Puxa! Eu estava triste por não tido tempo para oferecer mais alguns “presentinhos” para os criaBURRIcionistas. Mas, não se preocupem, pessoal, aqui vai mais um torpedinho no seu barquinho de papel chamado CriaBURRIcionismo (o pessoal adora os nomes que eu dou para as insanidades crenças deles).
Foram encontrados microfósseis de conodontes revelam variações da temperatura do mar há quase 500 milhões de anos! 500 mil? Sim, mais uma camadinha de cimento no túmulo dos frágeis 6 mil anos de criação. hehehe
Para quem não sabe, conodontes pertencem a uma classe de vertebrados primitivos (e que atualmente estão extintos) que existiu e evoluiu entre o Paleozóico (época compreendida entre 542 milhões e 251 milhões de anos) e o início do Mesozóico (época compreendida entre 251 milhões e 65 milhões e 500 mil anos). Seus microfósseis, muito abundantes na referida época, são considerados como ótimos fósseis-guia, importantes na obtenção de dados bioestratigráficos. Se você achou que a imagem ao lado é pequena, poderá acessar uma em maior resolução na Wikimedia Commons. O grupo Conodonta (nome derivado da união dos termos gregos kônos, cone, e odontos, dentes, muito abundante em depósitos marinhos do Cambriano ao Triássico, é conhecido desde 1856.
Sabemos que a história de nosso planeta foi marcada por vários momentos em que houve um notável aumento da biodiversidade. Um desses episódios ocorreu durante o período Ordoviciano, entre 490 e 443 milhões de anos atrás. Nesse momento, surgiram os principais grupos que dominaram os mares durante os 250 milhões de anos seguintes, como subgrupos de braquiópodos, equinodermas, trilobitas e corais.
Esse aumento da biodiversidade já era conhecido pelos pesquisadores, mas os fatores por trás dele ainda não eram bem compreendidos. Chegou-se a postular que a queda de um asteróide poderia ter influenciado esse fenômeno. Agora, o mistério – ou pelo menos parte dele – acaba de ser resolvido com um trabalho conduzido por Julie Trotter, da Universidade Nacional da Austrália (Canberra), e publicado na prestigiosa revista científica Science (leia o resumo AQUI) em 25 de julho deste ano.
A conclusão veio de análises isotópicas realizadas exatamente em fósseis de conodontes. A partir desse estudo, o grupo de Trotter concluiu que a temperatura dos mares teria diminuído dos cerca de 40 ºC que havia há 490 milhões de anos até valores semelhantes aos atuais (entre 32 e 27 ºC) entre 470 e 445 milhões de anos atrás.
Já no final do Ordoviciano (depois de 445 milhões de anos), houve um novo resfriamento dos mares (para menos de 26 ºC), o que desencadeou uma extinção em massa. Não custa lembrar que, naquele momento, os vertebrados eram escassos e ainda não haviam conquistado a terra firme, e que, nos mares, os conodontes eram o grupo mais comum.
Até recentemente, esses vertebrados eram conhecidos apenas por pequenas estruturas compostas de apatita, formada por fosfato de cálcio – Ca3(PO4)2 – assemelhadas a dentes (daí o nome), com tamanho entre 0,25 e 2 milímetros. Esses microfósseis têm sido estudados já há bastante tempo e funcionam como uma importante ferramenta na datação relativa de rochas sedimentares e na indústria do petróleo.
Por muito tempo, os pesquisadores debateram se os elementos conodontes pertenciam a vermes, moluscos ou mesmo a plantas. Para se conhecer a resposta, foi preciso esperar até 1983, quando foram encontrados os primeiros registros completos desses animais, mais precisamente de rochas do Carbonífero inferior (com cerca de 340 milhões de anos) da Escócia.
Esses achados estabeleceram que aquelas estruturas pertenciam a peixes bem primitivos, de corpo alongado semelhante ao de vermes, mas com notocorda, estruturas parecidas com barbatanas e um par de olhos bem desenvolvidos. Em geral, os conodontes possuem um tamanho em torno de 4 cm – quase um terço do comprimento de uma caneta esferográfica. Apesar de raros, espécimes completos também foram registrados nos Estados Unidos e na África. No Brasil, elementos conodontes são encontrados particularmente na bacia do Amazonas.
Apesar do diminuto tamanho desses seres, a equipe de Julie Trotter conseguiu realizar os estudos isotópicos em mais de 100 exemplares coletados de 20 depósitos distintos, graças a técnicas e equipamentos cada vez mais precisos.
Com isso, foi possível obter uma melhor avaliação da variação da temperatura do mar durante o Ordoviciano. Agora é necessária uma amostragem mais ampla que mostre se a variação foi global ou se há regiões que divergem e como isso se refletiu na biodiversidade.
Como se pode perceber com esse estudo, a vida nos diferentes períodos geológicos era bem distinta. Mesmo que os conodontes tivessem tamanho minúsculo, a contribuição científica que eles trouxeram para o entendimento das variações que ocorreram no nosso planeta pode ser considerada gigantesca! Em resumo, nem só de dinossauros vive o paleontólogo… ;-)
Sobre notícia trazida pela Ciência Hoje Online

Oi André. Eu diria que pouquíssimos paleontólogos vivem de estudar dinossauros. A maioria deles, inclusive eu, estuda microfósseis, pois eles são muito mais abundantes e revelem condições paleoambientais com muito mais precisão. As grandes extinções em massa são realmente fascinantes, principalmente a do final do Permiano, quando cerca de 95% de todas as espécies desapareceram.
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Puizé! E ainda dizem que nosso planeta é tranquilinho
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pior é essa onde de ambientalistas, que acham que existe algo a ser salvo. Os seres vem e vao. Alguem ai lamenta o desaparecimento de dinossauros?
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Ai! Essa doeu…
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Caro ariel, alguns ambientalistas podem até estar exagerando, mas achar que não é preciso fazer nada aos dados que o homem esta causando na Terra é burrice, a vida no planeta vem sofrendo alterações a bilhões de anos, mas nunca houve uma espécie que causou tantas modificações, hoje somos mais de seis bilhões de consumidores, já ultrapaçamos o limite de sustentabilidade, e com isso vamos levar inumeras outras espécies a extinção….ACORDE
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Caro Ariel, é evidente que espécies se extinguem, faz parte de um processo natural nonosso planeta. Porém, o ponto mais salientado por nós ambientalistas se deve ao fato de o homem estar interferindo nesse ciclo de maneira absurdamente nociva. Se uma espécie deveria resistir por mais 500.000 anos, não estão passando dos 200 desde que o homem passou a modificar os hábitats e caçar espécies indiscriminadamente. Então´, procure se interar melhor sobre as atuais questões ambientais para poder opinar em relação à elas.
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Uma pergunta: E sobre os meteoros? Eles dizimam várias espécies, como aconteceu no período permiano que, junto com outros fatores, um meteoro imenso dizimou mais de 95% da vida no planeta.
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@André, Quanto a essas questões externas ao planeta, acho que não temos nada o que fazer, né? Se cair, caiu, fazer o quê… uaehuaheuhe
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