Cães paralíticos voltam a andar com células vindas de seus focinhos

Ninguém gosta de ver um ente querido com alguma deficiência e muito menos com uma paralisia, e isso vale para os cães, também. Mas nós podemos ajudá-los. Nós temos a tecnologia! Pelo menos, pesquisadores britânicos a têm, e ela utiliza células dos focinhos de nossos amiguinhos quadrúpedes para restabelecer sua capacidade de movimento.

As células de Schwann são células gliais que fazem parte do sistema nervoso periférico. Elas possuem uma camada isolante de lipídeos e produzem a mielina que envolve os axônios dos neurônios. São células que envolvem células nervosas e eles estão as células olfativas, que transmitem informações do epitélio nasal para o cérebro. Agora, cientistas pesquisam como podem usá-las para reparar problemas na medula espinhal, como se fosse um bypass de informações.

O dr. Robin Franklin trabalha no Departamento de Medicina Veterinária e no Centro para Reparo do Cérebro da Universidade de Cambridge. Ele e seus colaboradores trabalham em uma técnica que usa as células olfativas de cães para reestabelecer a capacidade de movimentos deles. Essas células olfativas são transplantadas para áreas lesionadas fomentando o crescimento dos neurônios no local. Em seis meses, cães paralíticos recuperaram os movimentos de suas pernas traseiras e eram capazes de usar uma escada rolante. Abaixo, um vídeo com Jasper, um dos voluntários para essa pesquisa.

Humanos antiéticos! Como ousam fazer experimentos em pobres cachorrinhos, restaurando seus movimentos. Seus pulhas! FORA COM O EXPERIMENTO ANIMAL!

34 cães que sofreram lesão medular pelo menos três meses antes do estudo foram incluídos na pesquisa. Todos eles haviam perdido o uso de suas pernas traseiras, mas para 23 dos cães, as células retiradas de seus narizes foram cultivadas em uma cultura de laboratório antes de serem implantados na porção lesionada de suas medulas espinhais. Os restantes 11 cães receberam um fluido de controle inativo, isto é, era o grupo de controle. Seis meses após a implantação do grupo de cães que receberam as células eram agora capazes de mover as patas traseiras, e foram capazes de andar em uma esteira sem nenhum tipo de apoio. Infelizmente, nenhum dos cães no grupo de controle recuperou o uso de suas pernas traseiras. O placebo não funcionou, pois até mesmo placebo tem limites.

Desnecessário dizer que não é porque o técnica funciona com cães que já pode ser aplicada em seres humanos. Não pode, infelizmente. Pesquisas assim demoram e os cientistas precisam ter certeza para primeiro começar a estudar a técnica em seres humanos. Talvez demore um pouco para se adaptar esta técnica para seres humanos, mas é um futuro promissor que se descortina pela frente.

2 comentários em “Cães paralíticos voltam a andar com células vindas de seus focinhos

  1. “Como ousam fazer experimentos em pobres cachorrinhos, restaurando seus movimentos. Seus pulhas! FORA COM O EXPERIMENTO ANIMAL!”

    Aqui não deve aparecer, mas em algum site de notícias com comentários vai ter alguém falando: “com tanta gente passando fome na África e morrendo em hospital, vocês vão gastar dinheiro para fazer animal de estimação andar?”

    Estamos avançando forte em pesquisa de células tronco (na Scientific American última tinha até criação de olhos) e uso de vírus para consertar defeitos genéticos e até câncer.

    Mas enquanto isso, o ensino de ciências está uma droga. Há quem acredite que inveja causa doenças e mal estar, prefeitos que contratam espíritos de índios para fazer “não-chover”, que água com açúcar cura doenças e que a origem dos seres vivos é apenas uma questão de em quem acreditar (bíblia ou Ciência).

    Minha mãe, já muito doente, certa vez comprou aquele livro “Medicina Alternativa de A a Z”, e vivia fazendo cházinhos para si, os filhos e sobrinhos. Peguei o livro pra ler. Tinha desde chá/infusão/garrafada pra AIDS e câncer. Não tinha o clássico chá de boldo, ao qual devo ter bebido caixas d’água quando era criança. ao constatar isso, pulei pra parte que falava de Malária.

    Todos sabem que algumas cepas (é esse o nome?) da Malária podem ser curados com uma infusão de folhas de Chinchona, o qual tem o composto “quinino”, que é usado pelos médicos de forma intra-venosa. Eis que na seção “Malária” tinha algo como “chá de folha de abacaxi” (ou algo do tipo), o que deve ser um mega placebão, mas que não é tão eficaz contra a Malária quanto o usual chá de Chinchona.

    É, um livro que se presta a servir de fonte de consulta para vovós pelo país afora não tem em suas páginas o remédio mais eficaz da medicina alternativa.

    Prefiro ficar com os médicos. E com o padre católico que faz a extrema unção, que, ao contrário de muitos pastores e mandingueiros, é honesto. :-)

    Curtir

  2. Está é uma boa nova também para os cães, pois muitos cães ficam paraplégicos em virtude da cinomose e há que se saber se ocorre a remielinização das bainhas dos axonios com o tratamento pela cultura de células, mas é realmente bastante animador.

    Curtir

Deixe um comentário, mas lembre-se que ele precisa ser aprovado para aparecer.