal Inglês – grandes seções de rochas com 50 metros de profundidade e dezenas de quilômetros de largura.

Estes vales foram notados por geólogos primeiramente na década de 1970; entretanto, até agora ninguém realmente sabia o que lhes causou. Gupta decidiu descobrir com a ajuda de algumas tecnologias modernas. Ele usou sonar de alta resolução para criar um mapa de contorno do assoalho do Canal, e considerou que este mundo oculto foi notavelmente bem preservado.

As imagens obtidas por Gupta mostraram que os vales são cicatrizes geológicas, formadas por torrentes de água erosiva que viajavam a oeste do estreito de Dover. A sua dimensão e características são consistentes com uma enorme enchente, com eliminação da terra na sua esteira.

Durante o Pleistoceno, o Mar do Norte foi realmente um grande lago, fechado na sua extremidade norte por lençóis de gelo que uniam a Bretanha e a Escandinávia, e em sua extremidade sul pela colina de Weald-Artois. Este lago era alimentado tanto pelos rios Tamisa e do Reno. Isso, combinado com o gelo fundente, acabou por desmoronar a barreira de Weald-Artois barreira, ode a água acabou por formar o Canal da Mancha.

Gupta estimou que a inundação teria durado vários meses e envolveu pelo menos dois episódios. No seu pico, um milhão de metros cúbicos de água fluiu para o canal a cada segundo, mil vezes mais que o Victoria Falls, no Zimbabwe.

A megainundação mudou tanto a geografia local e o curso da história britânica. Ela reorganizou a drenagem dos rios Tamisa e Reno ao Canal da Mancha, em vez do Mar do Norte. E mais importante ainda: deixou permanentemente separadas a Bretanha a partir da Europa continental, sendo a antiga Grã-Bretanha completamente desprovida de seres humanos por cerca de 100.000 anos!

Uma vez que os seres humanos finalmente colonizaram aquelas terras verdes, começou-se a contar uma nova história, sem mitos antigos, pois ninguém estava lá para saber o que tinha acontecido e nem inventou mitos a respeito. Só depois desses 100.000 anos haveria seres humanos, mas não antes.

Algum criacionista pode apontar aí mais uma evidência do dilúvio, dizendo que não havia seres humanos porque só Noé sobrou. Só que nesse período, como dito, nenhum ser humano ainda existia, relegando o mito ao que ele realmente é: um mito.

2 comentários em “Megainundação foi responsável pela separação da Inglaterra da Europa

  1. Daqui a alguns milhões de anos uma mega-inundação irá separar o chifre da Africa na região que hoje compreende a Etiópia.
    Aguardem, deus vai mandar “Diluvio II – O Retorno”

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