Professor americano marcava estudantes com a cruz

Lembram-se de Marcus Broden? Ele era o treinador que fazia os atletas rezarem junto com ele e que noticiamos em 17 de abril. Muitos podem argumentar que mal a religião pode fazer nas escolas. Que mal pode trazer os ensinamentos santos (hahahahahaha) trazidos na sacro santa Biblia (hahahahah) Sagrada.

A resposta vem com um professorzinho estúpido e criacionista (ou criaburricionista estúpido, dá na mesma) que espalha um monte de besteiras em suas aulas e até marca os alunos que nem gado. Pelo visto, o idiota levou a sério a expressão “Ovelhinhas do Senhor”. Se bem que qualquer um que leve a bíblia a sério, é capaz de levar qualquer coisa em níveis estupidamente literais.

Segundo a notícia trazida pelo Estadão, o professor John Freshwater, da Mount Vernon Middle School (uma escola pública) pregava sua crença cristã apesar das reclamações de outros professores e administradores e usava um método pouco usual de ensino: ele queimava a imagem de uma cruz nos braços dos alunos, conforme investigadores independentes puseram num relatório. A foto ao lado mostra a prova do crime.

O cretino também ensinava o criacionismo em suas aulas de ciência e era insubordinado, não retirando a Bíblia e outros materiais religiosos de sua sala de aula, disse o relatório. Lembrem-se: num país laico não se pode dispor de símbolos religiosos de qualquer espécie em prédios públicos. Lembrem-se disso quando forem a um tribunal e derem de cara com um crucifixo. Será que um juiz umbandista colocaria um despacho no canto da sala? É um caso a se pensar…

Membros da diretoria da escola se reuniram nesta sexta-feira, 20/06, para discutir as descobertas da empresa H.R. On Call Inc., contratada pelo distrito escolar para as investigações. O relatório foi emitido na quinta-feira, 19.

O relatório chega uma semana após uma família ter entrado com um processo contra Freshwater e o distrito escolar, dizendo que o professor teria queimado uma cruz no braço de seu filho, deixando uma marca que permaneceu por três ou quatro semanas.

Dave Daubenmire, amigo de Freshwater, defendeu-o. “Com a exceção do episódio da queima de cruzes, eu acredito que John está ensinado os valores dos pais desse distrito escolar”, disse ao jornal Columbus Dispatch. Imagino que o amiguinho dele, que deve ter conhecido na igreja (conhecer no sentido bíblico, imagino), não diria coisa diferente, não é mesmo?

Diversos alunos entrevistados pelos investigadores descreveram Freshwater, professor do distrito há 21 anos, como uma pessoa muito simpática. O que não é de se impressionar, posto que a maioria deles é cristã e igualmente fanática como o escroto Freshwater.

Mas Lynda Weston, a ridícula diretora de educação do distrito, disse aos investigadores ter lidado com reclamações sobre o professor na maior parte de seus 11 anos na escola. Em suma: tem ouvido por 11 anos (o-n-z-e !!!) e não fez absolutamente nada!

Freshwater usou um gerador de alta freqüência para queimar as imagens nos alunos em dezembro, disse o relatório. O professor disse aos investigadores que estava simplesmente tentando demonstrar o uso da ferramenta em diversos alunos e descreveu a imagem como um “X“, não uma cruz. Mas as imagens mostram o desenho de uma cruz, conforme podem ver na foto acima, que é claramente uma cruz romana (a haste é maior que os braços).

Outros achados mostram que Freshwater ensinava que a datação por carbono 14 não era uma prova confiável da evolução e demonstrava, com uma caixa de Lego que o universo não poderia ser criado sem a intervenção de alguém.

Isso é tão lógico, não é? O Lego precisou de uma pessoa para ser montado, assim como o Universo precisou que algum criador o fizesse. Como analogias só são adequadas se elas se entrosarem em TODOS os aspectos, eu posso dizer: Bem, meu caro, eu fui “criado” por alguém. Quem criou o criador do Universo, hã?

Nota zero em Lógica pro cria, mais uma vez.

O Pharyngula (a versão Chuck Norris do capitão Nascimento do Ceticismo) fez uma ótima postagem a respeito, cujo comentário final eu coloco aqui. Manda ver, PZ Myers:

Freshwater pode acreditar no que ele quiser. Quando ele decide usar sua sala de aula, numa escola pública, para empurrar suas crenças pela goela dos estudantes, ele está errado e deve obedecer a ordem de manter a secularidade de sua aula. Quando suas crenças pessoais estão afetando tanto o seu julgamento, a ´ponto dele sequer conseguir ensinar a evidência e lógica da Ciência, seu ofício profissional, QUEIMEM-NO!!

Gostei do delicioso trocadilho, em inglês, que Myers usou; pois “fire him” pode ser tanto “queimem-no” quanto “demitam-no”. De minha parte, façam ambas as coisas.

5 comentários em “Professor americano marcava estudantes com a cruz

  1. Simplesmente nojento :shock: … Mas pior que o próprio cara são os outros que aceitaram por 11 anos um absurdo desse.
    E sem comentários sobre essa metáfora do Lego, é uma das coisas mais idiotas que eu já ouvi.

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  2. A argumentação básica do Criacionismo de que “tudo que existe necessita de um criador” é uma triste piada… teístas são ownados toda vez que a Ciência avança. Agora o triste é saber do corporativismo que esconde atrocidades como essa…

    Quanto ao trocadilho, realmente genial.

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